Universidade de
Imagens
Começando com As Imagens Naturais e as Palavras que as
Traduzem, no Livro 69, depois com A
Ditadura das Palavras, Livro 70, Negócios
SIM’s, neste Livro 71, cheguei à conclusão de que são excessivas as
palavras no mundo, que os intelectuais instalaram uma ditadura dos sinais
literários, que aprisionaram a humanidade em torniquetes racionais que
extrapolam a utilidade.
Pensei nessa UI em
que houvesse preponderância de imagens e não de palavras. Não se quer a
ditadura reversa, mas como não existe nenhuma UI pode-se colocar uma para
contrapesar no outro prato da balança, rumo ao equilíbrio. Nela os
pesquisadores buscariam as formas, os modos de expressar por imagens, de
promover a absorção pedagógica numa taxa mais alta através de figuras e não de
palavras e conceitos, de superfícies ou exteriores e não de estruturas e
interiores.
Porque, se não estou
enganado no modelo, a soma zero 50/50 dos pares polares opostos/complementares colocam
que 50 % da humanidade são mais voltados para as imagens, as estampas, as
representações e 2,5 % ou 1/40 é incapaz de aprender por palavras, o que pode
ser testado nos laboratórios de psicologia. A dificuldade vai num crescendo até
atingir extrema resistência, contra a qual ficam se batendo inutilmente os
intelectuais, pois essa fração jamais se renderá, já que pertence ao plano da
Natureza na Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas.
Portanto, ao colocar
universidades-de-palavras os governempresas estão servindo apenas a metade da
humanidade, humilhando e destratando a outra metade, que só será atendida
quando se espalharem as universidades-de-imagens. Como estas não existem,
sequer umazinha, uma só, deverão ser inventadas pacientemente, porque no início
não haverá quase nenhum material, porque fomos dominados nos últimos 5,5 mil
anos pela invenção da palavra. Será preciso REINVENTAR A IMAGEM, reautorizá-la,
reintroduzí-la no plano do pensar e do agir, o que demandará tempo, um tempo
relativamente longo, pois no início haverá dissonância cognitiva, parecerá
difícil aprender com imagens, até que os “imaginários”, digamos assim, se
apresentem nas classes de imagens, onde se sentirão como peixes na água,
especialmente os magicartistas.
Vitória, domingo, 14
de março de 2004.
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