Diálogo Humano
Seria
interessantíssimo colocar microfones, com o conhecimento e consentimento das
pessoas (em indivíduos, em família, em grupo, na empresa – para todas as idades
e combinações de raças, de sexo, etc.), evidentemente, pedindo-se que falassem
naturalmente, sem restrições, como o fariam sempre, gravando-se e
transcrevendo-se as falas com as pausas, os risos, as interrupções, tudo, para
ver a rápida mutação dos assuntos, a provocação ou aparecimentos de linhas
novas de diálogo, os saltos no espectro dos interesses.
De
onde vêm os assuntos que as pessoas falam? Como eles emergem? Quantos assuntos
novos surgem por unidade de tempo? Quem “puxa” mais assuntos? Existe
dependência em relação à formação escolar? A quantidade é a mesma quer se esteja
trabalho quer não? Como é que o diálogo humano se dá? Quando existem mais de
duas pessoas como são trocados os direitos de fala? Existe socioeconomia de
palavras por sexo?
Ora,
os seres humanos dialogam há milênios, mas não vemos transcrições, exceto nos
livros, ou não podemos ouvir as conversas, a menos que sejam construídas na TV,
na Rádio, onde for. Claro que não se pode publicar os nomes surgidos, porque as
pessoas tenderiam a castrar-se na liberdade de abordar qualquer assunto.
Se antes era
proibitivo projeto de tal envergadura, porque não haveria papel no qual
coubessem tantas palavras, agora temos a Internet para instituir um canal bilateral.
Agora temos base para desenvolver a observação do vasto falar humano mundial
nos quatro mundos, no Norte e no Sul, entre os latinos e não-latinos, no
Oriente e no Ocidente, etc., uma amplíssima variedade, que em si só é
fascinante, tanto para lingüistas como para psicólogos, para sociólogos e
economistas e outros teóricos, até para os leigos.
Vitória,
terça-feira, 14 de janeiro de 2003.
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