sábado, 6 de maio de 2017


O Grupinho da Mãe Dominante

 

                            Existindo na caverna uma Mãe Dominante, a fêmea mais produtiva em quantidade (número de filhos) e qualidade (sobreviventes além do primeiro ou do quinto ano), seguramente vai haver uma separação estatística notável, um triângulo menor superior, com mães mais produtivas que as outras, embora menos que a Matrona, a MD.

                            É natural que elas constituíssem um GRUPO DE DOMINAÇÃO de toda a vida dentro e fora da caverna, e que fossem mais e melhor alimentadas, tornando-se gordas, acima e muito acima da média, enquanto todas as outras permaneciam magras e famélicas, abaixo e muito abaixo da média. Eram objeto de amor e de ódio, de consideração e de inveja, e naturalmente zombavam das demais, escravizando-as, razão porque devem ter se tornado o arquétipo da ditadura dos gordos, o que seria depois muito detestado. Se foi assim o rastro disso pode ser seguido até hoje e além, para sempre, pois foram dez milhões de anos hominídeos. Evidentemente o sobrepeso produz outro esqueleto, a escultura de sustentação, que pode ser também rastreado e deve constituir na população total de mulheres um triângulo menor, talvez um oitavo (1/8) do todo, ou o que for.

                            Em todo caso, contando que as mulheres em geral cuidavam DOS FILHOS e vendo agora que tudo ia primeiro, mais e melhor para as mães dominantes, o grupinho da MD, é certo que havia na outra ponta um esqueleto-magro, o das mães que não tinham filhos e ficavam sempre subalimentadas, sempre com fome, sempre carentes de vitaminas, de proteínas, de açúcares, de tudo mesmo, inclusive de amor – MULHERES SECAS, deixadas à míngua tanto mais quanto menos tinham filhos e postas a serviço das outras, as matriarcas, as dominadoras que não são, NECESSARIAMENTE, as mais femininas, as mais atrativas, porque já comportavam dois dons (em quantidade e em qualidade, ou um dos dois); assim, no outro lado do espectro as magras se tornaram especialistas em beleza e em outras camuflagens, visando conseguir os depósitos de esperma; especializaram-se em várias tarefas fundamentais, que ajuntaram valor de sobrevivência à sua falha como procriadoras. Por outro lado, as matriarcas não precisaram desenvolver qualidade DE SERVIÇO nenhuma, pois tinham de sua natureza; e assim devem ser mulheres largadas, pouco afeitas aos serviços, acostumadas a mandar nas outras.

                            Vitória, sexta-feira, 23 de janeiro de 2004.

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