quinta-feira, 15 de dezembro de 2016


O Que Einstein Buscou e o Que Ele Achou

 

                            Em 1905 Albert Einstein (físico judeu-alemão naturalizado americano, 1879-1955) publicou seu artigo sobre a relatividade restrita. Em 1916 publicou o da relatividade geral, hoje chamada de Teoria da Gravitação de Einstein, que nos diz ser o espaço curvo, por oposição à Teoria da Gravitação de Newton. Trabalhou também o efeito fotoelétrico, pelo qual ganhou o Prêmio Nobel.

                            Uniu espaço e tempo em espaçotempo, que chamei Primeira Chave de Einstein, e a matéria (massa) e a energia através da fórmula E = mc², a Segunda Chave.

                            Desde a publicação da Relatividade Geral ele trabalhou na busca da Teoria do Campo Unificado, que uniria as quatro FORÇAS (na realidade ondas ou campartículas ou materenergias) FUNDAMENTAIS, até sua morte em 1955. Nunca a encontrou.

                            Para os físicos essas quatro forças são: a gravitacional, a eletromagnética, a fraca e a forte.

                            É pensamento geral que ele morreu sem conseguir.

                            Tendo escrito o modelo de 07/1992 a 07/2001, segui fielmente os físicos. Finalmente comprei e li partes do livro admirável de Brian Greene, O Universo Elegante (supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva), São Paulo, Cia. Das Letras, 2001. Vários físicos estão agora falando da Teoria de Tudo (TT) -- na Física (TTF) --, que englobaria as quatro forças.

                            A Teoria das Cordas, que surgiu na década dos 1960 e ficou estacionada durante certo tempo, foi retomada na década dos 1980 e atingiu o patamar da Teoria das Supercordas, através da qual os teóricos reuniram três das quatro forças: primeiro a eletromagnética com a fraca, na Teoria Eletrofraca, depois as duas com a forte na Supersimetria.

                            Nas páginas 201 e ss, Greene mostra com gráficos e palavras que a distâncias cada vez menores, próximo da distância de Planck, as três forças convergem numa só, ficando de fora apenas a gravitacional.

                            Na Teoria de Tudo os físicos desejam unir a Teoria da Relatividade com a Teoria Quântica, numa recém denominada Geometria Quântica, ou Teoria da Relatividade Quântica.

                            Ora, o modelo vê tudo em quádruplas, de modo que o arranjo das quatro forças era satisfatório.

                            Mas, raciocinando sobre James C. Maxwell (físico escocês, 1831 – 1879, morreu muito cedo, infelizmente), que reuniu as forças elétrica e magnética numa só, eletromagnética, vi que ele JÁ HAVIA REUNIDO DUAS DELAS, e que as quatro forças seriam a ELÉTRICA, a MAGNÉTICA, a FRACA e a FORTE, sendo a GRAVITACIONAL a quinta força. As quatro formam um quadrado de base de uma pirâmide, a gravitacional estando no topo.

                            Conseqüentemente, já existiam quatro forças, a gravitacional sendo a quinta delas, o chamado “quinto elemento” das lendas, o elemento central. Sem o saber, talvez, Maxwell já tinha produzido, com seu intelecto brilhante, essa primitiva reunião, que deve servir de modelo para as demais. Então o certo seria unir a fraca e a forte numa dupla fraca-forte, e então os dois pares na nova Teoria Quântica, que não mais estaria em conflito com a Teoria da Relatividade, pois esta se referiria à conformação espaçotemporal.

                            Na minha opinião, a constante gravitacional que Einstein buscava inicialmente, e depois descartou, é G, na fórmula F = G m1.m2/d². Isso tornaria o universo estático, o que iria contrariar a hipótese de Gamow, do Big Bang (Grande Explosão, Barulhão, precedido do Grande Estresse).

                            Contudo, comecei a pensar que devem existir DOIS espaçotempos, a saber: 1) o ET de configuração, eterno e infinito, e 2) o ET de modulação/modelação, este finito e limitado no qual estamos. Desta forma o UNIVERSO ESTÁTICO, de Einstein, teria uma constante gravitacional, mas não o UNIVERSO DINÂMICO, de Gamow. Em conjunto eles seriam estático-dinâmicos, numa mecânica universal de criações, da qual emergiriam os universos.

                            A gravidade seria o notificador universal, para todos os universos, mas não sempre com o mesmo valor de G. Teríamos um G (i), do qual este que conhecemos seria um G (n, de nosso), com um G (0) tendo começado o processo.

                            Como coloquei no modelo, duas forças (a elétrica e a magnética) estariam no plano da Química, e as outras duas (a fraca e a forte) no plano da Física. O campartícula ou onda primordial seria agora a gravitacional, criando a seguir os quarks e a nuvem de campartículas ou ondas denominadas sub-partículas. Ao passo que a força eletromagnética seria a responsável pela organização dos átomos e das moléculas, tudo crescendo como na micropirâmide do modelo.

                            Com esse re-arranjo não haveria mais dificuldades, nem conflito ou antagonismo entre as teorias quântica e da relatividade, que têm colocado os físicos uns contra os outros por 80 anos. A Teoria de Tudo não precisaria ser ainda produzida, já estaria funcionando, e restaria descobrir como a materenergia ou onda ou campartícula gravitacional CONSTRÓI as partículas e os átomos, por intermediação dos quarks. Ficaria pendente a reunião das forças fraca e forte nos moldes de Maxwell, com campos ortogonais, e criando ou possibilitando máquinas, como o eletromagnetismo proporcionou.

                            Quais são o campo/matéria e a partícula/energia gravitacionais?

                            Eles seriam os verdadeiros construtores do espaçotempo, definitivamente einsteiniano (tenho umas coisas para falar sobre isso).

                            Vitória, segunda-feira, 29 de abril de 2002.

O Prêmio dos Ruins

 

                            A gente fica irritada com o fato palpável e comprovado de que aparentemente só os ruins, só os maus são recompensados nesta vida.

                            No ES um contraventor e assassino foi eleito deputado estadual por três vezes quatro anos, tendo sido presidente da Assembléia Legislativa por duas vezes dois anos, agora no terceiro mandato. Os “colarinhos sujos” (gente do “colarinho branco”, burocratas desviados e infiéis) ladrões de governos e empresas vivem em mansões, têm carros do ano, piscina, dinheiro na poupança, e o resto das comodidades. Os corruptos em geral, inclusive na minha categoria, o Fisco, estão sempre “por cima”, bem de vida, como se diz.

                            Os que colam na escola se formam, os que param em fila dupla fazem tudo com mais facilidade, os que batem nas mulheres são amados por elas, enquanto os dedicados à família são tidos como frouxos, os esforçados no serviço como otários, os honestos como bobos e assim por diante.

                            Bom, como eu já disse, a honestidade é o melhor valor de sobrevivência, porque, sendo mais difícil, exige mais qualidades. Eventualmente todos os seres humanos dependem dos honestos para continuar a sobreviver, a deixar mensagem psicológica, para além da genética, para o futuro. Ano após ano o futuro é retrato da honestidade. Só que, ela sendo 50/50 com a desonestidade, não percebemos isso. Entretanto, SEMPRE, essa desonestidade de agora é muito menos desonesta que qualquer uma do passado, e cada vez mais, quanto mais se recue.

                            Além disso, estava conversando com Gabriel, meu filho de, agoraqui, 16 anos, sobre pessoalidade e impessoalidade, conforme entendida pelos hindus.

                            O modelo diz que ambas as opções são verdadeiras: Deus (na realidade Natureza/Deus, Ela/Ele, Grande Mãe e Grande Pai, ELI) é tanto pessoal quanto impessoal. Quer dizer, umas “almas” (o que quer que sejam) serão absorvidas indiferenciadamente e outras manterão suas consciências, isto é, verão a ELI em toda sua grandeza e imensidão do Plano da Criação ou construção do pluriverso. Para uns o prêmio é dado em vida e outros só “na outra vida”, se existe isso.

                            Naturalmente um pensamento assim pode ser só conformismo, uma forma de não lutar nas guerras de agoraqui, um tipo de covardia ou subtração tão aguda que arranja uma desculpa na chamada “metafísica”, o que está além das provas e demonstrações, para não enfrentar os perigos dos choques com os abrutalhados e violentos. Acho que é isso – TAMBÉM. De outra parte, pode ser verdade, nunca saberemos em vida. É indemonstrável, depende de fé e confiança. Os que são religiosos, e os teólogos, compreenderão essa mensagem e a sustentarão, porém paira a dúvida, claro.

                            Apesar disso o modelo, sendo 50/50, evidencia essa postura.

                            Para uns o prêmio é deste mundo e para outros não.

