domingo, 1 de janeiro de 2017


Filmes Curtos

 

                            Dizem que uma imagem vale por mil palavras. Não é bem assim, mas vamos que seja. Um filme passa 25 quadros por segundo para dar a ilusão de movimento, de modo que duas horas, 120 minutos x 60 segundos x 25 quadros/segundo = 180 mil quadros. Claro que não podemos contar cada quadro, e sim um segundo, mas mesmo assim seriam 7,2 mil. Filmes muito mais curtos, curtas metragens de 10 minutos teriam 600 composições.

                            Como no programa dos espermatozóides, milhões devem ser lançados para alguns fecundarem e nos darem aqueles grandes cineastas A. Como venho dizendo há 25 anos ou mais, não adianta competir com os do primeiro mundo naquilo que eles são proficientes, isto é, a montante da tecnociência, em que eles estão na frente em termos de competência. Devemos trabalhar aquilo que eles desprezaram, como os japoneses fizeram com a tecnologia marginal dos rádios portáteis, dos televisores, das câmaras fotográficas, dos carros pequenos.

                            O ES, em particular, deveria financiar filmes curtos, sobre todo tipo de assunto, de baixíssimos orçamentos, apenas para recuperar o dinheiro investido, sob controle eficiente de uma comissão ad hoc. Centenas de diretores, milhares de atores se lançariam à tarefa e iriam aprendendo, até que dessa quantidade maior emergissem aqueles que realmente queremos, os que podem expor convenientemente os sentimentos e as razões dos capixabas.

                            Nasceria de um fogo pequeno uma futura e poderosa indústria cinematográfica, ainda mais que com a modelação gráfica por computadores, com estações de desenho em toda casa. Lendas, contos, textos, tudo pode ser objeto de investigações.

                            Vitória, sexta-feira, 25 de outubro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário