Morro Nesse
Investimento
Os morros,
especialmente os do Rio de Janeiro, capital, comportam milhões de moradores,
que através do tráfico abrigado e complacente de drogas vem fazendo oposição à
burguesia. Como anarco-comunista eu deveria estar feliz que a burguesia se
desse mal, mas no caso há projetos mais elevados, porisso vou intervir.
É evidente que aonde
chegam os lucros cessam nas almas de quase todos as oposições, porque vão se
realizando os sonhos próprios e não os dos outros: piscinas em lugar da
educação geral, viagens à Europa em lugar do projeto de igualdade e assim por
diante. Há os resistentes, os que não se dobram nunca, que permanecem fiéis à
revolução para sempre, mas são poucos. Para a grande maioria os desejos,
exacerbação das vontades mínimas, ocupam o horizonte quando podem ser
satisfeitos e tudo que é coletivo é deixado de lado.
Assim sendo, até
para limpar a área dessa grande massa de inúteis para a verdadeira revolução é
preciso diminuir sua excitação dinâmica, ou seja, sua temperatura de promessas
vãs, dando-lhes aquelas satisfações que os aquietarão. Ora, basta levar ao
morro investimentos e os de dentro calarão os traficantes.
INVESTINDO NO MORRO (como se faz nas baixadas)
1. Economia (agropecuária/extrativismo,
indústrias, comércio, serviços e bancos);
2. Sociologia (muitas, muitas
organizações: divididas em PARA HOMENS e PARA MULHERES; com organizações
comunitárias de ponta, voltadas, digamos, para os laços com a África);
3. Ligações com os governempresas e
pessoambientes (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES:
cidades/municípios, estados, nações e mundo).
Pode-se criar um Departamento das Favelas
com um ministro sem pasta ligado diretamente ao presidente. Com uma Caixa
de Sugestões aberta ao mundo inteiro, com endereços reais e virtuais,
com uma Mesa de Telefonia com inúmeros PABX, com gente podendo realizar
palestras – enfim, uma coisa revolucionária. Há tantas oportunidades que às
vezes não sei o que essa gente andou pensando (para não dizer não-fazendo,
porque muito pouco fizeram).
Vitória, terça-feira, 16 de março de
2004.
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