                            Uns, não confiando, avançam e com raiva e fúria arrancam o prêmio logo agora, logo aqui, neste espaçotempo ou tempespaço, neste tempolugar, neste pontinstante, sem deixar passar nada. Querem logo, querem para já, A QUALQUER CUSTO, seja assassinato, mentira, infidelidade, crueldade, banalidade, sujeição, bajulação, perfídia e todo o lado ruim do Dicionário e da Enciclopédia.

                            Do outro lado estão os reservados, os quietos, os mansos de coração, os que são humilhados de nascença, os do lado bom do D/E.

                            Claramente, mais uma vez, embora tanto a ruindade quanto a bondade sobrevivam, ESTATISTICAMENTE, 50/50, na realidade a bondade é que leva o mundo adiante, é ela que é o valor maior de sobrevivência, o índice superior na luta pela sobrevivência biológica/p.2 e psicológica/p.3 das criaturas todas. É um funil, em que só os bons do caminho estreito e difícil passam, indo para o futuro. Os ruins conduzem à morte.

                            Como é que, em cada era, os ruins estão sempre presentes?

                            É que é 50/50, a cada geração A RUINDADE É REINVENTADA, e todavia sempre melhores-ruins vão aparecendo. Os maus de agora são muito menos maus que os maus de antigamente, o que renderia teses de mestrado e doutorado incríveis, se a Academia não fosse tão parva, tão ignara, tão bronca.

                            Basta olhar a geo-história para comprovar esse fato.

                            Os judeus de outrora eram muito piores que esses de agoraqui. Tanto assim que foi necessária toda uma Bíblia, Antigo Testamento, com os Dez Mandamentos e os ensinos continuados dos profetas, para melhorá-los. E para os cristãos, isso e mais o Novo Testamento. Imagine como o mundo era terrível antes. E os orientais? E os muçulmanos?

                            E do mesmo modo todos os povos.

                            Como haveríamos de suportar, em nossos dias, as atrocidades dos maias assassinos rituais ou dos europeus de antanho?

                            Se você pensar bem, seria intolerável.

                            E quanto a nós, tudo o que fazemos, batendo nas mulheres e crianças, desprezando os velhos, roubando e matando, perpetrando milhares de desvios, consumindo-nos em drogas e violências, desfavorecendo os seres humanos de outras cores de pele, de outros sexos, de outras idades, de outras formas de riqueza, de outros espaços e outros tempos? Como o futuro nos verá, senão com criminosos dignos de pena?

                            Portanto, o futuro é sempre melhor. Se for se tornando pior encontrará um beco sem saída e desaparecerá.

                            Mesmo os maus de hojaqui se sentiriam mal perante os maus de antes. Sentiriam repugnância com as atrocidades de outrora.

                            De um jeito ou de outro, seja na Magia/Arte, na Teologia/Religião, na Filosofia/Ideologia, na Ciência/Técnica ou na Matemática, em qualquer interpretação, física ou metafísica, o prêmio dos ruins é sua vida errada. O que, como vimos, só leva à perdição, em vida ou na presumida pós-vida.

                            O prêmio dos maus é a consumição, e o da maldade é o desaparecimento progressivo.

                            Bom, que não seja a nossa, ELI nos livre e guarde no bom caminho, pois todo mundo é livre para inclinar-se, para fazer escolhas, possuindo a liberdade, o livre-arbítrio, tal como disse Maimônides, tantos séculos atrás de encarnar o mal ou o bem. Cada um que escolha. E pague o preço.

                            Vitória, domingo, 12 de maio de 2002.

O Olhar

 

                            No Darwin, de Vitória/ES, os professores perguntaram a Gabriel, meu filho de 16 anos que está cursando o integral do terceiro ano do segundo grau, o que era o olhar: que ele discorresse sobre isso.

                            Em profundidade podemos fazê-lo de muitos modos, segundo o modelo que escrevi.

                            Em primeiro lugar teríamos as CONDIÇÕES DO CONHECIMENTO: altos (Magia, Teologia, Filosofia e Ciência) e baixos (Arte, Religião, Ideologia e Técnica) e matemático do emissor e do receptor, conforme sua potência ou inteligência explicativa. A Tecnociência (em maiúsculas conjunto ou família ou grupo de ciências) se abriria em Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6 – na assim chamada Pontescada Tecnocientífica, pelo seu lado alto, e em Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4, Astronomia/X5 e Discursiva/X6, para interpretar as naturezas, de N.0 a N.5, da Físico/Química à Dialógica/p.6. A Psicologia, por outro lado, se abriria em Psicanálise (quem? – Figuras), Psico-síntese (para quê? – Objetivos ou metas), Economia/Produção (com quê? – Objetos ou produtos), Sociologia/Organização (como? – Métodos ou ordenamentos) e Geo-História (quando-onde? - Espaçotempo ou tempespaço, tempolugar, pontinstante ou geografia-história). Em que tempo nos situamos? Temos um sistema de contagem que começa em 1 d.C., depois de Cristo e nos coloca agoraqui no ano 2002. E quanto ao espaço, onde nos situamos?  Se estivermos no hemisfério norte veremos de um modo (aí podemos dividir o planeta em latitudes, longitudes e altitudes - 360° x 360° x “n” partições, desde o nível histórico do mar, por exemplo a preamar de 1900, num sistema qualquer de medição, digamos o padrão SI, Sistema Internacional de Unidades, em metros ou múltiplos ou submúltiplos). A Economia se abriria em seus setores: agropecuário/extrativista, industrial, comercial, de serviços e bancário, que é o coração ou centro da produção. E ainda podemos falar de quatro teorias sobre as indústrias, fora a Teoria de Campo, ou Teoria de Tudo na Economia, que reúne os elementos pelo centro – o quinto elemento ou modelo. Faz todo sentido saber a que altura ou profundidade se situa o emissor e o receptor. Se um está num nível muito profundo (o central, por exemplo) da teoria industrial na economia, que é uma psicologia, que é uma ciência, que é um dos cinco conhecimentos, e outro é um diletante popular, então a transmissão de conhecimento sofre distorções, perdendo-se muito no trânsito. Ainda poderíamos colocar os avanços relativos da produção, os quatro mundos (primeiro, segundo, terceiro e quarto – na Terra, com até há pouco 217 países, seriam quatro grupos de 55 deles, aproximadamente). É diferente o estado de espírito do observador na Suécia e no Zaire, devido às menores ou maiores pressões socioeconômicas ou de produçãorganização.

                            Em segundo lugar, podemos indagar das CONDIÇÕES DE TRANSMISSÃO ou meio (Mcluhan dizia que “o meio é a mensagem”, ou seja, o a mensagem depende integralmente do meio). Nestes termos deveríamos apelar para a Bandeira Elementar: ar, água, terra/solo e fogo/energia, nos vértices de um losango, como numa bandeira brasileira, tendo no centro a Vida geral e no centro do centro a Vida-racional. Transmite-se através do ar? O mecanismo modulador é eficiente no confronto com o meio-de-transmissão? Qual é o seu rendimento? Num planeta como a Terra fomos preparados pela evolução, situando-nos em nosso específico nicho ecológico humano para proporcionar-nos um certo rendimento; se fôssemos transpostos a ou transportados para Marte a coisa mudaria totalmente de figura, porque o ar local é escasso, ou seja, Marte reteve pouca atmosfera, em virtude de sua pequena massa relativa. Teríamos dificuldade de falar.

                            Em terceiro lugar teríamos as CONDIÇÕES DE CHAVE CST (ou do ESTAR). Chave do TER (CT): matéria, energia e informação. Chave do SER (CS): memória, inteligência e controle ou comunicação. Somos ricos (A), médios-altos (B), pobres (C) ou miseráveis (D) em informação-controle/comunicação, info-controle ou IC? Uma criança treinada nas melhores escolas desde o pré-primário até o final do terceiro ano do segundo grau não pode ser comparada em expressividade a outra que venha de alguma relaxada e não-exigente escola, pública ou privada. Teria tido muita matéria, energia e informação à disposição? E quanto às sub-condições CS? Qual é seu índice de MIC (chamei de QIMC, Quociente de inteligência, memória e controle – não só o autocontrole como também o controle externo ou condutividade)? Em geral, qual seu nível de QEIM (Quociente de energia, informação e matéria) e de QIMC, ou QEIM/QIMC, ou QQ? A pessoa tem tempo e espaço em casa para estudar? Dispõe de informações atualizadas? E assim por diante.

                            Em quarto lugar podemos pensar nas CONDIÇÕES DA PIRÂMIDE PESSOAMBIENTAL (pessoas: indivíduos, famílias, grupos e empresas; ambientes: municípios/cidades, estados, nações e mundo). Que conjuntos cercam o observador? Eles o estimulam ou castram? A situação de predisposição ao olhar é de aceitação ou recusa? A pessoa se sente intimidada ou favorecida na pesquisa & desenvolvimento (P&D) por seu ambiente? Além da mesopirâmide poderíamos falar da micropirâmide (como se formou o ser que olha: partícula primordial, subpartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos e corpomentes – heranças biológica/p.2, ou do ADRN, e psicológica/p.3, ou do crescimento, vindas do pai e da mãe) e macropirâmide (planeta, sistema estelar, constelação, galáxia, aglomerado, superaglomerado, universo e pluriverso), pois faz sentido perguntar em torno de que estrela estamos. No caso o Sol é uma GO amarela de 10 bilhões de anos, nem jovem nem velha, uma estrela secundária resultante da explosão de uma supernova, com relativamente muitos elementos pesados que levaram à nossa formação terrestróides característica, recebendo certa porção-padrão de radiação (luz e calor) por segundo e metro quadrado. Vemos preferencialmente em torno da janela-de-luz, entre o vermelho e o azul, mas não o infra-vermelho ou o ultra-violeta, ou rádio, ou raios gama, ou raios X. Então, nosso olhar é do tipo GO-VA (vermelho-azul). Numa outra estrela poderíamos ter dificuldade de ver.

                            Em quinto lugar podemos falar das CONDIÇÕES ESTAMENTARES DO OBSERVADOR. Em que patamar ele se situa, quanto à sua condição de percepção? Não é a mesma coisa da Chave CST, porque lá é o que a pessoa tem, e aqui é o que ela faz com o que tem. O quê ele fez com aquilo de que dispunha? Quanto interesse manifestou pelo mundo? Quanta dignidade atribuiu ao entorno? São sete os níveis: povo, lideranças (estudantis, comunitárias, sindicais), profissionais (professores, políticos, liberais), pesquisadores (mestres e doutores), estadistas, santos/sábios e iluminados. Se a pessoa atribui pouco interesse ao mundo e muito a si mesmo, ela se recusará a olhar para fora. A qual Classe do Fazer pertence (provisoriamente, sempre – não são castas hindus) o observador? Operária, Intelectual, Financista e Militar ou Burocrática? Isto é, a qual visão de mundo é ele filiado? Se é um militar, verá o mundo como extrema competição entre pares polares (recusando-se a ver a completaridade dos opostos), no limite a guerra entre, digamos, Bem e Mal, Esquerda e Direita, Norte e Sul, Tempestade e Calmaria, Mocinho e Bandido, Vigilante e Vigiado, Falso e Verdadeiro, etc.

                            Em sexto lugar focaríamos as CONDIÇÕES POLÍTICADMINISTRATIVAS (ou governempresariais), quer dizer, em que condição se situa a produçãorganização ou sócioeconomia? Temos o Escravismo, o Feudalismo, o Capitalismo, o Socialismo, o Comunismo e o Anarquismo (ou, para não adotar os nossos nomes, Estágios P/A– de um a seis), conforme se passe de liberdade quase nenhuma a liberdade ou confiança quase total, quer dizer, da desconfiança quase absoluta à desconfiança quase nula em relação aos outros. Se o indivíduo é um escravo, dificilmente se sentirá à vontade para ficar “xeretando”, tão tremenda seria a desconfiança. No capitalismo de terceira onda (pois são quatro, a quarta já adentrando o Socialismo), não fazemos idéia da liberdade relativa que temos, por comparação com as anteriores, e da falta dela, por comparação com as posteriores.

                            Em sétimo lugar diríamos das CONDIÇÕES DE PROTEÇÃO: Moradia, Saúde, Armazenamento e Segurança, e no centro Transporte. Imaginemos um aluno que more a 20 quilômetros da escola e deva pegar dois ônibus, ficando no trânsito, na ida e na volta, um total de quatro horas espremido, com todo tipo de manifestação ao redor, e um outro que more a 20 metros dela, à qual pode chegar a pé por ruas arborizadas. E outros dois tipos, um sadio e um doente. Em extremo, um que more mal, tenha péssima saúde, dificuldade para conseguir os produtos de que necessite, viva em insegurança e tenha transporte deficiente.

                            Em oitavo lugar descreveríamos as CONDIÇÕES DE TRANSCRIÇÃO - se são excelentes, muito boas, boas, médias, ruins, muito ruins e péssimas. É diferente uma excelente apostilha ou livro muito bem impresso de uma apostilha mimeografada ou escrita com caligrafia horrível.

                            Em novo lugar delinearíamos as CONDIÇÕES DOS SUPORTES, chamados de meios ou mídia (o que é incompleto, pois os meios poderiam ser todos os da Pontescada Tecnocientífica: meios físicos, meios químicos, etc.): TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro (dita editoria) e Internet, entre outros. É diferente o olhar de uma garota paulista que disponha de Internet de banda larga e uma paraguaia com acesso restrito aos meios mais antigos. Dentro disso há ainda a qualidade de edição, desde a altíssima até a baixíssima – quer dizer, o acabamento ou editoria geral. Quantos cuidados foram empregados na apresentação da obra que será vista? Quem tem mais idade pode comparar os livros de agora com os de 30 anos atrás, ou mais.

