sábado, 6 de maio de 2017


O Fogo Que Criou a Humanidade

 

                            Vimos que há Dois Fogos (Livro 58), um Fogo Masculino (FM) e um Fogo Feminino (FF), o primeiro se alastrando sem controle, destruidor e imprevisível, violento, inimigo e arrasador, que age de uma vez só, que é linear, e o segundo sempre contido, amigável e íntimo, previsível, brando, controlável, calmo, amigo, que age muitas vezes, que é cíclico.

                            O FM era posto fora das cavernas, nas guerras de caça, e era maciço, como os de churrasco hoje, que são administrados em geral por homens (machos e pseudofêmeas). O FF era posto dentro das cavernas, no cozimento, na preparação de pastas, de alimentos, de poções para feridas. Não poderia ser este o fogo abrasador que era o outro, porque destruiria o ambiente de morada; porisso era fogo meigo, sereno, tranqüilo.

                            O outro, o masculino, como era ateado uma vez só e saía destruindo tudo que tocava, não era este fogo que temos nos lares de hoje e sim o que faz queimadas, destocamentos, destrói florestas, põe fogo no mundo, ataca nas guerras e conflitos; é aquele fogo das armas de fogo, dos canhões, das bombas atômicas. O feminino durava todo o ano. Enquanto o FM era um, talvez uma vez só no ano, talvez muitas, o fogo feminino operava 365 vezes num ano, ano-após-ano, década-após-década. As mulheres (fêmeas e pseudomachos) aprenderam muito sobre ele, dessa convivência que durou com os hominídeos dez milhões de anos e mais essa convivência racional dos sapiens nos mais recentes 100, 50 ou 35 mil anos, particularmente o FOGO CIVILIZADO dos 5,5 mil anos mais recentes ainda da escrita e da civilização.

                            O FM é o FOGO SELVAGEM, no máximo bárbaro, enquanto o FF é o FOGO CIVILIZADO, o que criou a humanidade, que a amansou, nem que para isso tivessem sido necessários muitos milhões de anos prévios e muitas dezenas de milhares depois. Vem daí a necessidade de estudarmos melhor logicamente e em campo esse fogo feminino, inclusive com o objetivo de replanejá-lo no lar.

                            Vitória, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004.

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