quinta-feira, 4 de maio de 2017


Reconstruindo as Pirâmides

 

                            Suponha que os dados referidos pelo historiador grego Heródoto estejam corretos, segundo foram passados a ele depois de dois mil anos (a Grande Pirâmide ou de Quéops foi construída lá por dois mil e quinhentos antes de Cristo, ao passo que Heródoto viveu de 484 a 420 a.C.): 100 mil homens levaram dez anos para fazer as plataformas de elevação e mais vinte anos para construí-la, sendo trocados a cada três meses.

                            Não faz muito tempo descobriram em torno das pirâmides de Gisé as áreas ocupadas pelas moradias e oficinas dos operários.

                            Imagine que cada trabalhador, mesmo os mais baratos, custem 100 dólares por mês: US$ 100/mês x 12 meses/ano x 30 anos x 100 mil trabalhadores – só isso daria 3,6 bilhões de dólares, sem falar na alimentação deles, seguro saúde, remuneração das empresas, custo de transporte, etc., seria preciso avaliar corretamente, através dos métodos de cálculo de obras dos engenheiros e arquitetos. Depois teríamos o planejamento destes, a compra das pedras e o tempo em si, tudo isso pressupondo tremenda organização. Imensos restaurantes para alimentação 100 mil trabalhadores todo dia, deslocamento para e desde as obras, ferramentas, constantes medições (pois a última pedra, a mais de cima, tem de ser uma só, precisamente colocada, se não sobrarão brechas denunciadoras de incompetência).

                            Tem o aplainamento do terreno, a colocação das pedras na horizontal, os corredores internos (os visíveis e os invisíveis, que não foram ainda descobertos), a colocação da pirâmide segundo os pontos cardeais e outros alinhamentos, a terra a ser movida para a construção das plataformas, etc.

                            Construir realmente talvez saia por dez vezes aquele valor, digamos uns US$ 40 bilhões, muito até para os EUA, divididos em 30 parcelas de mais de um bilhão de dólares por ano. E deveria ser programa de SETE governos de quatro anos cada, mais dois anos, uma certa continuidade mínima. Bom, se não dá para fazer de fato, dá para imaginar em virtual, quer dizer, reunir um grupo de engenheiros que faça os diagramas PERT e demais alocações de tempo e espaço, de modo a corresponder mais ou menos, dentro da margem estatística de erro, ao projeto e à execução reais, para termos uma idéia, mesmo que aproximada, do valor verdadeiro de mover e colocar 6,3 milhões de toneladas de pedras, ou seja, 2,5 milhões delas, cada uma com 2,5 toneladas.

                            Só assim teremos uma visão do que realmente significou a construção das pirâmides, que são tantas e tão espalhadas, para os povos que as originaram, e da importância das mensagens que queriam nos legar.

                            Vitória, sexta-feira, 11 de abril de 2003.

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