Leitura do Modelo
Por vezes, tendo
trabalhado durante tanto tempo no modelo, nas posteridades e nas
ulterioridades, me esqueço de que ele não é trivial para as pessoas que estão
de fora, que não fizeram o esforço de entendimento. Ele é simples, mas, como
tudo, depende de as pessoas estarem convivendo simplesmente com ele. Se elas
têm travas oriundas da antiga visão-de-mundo, percepção-de-mundo, irão
ressentir-se disso ao reolhar através das lentes do modelo, de modo que seria
preciso criar essas classes de leitura onde o modelo pudesse ser compactamente
exposto, de modo que ao ler os 252 textos maiores do modelo e os 316 menores
das posteridades e ulterioridades, sem falar dos até agora 70 livros de 50
artigos (3,5 mil). São muitos milhares de páginas que devem ser explicadas.
A pessoa explicando
de viva voz fica muito mais fácil de entender porque o diálogo, a fala retroalimentar
de duas vias permite sanar as falhas de compreensão, que não prosperam. É nitidamente
mais fácil aprender com professor que sozinho lendo um livro, de modo que tenho
de arranjar disposição para essa explicitação, para conversar com as pessoas
sobre o modelo e sua possível explicação. Isso toma tempo e se as tarefas forem
muitas será preciso treinar os intermediários, os que, lendo os livros do
modelo possam explicá-los a contento. Isso também toma tempo. É bem um círculo:
para diminuir o tempo gasto com explicações é preciso gastar tempo com
explicações. Muitas vezes os que escrevem se perguntam em nome de quê começaram
tudo isso, porque é fácil manter-se como quase todos ao nível de subsistência,
de mínimo contato com o mundo, que é, todavia, muito chato.
Vitória, sábado, 13
de março de 2004.
José Augusto Gava.
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