terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Conhecimento Público

 

                            Desde os iluministas e os enciclopedistas não foi feita nenhuma sintanálise (síntese-e-análise) da transferência de Conhecimento geral (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) e da taxa da transferência, ou velocidade no tempo, dessa cessão.

                            Como é que o Conhecimento é transferido?

                            Há a chamada Escola da Vida, que é informal, formando na prática o povo, e a Vida da Escola, que é formal, oficial (pública ou privada), desenvolvendo teoricamente as elites, com grandes resumos didáticos de movimentação compacta de dados ou informações de que foi feita triagem pelos professores. Tremenda compactação, a que o povo não tem acesso.

                            Há os livros, que o povo não tem condições de ler, por serem os assuntos esotéricos, não-práticos, ou o tempo ser curto.

                            Há a mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet). Internet depende de computador e provedor, este custando no mínimo R$ 9,90, 1/20 do salário mínimo, que é agora R$ 200, um dos menores do mundo. Os livros, como eu disse, são inacessíveis, custam 20 a 80 reais, ou mais. Os jornais custam R$ 1,50 o exemplar, 30 dias = R$ 45, 1/5 ou mais do SM. Revistas são ainda mais caras, no mínimo cinco reais, algumas dez. Sobram as TV’s, que se dividem em pagas e abertas. As pagas, obviamente, estão fora do alcance, custam no mínimo 30 reais. As abertas só passam novelas. A TV estatal educativa não traz apelo nenhum.

                            Não há salas de aulas noturnas com programas atrativos para o povo, que o ensine a melhorar efetivamente de vida.

                            Então, como é que ficamos?

                            OS acadêmicos não fizeram, contemporaneamente, nenhuma avaliação, mormente no Brasil, sobre essas oportunidades de transferência por meio do conhecimento público, aquele que atingiria o povo com proveito. É claro que as elites acadêmicas só sabem falar, não sabem fazer.

                            Vitória, quinta-feira, 07 de novembro de 2002.

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