sábado, 6 de maio de 2017


O Preço da Imortalidade

 

                            Fico pensando nos grandes, nos que estão acima de povo, lideranças, profissionais, pesquisadores e estadistas, os santos/sábios e os iluminados, essas duas seções, e no que tiveram de SE PODAR de convivência para sobrar espaço e tempo de PENETRAR PROFUNDAMENTE no desconhecido.

                            CORTANDO FUNDO (em si mesmos)

·        TALHANDO A CONVIVÊNCIA COM AS PESSOAS

1.       Evitando os indivíduos;

2.      Fugindo das famílias;

3.      Desviando-se dos grupos;

4.     Evadindo-se das empresas;

·        APARTANDO-SE DOS AMBIENTES

1.       Retirando-se das cidades/municípios;

2.      Evitando os estados;

3.      Destacando-se das nações;

4.     Desunindo-se do mundo.

Assim, quando vemos essas listas das grandes pessoas estamos vendo quem se separou ou foi separado por força de suas missões, nos vários níveis de distinção, dos conjuntos que as rodeavam, pois inventar o novo é inventar a DOR DE SI. Partilhar o velho é partilhar médias, em vários graus de medianização, ao passo que para chegar ao novo é preciso visão distinta, separada.

Então, quando vemos inventores, quando vemos descobridores, ali estão necessariamente os que se separaram da massa para trazer a novidade até nós. E, claro, eles e elas sofreram, por vezes barbaridades, em nome do coletivo e até diretamente por insistência desses agrupamentos. Para beneficiar a todos esses grandes sofrem horrores, em termos de zombarias, de desprezo, de injúrias, de malícias, de malignidade direta, frontal, franca. Muito depois a posteridade romantiza a vida dos grandes, mas a realidade é outra; a realidade é a angústia cotidiana, as críticas ferinas, a maldade insana contra eles e elas.

A imortalidade custa muito caro.

Vitória, domingo, 25 de janeiro de 2004.

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