segunda-feira, 1 de maio de 2017


Que Tempo Está Fazendo?

 

                            Lá nos textos sobre tempo (veja no modelo Novo Relógio, para começar) raciocinei sobre as grandes unidades de tempo, a começar do ano. Agoraqui vamos ver as menores que ele.

                            Vejamos o dia.

                            Originalmente seria natural (mas não em toda parte, só precisamente sobre o equador) o dia ser dividido em duas porções, ESCURA e CLARA, não-insolada e insolada. Sem-luz e com luz. Só podemos dizer que são duas metades, nada mais que isso. Muito mais para frente, definiram que o ano teria 365 pares desses (chamados “dia”, que serve tanto para designar o todo do par quanto metade dele, havendo neste caso NOITE e DIA, para acompanhar respectivamente acima). Mas não precisamente 365, senão 365 e um quarto, ¼, 0,25 de dia, na realidade 0,2427, mais aproximadamente.

                            Disseram que o dia-duplo (dia-e-noite, chamemos de Dia, por oposição a dia = Dia/2) teria 86.400 segundos, o que quer que seja por enquanto o segundo. Na verdade o Dia tem 23 horas e 56 minutos (23,93 horas, em decimal), numa aproximação melhor, faltando quatro minutos para fazer 24 h 00 min. Como você sabe a base de contagem é sexagesimal, herdada dos sumérios, e não decimal, que é a base dominante nas contagens comuns da aritmética (mas não na informática, onde é o dois, base binária). Então o Dia tem (23 horas x 60 min/hora + 56 minutos =) 1.436 min.

                            Em vez de dividir o Dia em duas porções, poderíamos fazê-lo em qualquer número par que fosse divisor de 60.

                            A DIVISÃO DO DIA

PARTES NUM DIA DE 12 HORAS
PARTES E MINUTOS DELAS
MINUTOS DAS
PARTES
Uma
(1 x 720) x 2
720
Duas
(2 x 360) x 2
360
Três (*)
(3 x 240) x 2
240
Quatro
(4 x 180) x 2
180
Seis
(6 x 120) x 2
120
Doze
(12 x 60) x 2
60
Vinte e quatro
(24 x 30) x 1/2
30

(*) os padres nos mosteiros usavam um sistema assim, dividindo o Dia em seis porções de três horas cada, 6/7/8, depois 9/10/11, etc. Vinte e quatro não é divisor, mas 12 e 2 são.

De tudo, a melhor divisão seria termos 1.436 partes, tanto quanto os minutos, mas quem saberia do que estamos falando se disséssemos que estamos na 783ª parte do dia? Isso é de manhã ou de noite? Incidentalmente 718 sendo a metade, seria de noite. E não haveria como o cérebro humano contar, as pessoas não guardam números tão grandes, diz o modelo. Não há na Natureza essas precisões numéricas, nem a Lua tem ciclo de 28 dias, exatamente, senão mais de 29; o 28 (4 x 7) foi introduzido artificialmente, por razões mágicas já mostradas.

E o apontamento aqui é justamente esse. Qualquer que fosse a razão era mágica, porque não há sentido em fazer 24 horas x 60 min/hora x 60 s/min ou 86.400 segundos, porque nem dá isso: seriam 86.160 minutos (1.436 x 60). O segundo (que vem de “segundo minuto”, ou segundo DI/MINUTO, depois do primeiro minuto ou PRIMEIRO PEQUENO; resumidamente PRIMEIRO PEQUENO e SEGUNDO PEQUENO, menor ainda; ou primeiro MINUTO e SEGUNDO minuto) não é melhor que o primeiro, pois ele também não se refere senão forçadamente à batida do coração humano, acontecendo delas 70 ou mais num minuto, enquanto de segundos num minuto temos 60.

Fazendo o caminho inverso: 1) deveríamos adotar 70 segundos num minuto, mas adotamos 60, porque é parte do sistema sexagesimal dos antigos; 2) contando em minutos o dia teríamos 1.436 partes num dia; 3) as horas NÃO SÃO precisamente 24 e sim 23,93 h ou 23 h 56 min. Num ano não há 365 dias e sim 365,2427 dias (e poderíamos precisar o número indefinidamente usando o relógio de Césio). Poderíamos ter usado o sistema decimal e ter “horas” de (1.436/10 =) 144 minutos aproximadamente (duas horas mais 24 minutos). Que diferença faria? As “horas” seriam simplesmente mais compridas, demorando mais a passar. Metade do Dia teria 5 “horas” e a outra metade outro tanto, ou seja, dia e noite de 720 minutos, igualmente. Depois das “seis” da manhã (que poderíamos chamar de PRIMEIRA) a próxima hora seria às 8 e 44, SEGUNDA; a seguinte, TERCEIRA, às 11 e 28 e assim por diante. Acordou, acontece uma “hora” intermediária e já é almoço, depois o meio da tarde, depois o anoitecer e assim por diante. Poderíamos dividir em períodos de trabalho de quatro horas: 6/10/14/18/22/2/6. Poderíamos dividir de qualquer modo. Porque o número doze está presente em toda parte? Por que os antigos fizeram questão de frisá-lo com tanta insistência? Doze casas do zodíaco, doze apóstolos, doze horas no dia e na noite e assim por diante. Por quê ninguém jamais mexeu nisso?

Certamente é uma mensagem.

Foi feita para atravessar o tempo até que alguém saiba decifrar e apontar onde essa chave cabe – que porta ela abre.

Evidentemente ainda não sei, dado que estou fazendo a pergunta. As pessoas questionam todas as coisas, menos o alfabeto e a contagem das horas, o que é bem estranho. Com tanta gente para pensar pensando tudo que há para ser pensado como é que ninguém nunca questionou a seqüência alfabética (já mostrei porque: veja os textos sobre ordens numéricas dentro dele) e os relógios? E do mesmo modo as cartas do baralho (lá também mostrei a razão).

Há aí qualquer coisa! Definitivamente.

Vitória, quarta-feira, 14 de janeiro de 2004.

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