sexta-feira, 9 de setembro de 2016


Bronca de Novo e os Sete Anões

 

SETE MOTIVOS PARA ESTUDOS PSICOLÓGICOS + A BRONCA

Atchim
Dunga
Dengoso
Feliz
Mestre
Soneca
Zangado
BRONCA
Os 7 anões e suas personalidades
Todos hão de concordar que o primeiro desenho dos estúdios Disney, Branca de Neve e os 7 anões é um clássico muito bonito e bem feito. Lançado em 1937 nos cinemas americanos, o longa-metragem exigia tamanha perfeição que levou 3 anos para ficar pronto. No conto original dos irmãos Grimm, os anões não possuíam nomes e personalidades distintas. Para a versão de Walt Disney, foram cogitados aproximadamente 50 nomes e personalidades foram sendo elaboradas com o desenvolvimento do projeto, sendo definidas somente no último ano de produção.

Os sete anões moravam num condomínio no campo, região de Pedra Azul, terceiro melhor clima do mundo, no ES. Tinham ganhado uma bolada na mega-sena, aquela da virada do ano, mais de 100 milhões e foram morar no Vilitália, criado só para a nobreza, coisa de mais de um milhão cada casa.

Eram negros.

Gastaram sete milhões com as aquisições, mais um milhão com os carros e as bagatelas, ficaram com 92 milhões para investir, ganhavam uma baba mensal, exploravam essa mina na base de 2,5 % ao mês, 2,30 milhões POR MÊS. Tiravam meio por cento para a inflação, ainda ficavam 1,84 milhão para gastar. Estavam literalmente montados na grana.

Eram assediados pelas mulheres, que só visavam a beleza e a estatura deles, pareciam-lhes graciosos a não mais poder, independente dos traços psicológicos acima descritos.

Calhou que um dia chegaram da exploração da “mina” (era uma fábrica de dinheiro) e foram se reunir na sala de reuniões e lá estava a mulher nuazinha, peladinha, deitada na cama e com os pés sobrando, porque se havia sete camas em nenhuma ela cabia.

Eles se apaixonaram todos por ela, mas ela encrencou e daí para frente toda semana tinha bronca, porque ela dizia ter sido enganada. Não ligava para dinheiro, mas dizia que eles a tinham enganado.

ELES – de que forma?

ELA – porque existe essa fama de negro de p* grande, foi isso que me atraiu, sete de uma vez!

ELES – mas nós somos anões, negros PEQUENOS, como vamos ter p* grandes?

ELA – sei lá, foi a imagem.

E tome bronca.

Serra, segunda-feira, 16 de abril de 2012.

Amolador

 

Ciro ficou anos pensando, até colocar a Firma de Amolar, Ciro & Filhos, Amolamos para você.

As pessoas inicialmente levavam tesouras, facas, até espadas, ele dizia que não, que era outro gênero de amolar.

AMOLAR (Houaiss eletrônico)

Adjetivo e substantivo masculino
1. que ou o que amola ou afia (facas, navalhas, tesouras e outros instrumentos cortantes); afiador
2. Regionalismo: Brasil.
Que ou o que aborrece ou enfada; maçador
3          diz-se de ou máquina ou instrumento us. Para amolar

Era amolar pessoas.

E havia quem os contratasse?

Sim, Ciro era advogado, fazia tudo dentro da lei e fazia muito bem feito, nisso de amolar os outros. Também tinha feito cursos de psicologia. Orientara os filhos e filhas para administração, contabilidade, economia, direito – e psicologia, cada um, sempre dois cursos – tudo que servisse para amolar a gente.

Se você tivesse um desafeto, alguém de quem não gostasse, contratava o Ciro e ele e os filhos se punham em campo. Com cursos de informática e computação, com numerosos computadores, eles trabalhavam mais em casa, exceto algum necessário trabalho de campo. Ficavam “de butuca”, sondando a vida do sujeito ou da fulana, procurando descobrir algum passo em falso, contabilidade com caixa dois, vida pregressa cheia de furos, drogas, filhos naturais (fora do casamento), importações duvidosas, qualquer coisa servia.

Não era simples, nem era coisa pra pobre, embora eles fizessem algum trabalho “pro bono”, para o bem, gratuito, de graça.

Contudo, Ciro não atendia qualquer um, nem pagando. Tinha de ser justo, tinha de ser causa justa; e a garantia era que se eles fossem enganados passariam a amolar o distinto trambiqueiro, do que ele muito se arrependeria. A fama de Ciro e dos filhos e filhas era tanta que raramente alguém se metia a besta. Acontecia, mas nesse caso o empenho deles era duplo, não só pela raiva como principalmente porque o boçal fazia perder tempo útil destinado a causas verdadeiras.

Depois de pronto o dossiê (o que levava meses até, algumas vezes), Ciro mandava os filhos (mais tarde eles passaram a se dedicar apenas ao teletrabalho), a seguir os contratados e associados, pessoal devidamente treinado que se incumbia de se aproximar dos alvos calmamente. Alguns achavam que era chantagem, de modo nenhum seria, de maneira nenhuma. Alguns chamavam a polícia, que já estava informada de tudo – de fato, o serviço de Ciro era benemérito, as pessoas hesitavam antes de fazer alguma bandalheira, sabendo que poderiam ser pegas.

A fama de Ciro crescia e mercado era o que não faltava, pois o Brasil era campo farto. Ciro trabalhava no que gostava, ao mesmo tempo em que combatia o banditismo, ajudava até a solucionar crimes.

Serra, quarta-feira, 04 de abril de 2012.

A Beleza Não Põe Mesa

 

A Beleza era empregada na casa do doutor Mário.

Era tudo de bom.

Educadíssima, finíssima, limpíssima, de uma nobreza a toda prova.

Era negra.

Fazia todos os trabalhos da casa, ganhava super-bem frente a essas porcarias que se paga por aí e por ser quem era tinha várias regalias. Era mais do que da família, o povo todo a amava, tanto o doutor quando dona Selma, os filhos, os vizinhos, os entregadores, todos quanto a conheciam, até as crianças dos vizinhos quando as crianças as traziam, porque ela era puro desvelo.

Contudo, a Beleza não punha mesa.

Não tinha nada que a fizesse colocar os pratos e os alimentos na mesa, dona Selma é que tinha de fazê-lo, junto com as crianças ou os visitantes.

Não tinha como fazê-la pôr mesa.

O doutor Mário argumentava:

- Mas, Beleza, e se você fosse minha patroa, eu não teria de colocar a mesa? Ou se qualquer um fosse seu empregado?

Não adiantava.

Tinha havido (ainda há, em alguma medida) escravidão no Brasil, um dos últimos países a aboli-la (na Arábia Saudita houve servidão até a década dos 1960), parecia que ela estava se sujeitando, sei lá, ela não queria lembrar nem de longe do estado servil, de um ser humano submetendo-se a outro, é vergonhoso mesmo.

Nada a convencia.

Pessoa após pessoa achava que podia vencê-la com tal ou qual argumento, tudo baldado.

Que importava?

Se a Beleza não punha mesa, ela fazia muitas coisas boas, maravilhosas, de longe muito melhores que as de outros.

E todo mundo raciocinava: que importa se a Beleza não põe mesa? Ela tem inúmeras utilidades. Que seria de nós sem a Beleza? A Beleza nos alegra, nos traz felicidade, nos ilumina.

E cada qual procurava fazer o que a Beleza não fazia.

Serra, terça-feira, 10 de abril de 2012.

Placas Indicativas

 

A cidade era bem sinalizada.

Nas placas você podia ler:

- não corra demais;

- se for dirigir não beba, se beber não dirija;

- não coma excessivamente;

- nas mulheres não se bate nem com uma flor;

- não deixe para fazer as coisas na última hora;

- as crianças são nosso futuro, não as estrague;

- não escute música a todo volume nos ônibus;

- não gaste demais, controle as finanças;

- não desmate na beira dos rios a mata ciliar;

- não faça queimadas;

- não use agrotóxicos;

- não maltrate os animais;

- não jogue lixo nas ruas;

- não sonegue.

E mais uma tonelada de avisos muitos salutares, placas de advertência, placas indicativas cujo teor todo mundo conhecia.

Cadê que obedecíamos!

Os mais velhos detinham o conhecimento do que era daninho, porém os mais jovens não liam as indicações.

INDI-CAUÇÕES

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Descrição: http://www.crbio03.gov.br/bancoimg/110816115621Queimadas%202.jpg

Os melhores conhecimentos estavam disponíveis, contudo as pessoas não queriam ler. Eles não eram disseminados, não havia uma escola para adultos, fosse através de qual mídia (TV, Internet, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Rádio) fosse, com preocupação de veiculação das coisas sabidas, pontos batidos, conhecimento pacificado pela tecnociência há muitas décadas. Ninguém resumia os pontos pacíficos para torná-los amplamente divulgados no que poderíamos chamar de “conhecimento de placa”, coisas batidas e repetidas.

Éramos uma coletividade perdulária, disposta a perder coisas valiosas; e tínhamos a maior desconsideração, pois muito se perdia a cada ano por não lermos as indicativas. Um pouco de esforço e tanto seria poupado! Era somente questão de escrever e ler.

Tanta gente morta no trânsito, tantos assassinatos, tanto consumo de drogas, tanta gente espancada, era horrível. Tudo porque não liam a mais preciosa das indicações: “amai-vos uns aos outros”.

