Reconstruindo as
Pirâmides
Suponha que os dados
referidos pelo historiador grego Heródoto estejam corretos, segundo foram
passados a ele depois de dois mil anos (a Grande Pirâmide ou de Quéops foi
construída lá por dois mil e quinhentos antes de Cristo, ao passo que Heródoto
viveu de 484 a 420 a.C.): 100 mil homens levaram dez anos para fazer as
plataformas de elevação e mais vinte anos para construí-la, sendo trocados a
cada três meses.
Não faz muito tempo
descobriram em torno das pirâmides de Gisé as áreas ocupadas pelas moradias e
oficinas dos operários.
Imagine que cada
trabalhador, mesmo os mais baratos, custem 100 dólares por mês: US$ 100/mês x
12 meses/ano x 30 anos x 100 mil trabalhadores – só isso daria 3,6 bilhões de
dólares, sem falar na alimentação deles, seguro saúde, remuneração das
empresas, custo de transporte, etc., seria preciso avaliar corretamente,
através dos métodos de cálculo de obras dos engenheiros e arquitetos. Depois
teríamos o planejamento destes, a compra das pedras e o tempo em si, tudo isso
pressupondo tremenda organização. Imensos restaurantes para alimentação 100 mil
trabalhadores todo dia, deslocamento para e desde as obras, ferramentas,
constantes medições (pois a última pedra, a mais de cima, tem de ser uma só,
precisamente colocada, se não sobrarão brechas denunciadoras de incompetência).
Tem o aplainamento
do terreno, a colocação das pedras na horizontal, os corredores internos (os
visíveis e os invisíveis, que não foram ainda descobertos), a colocação da
pirâmide segundo os pontos cardeais e outros alinhamentos, a terra a ser movida
para a construção das plataformas, etc.
Construir realmente
talvez saia por dez vezes aquele valor, digamos uns US$ 40 bilhões, muito até
para os EUA, divididos em 30 parcelas de mais de um bilhão de dólares por ano.
E deveria ser programa de SETE governos de quatro anos cada, mais dois anos,
uma certa continuidade mínima. Bom, se não dá para fazer de fato, dá para
imaginar em virtual, quer dizer, reunir um grupo de engenheiros que faça os
diagramas PERT e demais alocações de tempo e espaço, de modo a corresponder
mais ou menos, dentro da margem estatística de erro, ao projeto e à execução
reais, para termos uma idéia, mesmo que aproximada, do valor verdadeiro de
mover e colocar 6,3 milhões de toneladas de pedras, ou seja, 2,5 milhões delas,
cada uma com 2,5 toneladas.
Só assim teremos uma
visão do que realmente significou a construção das pirâmides, que são tantas e
tão espalhadas, para os povos que as originaram, e da importância das mensagens
que queriam nos legar.
Vitória,
sexta-feira, 11 de abril de 2003.
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