sexta-feira, 5 de maio de 2017


A Intenção de Fazer Livro

 

                            Vi ofertado na livraria O Livro Completo da Filosofia, de James Mannion, de modo que decidi raciocinar de quantos modos podemos criar livros. É pretensão, logo de início, pensar em elaborar um livro que complete um assunto. Veja o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, FILOSOFIA/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) para calcular que a Filosofia deveria pensar todos os conhecimentos altos e baixos, inclusive sobre si mesma, depois sobre o ato de pensar, se ele é possível e em que potência. Depois há as pontescadas científica e técnica, cada qual com doze pólos ou vértices, que na Filosofia devem ser replicados sob a forma generalizante.

QUANTOS LIVROS PODEMOS FAZER (só usando as palavras do título escolhido em português) DE FILOSOFIA – além do dele:

·        O livro da filosofia completa;

·        O livro incompleto da filosofia (seria um ótimo título, mostrando que ela se expande tanto que não podemos efetivamente abarcá-la; sendo como é tão estudada tanto no tempo quando no espaço como MODO DE CONHECER e em seus produtos);

·        O livro completo da filosofia completa (ainda mais pretensioso);

·        O livro incompleto da filosofia incompleta (sugerindo que mais gente poderia abordar o assunto de espicaçar Mannion); etc.

QUANTOS LIVROS PODEMOS FAZER FALANDO DE LIVROS

·        A filosofia do livro;

·        A filosofia do livro completo;

·        A filosofia completa do livro (intenção de abarcar a questão da editoria);

·        A filosofia incompleta do livro (abrindo o campo à exploração);

·        O livro de filosofia (mostrando cuidados especiais na criação deles);

·        O completo livro de filosofia (mostrando mapas do que seria a intenção de abarcar o assunto);

·        O incompleto livro de filosofia (indicando como é difícil fazê-lo, dado que há tantos assuntos abordáveis – uma lista necessariamente incompleta de assuntos já tratados e pendentes poderia ser posta, em duas seções);

·        E assim por diante.

Vê-se que o livro de Mannion é necessariamente risível, por mais esforçado que possa ser o autor. Como disse Grouxo Marx com outras palavras (vá buscar a citação correta): “Ri desde o momento em que peguei seu livro até o momento em que o larguei. Um dia pretendo abri-lo”. Cai como uma luva. O mundo é muito vasto para que o consigamos abarcar, pessoal ou coletivamente. Mas não é a mesma coisa, por exemplo, lançar um programa epistemológico TOTAL, porque ele é um ponto inicial, sendo constantemente revistas e ampliadas as abordagens ulteriores.
Vitória, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004.

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