Micrópteros e
Portadores
Vi num canal pago
reportagem sobre os pequenos aviões que estão sendo feitos e li de passagem
títulos em revistas, pelo quê fui pensando em coisas miúdas, dos helicópteros
vindo a idéia de um enxame desses pequenos voadores que pode ser solto por um
aparelho maior sobre qualquer espaço nacional em caso de conflito.
Aos pequeníssimos
helicópteros - do tamanho de pássaros ao de insetos - poderíamos chamar
micrópteros, o nome é sugestivo, enquanto aos aviões que os carregassem portadores
– é natural. Não faz sentido continuar a construir aparelho ao custo de milhões
de dólares e até bilhões, além da potencial perda de vidas irrecuperáveis,
quando os programáquinas podem substituir a contento, especialmente à medida
que a chamada IA (inteligência artificial – o que não é, ainda) possa
substituir a distância do operador. Centenas e até milhares dessas coisinhas
poderiam ser soltas nos céus com programas para buscar usinas de tratamento de
água, usinas de energia, fábricas de armamento e todo tipo de instalação
sensível. Aliás, é ridículo que ainda tenhamos de fazer guerra, é absurda essa
humanidade. Mas vá que se tenha de preservar uns e condenar outros, segundos as
preferências, então o jeito é a contragosto adiantar algumas idéias que mudem o
panorama das forças e dos poderes e as correlações deles.
Como um avião pode
fazer várias viagens por dia (chamam de “missões”) pode literalmente entupir os
céus de bombas miniaturas com computadores rodando programas de identificação,
com olhos eletrônicos mirando os alvos determinados, chegando bem de perto para
travar com certeza a mira. Pode até ser enviado esse aparelhinho com uma
pequena fábrica de dissociação de água (que sempre está presente na atmosfera)
em hidrogênio e oxigênio ou qualquer gás que vá servir de combustível, tornando-se
então virtualmente eterno ali, enquanto não houver ordem de desarme e
identificação para recolhedores.
Enfim, como venho
afirmando, a tecnociência da guerra deve ser alterada, em particular
miniaturizada (estamos até atrasados em relação àquela palestra de Feymann
sobre nanologia).
Vitória,
terça-feira, 16 de março de 2004.
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