Conhecimento Público
Desde
os iluministas e os enciclopedistas não foi feita nenhuma sintanálise
(síntese-e-análise) da transferência de Conhecimento geral (Magia/Arte,
Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) e da taxa
da transferência, ou velocidade no tempo, dessa cessão.
Como
é que o Conhecimento é transferido?
Há
a chamada Escola da Vida, que é informal, formando na prática o povo, e
a Vida da Escola, que é formal, oficial (pública ou privada),
desenvolvendo teoricamente as elites, com grandes resumos didáticos de
movimentação compacta de dados ou informações de que foi feita triagem pelos
professores. Tremenda compactação, a que o povo não tem acesso.
Há
os livros, que o povo não tem condições de ler, por serem os assuntos
esotéricos, não-práticos, ou o tempo ser curto.
Há
a mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet). Internet depende de
computador e provedor, este custando no mínimo R$ 9,90, 1/20 do salário mínimo,
que é agora R$ 200, um dos menores do mundo. Os livros, como eu disse, são
inacessíveis, custam 20 a 80 reais, ou mais. Os jornais custam R$ 1,50 o
exemplar, 30 dias = R$ 45, 1/5 ou mais do SM. Revistas são ainda mais caras, no
mínimo cinco reais, algumas dez. Sobram as TV’s, que se dividem em pagas e abertas.
As pagas, obviamente, estão fora do alcance, custam no mínimo 30 reais. As
abertas só passam novelas. A TV estatal educativa não traz apelo nenhum.
Não
há salas de aulas noturnas com programas atrativos para o povo, que o ensine a
melhorar efetivamente de vida.
Então,
como é que ficamos?
OS
acadêmicos não fizeram, contemporaneamente, nenhuma avaliação, mormente no
Brasil, sobre essas oportunidades de transferência por meio do conhecimento
público, aquele que atingiria o povo com proveito. É claro que as elites
acadêmicas só sabem falar, não sabem fazer.
Vitória,
quinta-feira, 07 de novembro de 2002.
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