                            Em décimo lugar descreveríamos as CONDIÇÕES DE FORMAÇÃO: 1º, 2º e 3º graus, mestrado, doutorado e pós-doutorado ou pesquisa. É um funil pedagógico ou cultureducacional (cultura é a educação baixa ou geral ou desordenada, educação é a cultura alta ou focada ou ordenada). Um aluno de segundo período de engenharia olha o mundo do mesmo modo produtivo que um doutorando?

                            Em décimo primeiro lugar contaríamos as CONDIÇÕES DE APRESENTAÇÃO TECNARTÍSTICAS de apoio: que tecnartes do corpo estão amparando a mostra? Da visão: poesias e prosas, pinturas, desenhos, fotografias, modas, danças, etc. Da audição: músicas e discursos. Do paladar: comidas, bebidas, pastas e temperos, etc.Do olfato: perfumaria, etc. E do tato, sentido central: cinema, teatro, arquiengenharia, paisagismo/jardinagem, urbanismo, decoração, esculturação, tapeçaria, etc. O que é chamado de suporte audiovisual (neste caso falando apenas de dois sentidos).

                            Em décimo segundo lugar exporíamos as CONDIÇÕES DE TRÃNSITO POLAR entre os pares de opostos/complementares. Em que ponto do trânsito estamos? Por exemplo, se a fase é de evolução, lenta e gradual, procedemos com calma no olhar; mas se estivermos numa fase intensa de revolução, rápida e violenta, nosso olhar deveria ser breve, pois estaríamos no limiar da sobrevivência. Em que ponto da evolução estamos? Logo no início, depois de completada a revolução, ou em 10 % a 90 % (ou, com mais precisão, 1 a 99 %)?

                            Em décimo terceiro lugar exibiríamos as CONDIÇÕES DA FIGURA (de sexo, de raça, de idade, de posição ou respeitabilidade – de que a riqueza é só um índice -, de tamanho). Há 500 anos as mulheres, os negros e os índios eram vistos como desprovidos de alma ou humanidade ou racionalidade. Faz poucos anos as mulheres eram desaconselhadas a estudar ou instruir-se. Os negros, nos Estados Unidos do sul da década dos 1960 não podiam entrar nas melhores escolas para competir (sempre as dos homens brancos anglo-saxões protestantes de lá) porque, por definição, eram supostos inferiores. Coisa de uns anos atrás um grupo de burguesinhos brasilienses queimou um índio. Tão recente quando a primeira metade do século XX crianças e velhos estavam à margem da sociedade/civilização/cultura. E ainda perguntamos de que família um indivíduo é, suas condições de sustentação (própria e alheia), em que bairro mora, com quê trabalha e assim por diante, numa discriminação disfarçada, sem aproveitar apenas a presença alheia. Além disso, obviamente, ser magro ou gordo, alto ou baixo, ser “bem proporcionado” ou não, “belo” (pelos critérios dominantes) ou não conta ponto na classificação instintiva que fazemos.

                            Em décimo quarto lugar apresentaríamos as CONDIÇÕES DE OFERTA do conhecimento, se é prático ou teórico, isto é, superficial ou profundo, exterior ou interior, sentimental ou racional. Ao fazer um bolo estamos apenas querendo algo para o café ou estamos estudando-o como um dos quatro grupos de alimentos, na engenharia de alimentos?

                            Em décimo quinto lugar daríamos conta das CONDIÇÕES INSTRUMENTAIS ou de programáquinas (por exemplo, software/programa ou hardware/máquina, nos computadores) ou de processobjetos ou produtinstrumentos ou de pesquisador-aparelho -  sejam as dos sentidos externinternos (olho externo, corporal, e olho interno ou mental), ou dos sentidinterpretadores (sentidos exteriores, interpretadores interiores), e a relação entre o pesquisador e o aparelho que usa. O aparelho é o mais avançado oferecido no mercado, ou de três gerações atrás? O indivíduo tem visão perfeita de um lado ou no extremo oposto é cego? Faz calor ou frio? É lugar protegido ou exposto?

                            Poderíamos continuar investigando, para depois reunir os índices em quatro super-grupos, como pede o modelo.