Serra, segunda-feira, 16 de abril de 2012.

Planejando os Filhos

 

João e Maria entraram na loja, que era muito bonita, toda branquinha, com bancos brancos e bonitos, assepsia perfeita e cheirosa, com atendentes muito elegantes, o fino da bossa, mais fino que isso seria diáfano, invisível.

ATENDENTE – pois não, em que podemos ajudá-los?

JOÃO – viemos planejar nossos filhos. Qual seu nome?

Estava escrito na plaquinha, mas ela foi educada.

ATENDENTE – Rosa.

JOÃO E MARIA – bom dia, Rosa.

ROSA – bom dia. Já sabem quantos vão querer?

MARIA – quatro.

ROSA – tantos assim? É bom ver que vocês têm boa disposição.

JOÃO – é, sim, quatro para enchermos a fazenda.

ROSA – de que cor?

JOÃO – de quatro cores diferentes: Branco, Negro, Vermelho e Amarelo.

ROSA – mais caro.

MARIA – não tem problema, todos bem tingidos. As peles amarela e vermelha desbotam? A negra fica ruça? A branca amarela?

ROSA – não, de modo nenhum, damos garantia para a vida toda, sempre mantendo o tom, a tonalidade exata que encomendaram. Nem ficam manchadas.

JOÃO – e quanto à altura?

ROSA – menos de 1,70 não recomendamos, mais de 2,30 gera problemas de coração. Vão querer todos ao mesmo tempo?

MARIA – não, um a cada dois anos, vamos sortear a cor de cada vez.

ROSA – e quanto ao QIMC (quociente de inteligência, memória e controle)?

JOÃO – não sabemos, só queremos amar as crianças. O que recomenda?

ROSA – menos de 100 já seria um Bush, teriam de dar atenção o tempo todo, acompanhar; mais de 180 seria um contestador, melhor não disputar. Uns 150, 160, talvez, aí é com vocês.

JOÃO – podemos encomendar atletas?

ROSA – podem, podem, mas é preciso decidir a inteligência primeiro, porque ela não coaduna com atleta: ou bem é inteligente ou bem é atleta, raras vezes as duas coisas juntas dão certo.

MARIA – há uma lista de pessoas da geo-história, seus QIMC, seus feitos?

ROSA – naquela época não havia QIMC ainda, era QI, temos de uns 200 anos para cá uma lista de políticos, de juízes, de governantes, de empresários.

JOÃO – e quanto às 15 mil doenças?

ROSA – bem, é uma curva do sino, poucos querem evitar poucas, poucos podem pagar para impedir todas, a maioria fica no centro. O custo também é progressivo.

JOÃO – acho que vamos ficar um pouco acima da média, né, Maria?

MARIA – é, sim, uns 75 %, acho, pode passar o cartão.

ROSA – cartão bom, pode até ser mais.

MARIA – não, 75 % tá bom. E quando à conformação do corpo, da cabeça, dos pés dos meninos e da bunda, dos seios das meninas? Queremos duas, vamos sortear a cor.

ROSA – bem, quanto a isso há um portfólio bastante largo. A questão é que por vezes as pessoas fazem escolhas disparatadas (não que seja o caso de vocês), porisso nosso programáquina formestrutural permite adequar, ele é chamado “proporcionador”, pois dá as proporções mais desejadas pela coletividade.

MARIA – não falei, João? Foi bom escolher esta firma.

ROSA – Então, estão prontos para falar com nossos bio-psicólogos?

JOÃO E MARIA – sim.

ROSA – por aqui.

Serra, segunda-feira, 16 de abril de 2012.

Preso nas Cadeias da Intriga

 

A intriga não pode ter fundo genético, não há um gene-da-intriga, mas ela vem do mesmo conjunto de genes onde são representadas as falhas humanas, todavia portadoras de valor de sobrevivência, isto é, tais falhas conduzem ao futuro, como o medo faz o indivíduo se esconder, preservando-o e permitindo-lhe ter descendência, que propaga o medo, reduzido em até 50 % no cruzamento seguinte (ou aumentado).

A intriga é uma corrente vindo do passado e através do presente indo ao futuro espalhar sua letalidade, seu veneno. Entrementes, os elos da corrente da intriga, suas cadeias, podem ser mensuradas, podem ser conhecidas.

AS CADEIAS DA INTRIGA

1. inimizade
2. medo
3. desconfiança
4. falsidade

E outras.

Como a pessoa se decide pela maledicência, o mal dizer?

Há alguma competência nisso.

Pois quem intriga está medindo a psicologia de quem irá ouvir, a modo de ver se será aceitável sem prova; a de quem fala, se tem autoridade para iludir; a de quem está ausente – se a falsificação colará na face conhecida do intrigado.

