segunda-feira, 1 de maio de 2017


O Volume de Amiel

 

                            Peguei a Enciclopédia e Dicionário Ilustrado Koogan/Houaiss de papel, Rio de Janeiro, Delta, 1993 e abri numa página qualquer, tomando o primeiro nome que li: Henri Fredéric Amiel (suíço, 1821 a 1881), escritor sem qualquer significado maior.

                            Vejamos que Amiel tem largura (X), altura (Y) e profundidade (Z) num sistema psicológico tricoordenado cartesiano: 1) figura ou psicanálise de Amiel; 2) objetivos ou psico-sínteses de Amiel; 3) produção ou economia literária de Amiel; 4) organização ou sociologia pretendida por Amiel; 5) espaçotempo ou centralização geo-histórica perseguida por Amiel.

                            Amiel tem VOLUME PSICOLÓGICO posto no tempo, o zero dele situando-se em 1821. Dele na Internet um certo Eustáquio Gomes disse: “Era professor tedioso. Nunca se casou. Permaneceu pobre. Enfim, um fracasso social completo”. Volume pequeno tinha o Amiel, quase um ponto, mas esteve no palco = PLANETA, um pontinho lá no fundo, quase incógnito. Contudo, todos são úteis de alguma forma e a do Amiel foi ser citado.

                            Se imaginarmos XYZ como 10.10.10 = 103 = 1.000, teremos um sistema de mensuração cujos vetores-padrão serão 1.1.1 e cuja dimensão volumétrica será o milhar. Todos devem caber entre o UM e o MIL, 1 < A < 1.000. Ou seja, ninguém é realmente insignificante e ninguém é 1.000. Precisamos de um sistema assim, porque começando errado, opiniático, com esta e aquela opinião de amigos e inimigos convergirá para a certeza nalgum ponto, enquanto isso oscilando em volta do centro; mais cedo ou mais tarde as classificações permitirão - mais ligeiro e sem perda de tempo - incidir o olhar de todos e cada um dos que vierem a ler com prontidão numa lista absoluta. Quando você abre uma Enciclopédia, como ler as imagens? Elas não têm sistema classificatório psicológico, o que é uma perda de tempo; o tempo de vida sendo tão curto deve ser acelerado, potencializado nas taxas pedagógicas ou de transferência de info-controle. Acontece que essa coisa não está sendo feita, até porque não tinha sido visualizada: que Vψ (volume psicológico) Amiel tinha? Vψ (A) =? Qual é o volume de Newton, qual o dos outros? Talvez devamos recorrer à emanação ou “saição”, como chamei, aquilo que sai ou emana de A ou B, quantas vezes A ou B é citado na posteridade. Ou a outros critérios. Enfim, como devemos julgar Amiel?

                            Vitória, quinta-feira, 15 de janeiro de 2004.

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