sábado, 27 de maio de 2017


Clímaxes e Anticlímaxes de Adão Sai de Casa

 

                            Há várias situações nos filmes, mas em geral começa-se com um clímax menor, seguindo-se um anticlímax e no final um clímax verdadeiramente alto, que finda o cenário e fecha o enredo, resolvendo-o. O clímax inicial muitas vezes é usado para introduzir o poder do herói e da heroína, demonstrar que eles serão competentes para resolver o grande caso do final. Coloca-se um bandido menor apenas para delinear essas capacidades do mocinho e da mocinha.

                            Nos filmes em torno da coletânea Adão Sai de Casa os clímaxes devem corresponder aos temas dominantes, aqueles que foram delineados nos artigos, porque se trata de um grande conjunto, de uma demonstração elaboradíssima (se tivermos sorte de conseguir passá-la). A idéia é frisar aquele ponto importante do artigo no filme, no que serão alturas maiores e menores do grupo, de todo o plano de ASC. Portanto, não sei como os diretores se virarão para conseguir esse efeito coletivo sem deixar de elevar o seu exemplar em especial, quer dizer, beneficiar o todo sem prejudicar cada parte que lhes compete. Que saídas acharão? Eu não sei, é porisso mesmo que precisamos dos gênios, dos criadores.

                            Pois devemos partir de um plano virtual em que não saberemos onde se situarão os altos e baixos futuros para desenhar este alto ou baixo em particular. Quer dizer, como este morro que determinado diretor está criando se harmonizará com o que ainda não existe nem pode ser visto (pois será criado no futuro)? Eis uma questão poderosa que os gênios deverão resolver a contento. Será como o ator interagir com figuras imaginárias, do modo como fez Brendan Fraser em A Múmia, EUA, 1999.

                            Vitória, sábado, 13 de março de 2004.

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