                            Não vale a pena, porque o objetivo é mostrar COMO É DIFÍCIL OLHAR, e porquê perguntar o que é olhar demanda ou pede toda uma extremadíssima e ainda mal-posta (ou não-posta) Filosofia do Olhar, para não falar dos outros modos do Conhecimento partido, digamos uma mais perfeita e completa Ciência do Olhar, com uma Teoria de Tudo do Olhar.

                            Em resumo: quando fazemos uma pergunta, QUAL É A CARGA DE RESPOSTA QUE DESEJAMOS? Além da métrica espacial física podemos falar de outras métricas: química, biológica, p.2, psicológica, e aí segue. A métrica da resposta psicológica nos remeteria à Pedagogia, à articulação do GRAU ou METICULOSIDADE ou RELEVÃNCIA da resposta. O que estamos pedindo, de fato? Pedir simplesmente que se fale do olhar pode levar a uma dissertação como esta, a um livro de 800 páginas da Ciência, a meia página de alunos de quinto ano do primeiro grau. QUE OLHAR É ESSE? É preciso definir, metrificar a resposta. Estabelecer LIMITES ÚTEIS naquele pontinstante específico do crescimento psicológico humano.

                            Fica especialmente difícil responder, se os limites não foram estabelecidos por uma carga correlativa anterior, assim como uma aula ministrada, ou um texto apontado para leitura.

                            Porque tudo se torna vago demais, para almas tão diferentes, vindas de tantas condições de formação. Se não é estabelecido um funil, é tão escuro como a noite em que se dorme, como disse a Clarice Lispector. Sendo as possibilidades tão amplas, onde está o quadrante de julgamento, e nele a particular seta do professor?

                            Vitória, domingo, 05 de maio de 2002.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016


Tenho Andado Tão Sol ...

 

EXISTE ESSA MÚSICA BRASILEIRA (maravilhosas existem muitas, os músicos brasileiros são muito criativos)

Quero Voltar Pra Bahia
 
I don't want to stay here
I wanna to go back to Bahia
Eu tenho andado tão só
Quem me olha nem me vê
Silêncio em meu violão
Nem eu mesmo sei por que.
De repente ficou frio
Eu não vim aqui para ser feliz
Cadê o meu sol dourado?
Cadê as coisas do meu país?
I don't want to stay here
I wanna to go back to Bahia.
Eu tenho andado tão só
Quem me olha nem me vê
Silêncio em meu violão
Nem eu mesmo sei por que.
Via Intelsat eu mando
Notícias minhas para "O Pasquim"
Beijos pra minha amada
Que tem saudades e pensa em mim
I don't want to stay here
I wanna to go back to Bahia.
[Com conhecimento só de algumas palavras: Eu não quero ficar aqui, eu quero voltar para a Bahia]

Sempre essa depressão - que também está presente em Pondé (e, como ele cita, em Schelling), depois tentarei comentar – disparatada, frente às numerosíssimas oportunidades do mundo. Durante muitas décadas não me permiti ser individualmente feliz do modo ego-lista, porque havia compromissos (ler, pensar, escrever), depois os filhos para criar, o trabalho para levar com certa competência. Não tenha pena de mim, fui MUITO feliz pelas coisas que espontaneamente me chegaram. Agora, aposentado, isolado pelas pessoas (fora meus filhos), tenho passeado na orla para pegar sol que fabrica a pró-vitamina D que interfere em 2,0 mil genes, quase 10 % de todos; e vejo as moças, que não me veem, a não ser para fazer cara feia, 62 anos.

Tocava muito essa música há 40 anos (Paulo Diniz está com 76 anos, ele é Pernambucano – dizer “I wanna to go back to Pernambuco” não ficaria tão bem), era época ainda mais deprimente que a atual. Agora imagine que o Sol está aí há 5,0 bilhões de anos, tremenda fidelidade; e, fora os dias de chuva com nuvens que ocultam, manda luz continuamente, sem que as pessoas aproveitem bastante.

Vitória, quarta-feira, 14 de dezembro de 2016.

GAVA.

Gêniografia

 

Certa vez (sei precisamente quando foi, em torno da morte de papai, 12 de outubro de 1978, quase quarenta anos) essa namorada dizia que a coletividade é que era culpada (depois, mostrei que tudo é 50/50, o indivíduo é responsável por 50 %), essa tese que o PT replica, mostrando-nos que ela veio de mais longe, de algum teórico que pensava por eles. Dizia também que não existiam gênios – todos seriam criativos do mesmo modo, o que contrasta amplamente com a geo-história: não existem biografias de zés-manés nas enciclopédias.

