Onde Começa o
Infinito?
O infinito tem a
estranha propriedade de começar em todo lugar e a propriedade ainda mais extraordinária
de não terminar nunca, que nos dá a estranha condição de todo ponto ser também
centro, sendo no mínimo a fantástica afirmação da importância de todos e cada
um (na realidade, como Deus é o não-finito, o que está eternamente mergulhando
no não-finito, TODOS são e cada um dos seres é, NECESSARIAMENTE, Deus).
Estava eu deitado à
beira da poça no pé do meu prédio quando tive essa compreensão de que o
não-finito começa em nós, em cada um e em todos. Isso quer dizer também que
TODA iniciativa é sempre o começo do infinito, que todas as pessoas estão
começando o infinito com cada ato seu, por menor que seja, e que qualquer ato,
por maior que seja não contribui mais que qualquer outro para o infinito, por
mais estranho que pareça a afirmação. Os atos de Einstein não contribuem mais
para o não-finito que o de qualquer Zé-Mané (mas o mesmo não se dá no finito –
neste, evidentemente, as descobertas de Einstein são MUITO MAIS importantes que
as da maioria das pessoas).
Então, como
representação na geometria, o infinito é o ponto todo no ponto; na reta começa
nalgum lugar e não termina jamais (é um segmento orientado de reta); no plano
tem um limite reto escolhido qualquer e segue dali; no espaço tem um plano
delimitador; no tempo tem um zero que é espaço. Agora, aquele ponto inicial de
uma reta já é apenas ponto por que passa outra reta não-finita, porque o
não-finito engloba todos os pontos.
Enfim, o não-finito
é uma das coisas mais esquisitas que há e a relação dele com o finito também é
estranha a bessa.
Vitória, domingo, 18
de janeiro de 2004.
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