Filmes Curtos
Dizem
que uma imagem vale por mil palavras. Não é bem assim, mas vamos que seja. Um
filme passa 25 quadros por segundo para dar a ilusão de movimento, de modo que
duas horas, 120 minutos x 60 segundos x 25 quadros/segundo = 180 mil quadros.
Claro que não podemos contar cada quadro, e sim um segundo, mas mesmo assim
seriam 7,2 mil. Filmes muito mais curtos, curtas metragens de 10 minutos teriam
600 composições.
Como
no programa dos espermatozóides, milhões devem ser lançados para alguns fecundarem
e nos darem aqueles grandes cineastas A. Como venho dizendo há 25 anos ou mais,
não adianta competir com os do primeiro mundo naquilo que eles são
proficientes, isto é, a montante da tecnociência, em que eles estão na frente
em termos de competência. Devemos trabalhar aquilo que eles desprezaram, como
os japoneses fizeram com a tecnologia marginal dos rádios portáteis, dos
televisores, das câmaras fotográficas, dos carros pequenos.
O
ES, em particular, deveria financiar filmes curtos, sobre todo tipo de assunto,
de baixíssimos orçamentos, apenas para recuperar o dinheiro investido, sob
controle eficiente de uma comissão ad hoc. Centenas de diretores, milhares de
atores se lançariam à tarefa e iriam aprendendo, até que dessa quantidade maior
emergissem aqueles que realmente queremos, os que podem expor convenientemente
os sentimentos e as razões dos capixabas.
Nasceria
de um fogo pequeno uma futura e poderosa indústria cinematográfica, ainda mais
que com a modelação gráfica por computadores, com estações de desenho em toda
casa. Lendas, contos, textos, tudo pode ser objeto de investigações.
Vitória,
sexta-feira, 25 de outubro de 2002.
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