É uma arte? Comporta beleza? Se for arte, não é coletiva, porque nunca vi reunião de intriguentos. E se comporta beleza esta não foi classificada, nem houve qualquer concurso.

É uma técnica? Pode ser melhorada pelos estudos científicos? Até onde sabemos não deve ser técnica ou pelo menos não foi estudada a fundo, exceto pelos governos nazi-fascistas. Talvez um pouco pela propaganda quando ataca os outros publicistas.

Devemos concluir que a intriga é arte, mas solitária, começa de novo com cada aderente. Felizmente não prosperou enquanto veneno, não se coletivizou, não se tornou motivo de pesquisa & desenvolvimento. Ainda que não tenha prosperado na coletividade, alguns são artistas solitários bastante competentes em intrigar, desenvolvendo em si aqueles antivalores acima: 1) a inimizade leva ao 2) medo, que propele à 3) desconfiança, que empurra à 4) falsidade, que leva ao ato de intrigar.

Parece que o Congresso está cheio disso, bem como os corredores do poder onde, segundo dizem, fervilham as intrigas. Nunca estive lá, não posso dizer. Como os deputados são eleitos de quatro em quatro anos e os senadores de oito em oito, a renovação nos diz que os eleitos devem ser, segundo as chances, 50 % de intriguentos.

Essa lógica acabou por me ameaçar e decidi não prosseguir nas investigações. Não quero nem ter inimizade.

Serra, quinta-feira, 12 de abril de 2012.

Pró-Pulares

 

Winston atentou para o fato a partir da brincadeira que fala da MPBA (música prapular baiana, da Bahia): quantos seriam os ritmos voltados para o divertimento do povo? Quantos dos ritmos prá-pular seriam populares? Os modos de dançar festivos, europeus ou de outros continentes, eram de todos, alguns das elites. Quais seriam especificamente populares?

PRÁ-PULARES (os chamados “ritmos populares”)

SAMBA
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9_PhL7CM8FEXWltbGUcCvL0N_dyxRk3hi150KGfz6fnT4IPpY6MPcTYP4tH3_CI_EtZH8jj6hf_N8RUyDiarOT7u0_snQihwnGn1uqdUrm4xTHZCuCshwQhyphenhyphenl_b1EUOUVbPlKX-ZY2E75/s400/samba.jpg
FORRÓ
LAMBADA
(Com par)
MARACATU
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoqGDXpduH0vWI_uRxWUCx1psPyezy1v_vQ2aUkaCH-xFMi4_vB2s8-SC6kaJuAc2A5FaHdM-vLKzNcMyg8yMjfWzCSGkXng9NNcr4HLmXqdN_i4SIjfJcT6dHjGQQz-R9B3hUyC6ZxWTS/s320/MaracatuDesenho.jpg
BAIÃO
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlGl7VmpEun5Cqft38ewbaXh2wUlwlg4u0hyDjYWlxfJBPEPpwtBE8zPzxW8qrhL9hxPVzZaFDVpBwtPJxx1bKa7Re6OMYNCkJiN6OV_5VsaiOsQG5sgLZLqNes-cqtRQDkwaTzNi9FJk2/s1600/musicas+daqui+ritmos+do+mundo.jpg

Winston conseguiu financiamento do BANCOES para realizar um documentário sobre tais manifestações em todo o Brasil, destacando o ES, que é funil de toda a nação e não discrimina nada.

Ela pula, eu pulo.

Ela samba, eu sambo.

Winston fez livro a partir do documentário, deu entrevistas, fez palestras, foi ao Faust/ão, apareceu na TV Lobo.

Winston viajou pelo mundo falando nas universidades.

E o trocadilho chamou a atenção dele ao PRÓ, a favor, a favor-de-pulares, a favor das festas, das manifestações culturais, da alegria em geral, do entusiasmo, da vida como festividade, comemoração, festival do ser, celebração, ânimo, arrebatamento, a plenitude da alma, exaltação. Através das raízes gregas aprofundou-se na consagração através da dança, neste caso da con-sagração popular, a sagração coletiva, a exultação apaixonada do povo, da população.

Isso rendeu.

Winston entregou-se de corpo e alma.

Foi pular junto com o povo, teve insights, iluminações repentinas, relâmpagos emocionais e mentais, explodiu em demandas pop’s. Achou que todo esse tempo fora uma lagarta passando a pupa, e que logo voaria. Um dia, drogado, Winston voou pela borda de precipício e se esborrachou lá embaixo, virou pasta.

Houve um choque.

As pessoas ficaram estarrecidas, o governo interveio, o que só propagandeou as percepções de Winston como uma febre: quase uma dúzia pulou depois disso, até o governo interditar e retirar a plataforma, colocando mureta e guardas no local.
Serra, quinta-feira, 12 de abril de 2012.