O DESTACAMENTO QUE NOS LEVA ADIANTE

NÍVEL.
AGENTE.
8
Iluminante.
7
Iluminados.
6
Santos (emocionais) e sábios (racionais).
5
Estadistas.
4
Pesquisadores.
3
Profissionais.
2
Lideranças.
1
Povo.

Os gênios estão do sexto nível para cima, são raros: há gênios para a criação racional e gênios para a criação emocional (por exemplo, grandes artistas estariam aqui). Como já disse, todos criam, de algum modo criam alguma coisa, por pequena que seja; e há a média – acima dela e muito acima estão aqueles que chamamos especialmente gênios, os criadores do Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) geral, das 26 tecnartes, das 6,5 mil profissões, da mídia (Internet, Cinema, TV, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Rádio) e em toda parte. Como o iluminante é um só por planeta, os gênios estão nos dois níveis superiores entre os sete, de estadista para cima: ser gênio não garante sabedoria ou santidade, são outros degraus.

Então, as psico-grafias dos gênios são muito valiosas, pois são eles que criam em ponto grande, especialmente os gênios-sábios e os gênios-santos.

Que perda de tempo não pesquisarem suas vidas!

Seus modelos de dedicação e empenho (essa luta diária não é mostrada, as dificuldades de criação) devem servir como salas de aula: quando publicarem um milhão de exemplares de certa biografia estarão possibilitando 1,0 milhão de classes de ensinaprendizado.

Vitória, quarta-feira, 14 de dezembro de 2016.

GAVA.

Mary Vai Ficar com Quem?

 

É das mais risíveis comédias e dos mais fantásticos de todos o filme Quem Vai Ficar com Mary?

ASSISTI NA ORIGEM E AGORA, CONSERVA O FRESCOR APÓS 18 ANOS (as cenas com o cachorro são de rolar de rir no chão). Todos os atores foram competentes, até o rapaz que faz o deficiente, muito bom.

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Resultado de imagem para quem vai ficar com mary cena do cachorro
O cachorro superdrogado fica doidão.
Imagem relacionada
Matt Dillon impagável (para pensar, Bem Stiller era coadjuvante).
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A cena do creme (não deixa de ser).
There's Something About Mary
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
There's Something About Mary
Doidos por Mary (PT)
Quem Vai Ficar com Mary? (BR)
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a4/Flag_of_the_United_States.svg/33px-Flag_of_the_United_States.svg.pngEstados Unidos
1998 •  cor •  119 min
Direção
Elenco
Género
Idioma
Orçamento
US$ 23 milhões
Receita
US$ 369 884 651
There's Something About Mary (no Brasil, Quem Vai Ficar com Mary? e em Portugal, Doidos Por Mary), é um filme dos Estados Unidos. Foi escolhido o 27º melhor filme de comédia pelo American Institute Film.
Índice
Resumo
O estudante Ted Stroehmann(Ben Stiller), tímido e com pouca sorte com as mulheres, vai ao baile com a jovem Mary(Cameron Diaz), a garota mais popular e mais charmosa do colégio, mas isto acaba por não se concretizar, pois ele acaba sofrendo um acidente no banheiro, prendendo seus genitais no zíper da calça.
Treze anos depois, ele tenta conquistá-la de novo e contrata o detetive particular Pat Healy(Matt Dillon) para encontrá-la. Só que, ao conhecê-la, o detective também fica apaixonado por ela e dá falsas informações ao seu cliente que tanto anseia por notícias, para assim poder conquistá-la. Mas nada corre como planejado.
Ainda por cima existem outros homens interessados na mesma mulher, um que se faz passar por deficiente, e outro que tem uma estranha alergia de pele.

Como já disse, João Gilberto toca para si, para sua competência e exigência, não toca para o público, que é beneficiado pela profissionalidade dele. Da mesma forma, atores, diretores e toda trupe devem ser superexigentes consigo mesmos: o resultado será o aplauso, se for excepcional.

Parabéns, turma.

De passagem, veja que Mary (Cameron Diaz) decide ficar com Ted, que vai ser escritor, que faz livros, que se tornam filmes, que rendem percentuais e fortunas, que são seguidos de outros sucessos, etc. Não com os supostos arquitetos, nem o jogador de futebol. As mulheres miram certeiramente, quando ficam com um ruim é porque não existia outro melhor nas redondezas.

Vitória, quarta-feira, 14 de dezembro de 2016.

GAVA.