Deixando as Coisas
para a Frente
Desde quando meu pai
morreu em 1978, quando tinha 24 anos, venho pensando em suicídio; desde quando
passei os apertos dos aumentos constantes de pressão quando tinha 47 ou desde a
operação aos 49, penso na morte diariamente.
Isso é motivo para
reflexão.
Já adiantei muitas
coisas sobre Deus-i-Natureza, sobre a morte, sobre uma quantidade bastante
extensa de facetas da essência divina e da existência natural.
Agora devemos pensar
na frase “deixando as coisas para trás”, como dizem os populares sem
aprofundar, pois não existe passado, os objetos não podem ser deixados ao que
não existe e só existe e é o agoraqui, agora/tempo da Natureza, aqui/espaço de
Deus. Em resumo, os elementos não podem ser deixados ao acontecido, já que o passado,
todo ontem, encontra-se no agora-presente, vai deteriorando instante a
instante: todo antes está no presente, desaparecendo pouco a pouco,
desconstruindo-se, apagando-se, esfumaçando.
Deixamos as coisas para
adiante, para frente.
É claro que, como vimos,
o futuro também não existe; contudo, deixado tudo no presente, o presente
continuará presente, 06/05/17 se transformará eventualmente em 07/05/17, sábado
em domingo – ainda será hoje, nunca amanhã, que é somente um nome para o
possível hoje de depois de hoje.
Então, quando a
pessoa morre, ela deixa todos os prezadíssimos objetos (tapetes, televisores,
piscinas, terras, montanhas, navios, casas belíssimas, pedras preciosas, ouro,
prata, platina, carros) para os herdeiros, por defeito de construção socioeconômicas
os filhos e mais ao largo a humanidade, como já coloquei num conto.
Tudo aquilo de
material escorrerá do corpomente e suas travas, a pessoa ficará no presente-morto,
o passado, e começará a derreter, a desaparecer, a sumir, a apagar, a desmilinguir,
a rebentar em pedacinhos - para grande desespero dos avaros. Outros se
apoderarão delas. Os do orgulho (poder, fama, beleza, riqueza) passarão pela
grande tristeza de ver todas as coisas serem arrebatadas pelos demais. Tudo
amealhado com grande ou pequeno esforço deixará de ser deles.
Não é engraçadíssimo?
Eu acho.
Vitória, sábado, 6 de
maio de 2017.
GAVA.
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