domingo, 28 de maio de 2017


Universidade de Imagens

 

                            Começando com As Imagens Naturais e as Palavras que as Traduzem, no Livro 69, depois com A Ditadura das Palavras, Livro 70, Negócios SIM’s, neste Livro 71, cheguei à conclusão de que são excessivas as palavras no mundo, que os intelectuais instalaram uma ditadura dos sinais literários, que aprisionaram a humanidade em torniquetes racionais que extrapolam a utilidade.

                            Pensei nessa UI em que houvesse preponderância de imagens e não de palavras. Não se quer a ditadura reversa, mas como não existe nenhuma UI pode-se colocar uma para contrapesar no outro prato da balança, rumo ao equilíbrio. Nela os pesquisadores buscariam as formas, os modos de expressar por imagens, de promover a absorção pedagógica numa taxa mais alta através de figuras e não de palavras e conceitos, de superfícies ou exteriores e não de estruturas e interiores.

                            Porque, se não estou enganado no modelo, a soma zero 50/50 dos pares polares opostos/complementares colocam que 50 % da humanidade são mais voltados para as imagens, as estampas, as representações e 2,5 % ou 1/40 é incapaz de aprender por palavras, o que pode ser testado nos laboratórios de psicologia. A dificuldade vai num crescendo até atingir extrema resistência, contra a qual ficam se batendo inutilmente os intelectuais, pois essa fração jamais se renderá, já que pertence ao plano da Natureza na Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas.

                            Portanto, ao colocar universidades-de-palavras os governempresas estão servindo apenas a metade da humanidade, humilhando e destratando a outra metade, que só será atendida quando se espalharem as universidades-de-imagens. Como estas não existem, sequer umazinha, uma só, deverão ser inventadas pacientemente, porque no início não haverá quase nenhum material, porque fomos dominados nos últimos 5,5 mil anos pela invenção da palavra. Será preciso REINVENTAR A IMAGEM, reautorizá-la, reintroduzí-la no plano do pensar e do agir, o que demandará tempo, um tempo relativamente longo, pois no início haverá dissonância cognitiva, parecerá difícil aprender com imagens, até que os “imaginários”, digamos assim, se apresentem nas classes de imagens, onde se sentirão como peixes na água, especialmente os magicartistas.

                            Vitória, domingo, 14 de março de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário