sexta-feira, 5 de maio de 2017


No Escurinho da Caverna

 

                            Caverna = CAMA = CASA = CAOS = ÁTOMO = ORDEM = CRIME = COMER = COMEÇO, etc., na Rede Cognata (veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas). No Modelo da Caverna dos homens caçadores e das mulheres coletoras podemos ver logicamente as cavernas (e a partir dos desenhos e fotos que vemos das existentes) com um buraco de entrada, equivalente à porta, um grande salão, na redondeza do qual colocados os quartos, como eu disse quando falei da reconstrução das casas.

                            O mesmo poderíamos pensar dos cinemas.

                            Deveria ser enorme salão, mas redondo ou abaulado, em vez de quadrado ou paralelepidal ou cúbico, com uma porta de entrada equivalendo à boca da caverna e uma tela de projeção como a atual, só que convergindo as linhas das paredes para ela, encontrando os vértices do retângulo de projeção.

                            E dá de a gente pensar se a tela de agora não é o equivalente das pinturas nas paredes da caverna contando das caças e das estações de vida dos hominídeos e dos sapiens; se o Cinema geral que inventamos não é meramente a colocação racional de uma atividade que se praticou longamente e ficou no inconsciente? O que acontecia com as pinturas? Como os cavernícolas se referiam e se referenciavam a elas? Como o estático se transformava pela gesticulação em dinâmico, em re-trat/ação (ação ou ato permanente de re-tratar, re-presentar, tornar presente de novo) para as novas gerações as grandes vitórias do coletivo? Não é um dos nossos modos de sonhar, o Cinema? Não estamos sonhando coletivamente sobre nossas vitórias e nossas derrotas?

                            Re-desenhar os cinemas para eles se parecerem com cavernas melhorará nosso sentido de aproveitamento deles? Parecerão mais satisfatórios? Ficaremos mais gratificados estando nessas formas novas/antigas? A volta do antigo nos tornará mais felizes, finalmente equilibrados? O que os tecnartistas terão a dizer? Há muitas perguntas a fazer.
                            Vitória, sábado, 24 de janeiro de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário