A Velocidade de Rita
Rita é uma colega fiscal.
Almoçando com ela e K no centro de
Vitória ela me disse que houve um tempo em que lia um livro de 800 páginas em
3,5 horas; às vezes cinco ou seis livros num dia e num ano até mil. Nem de
longe chego perto disso, nem mesmo Gabriel e Clara, que são grandes e velozes
leitores. Marco os textos e demoro à bessa, levando vários dias para ler um só.
Não sei se ela lia segundo esse
detestável método que é chamado de “leitura dinâmica” (suponho que a outra seja
“leitura estática”, por oposição), que só deveria ser empregado em tempos de
guerra. Não a estou julgando, nem muito menos condenando, só não sei se isso é
útil. O que se grava a tão grande velocidade? As pessoas são diferentes, minha
memória é terrivelmente ruim, mas a gente toda esquece muito, existem estudos a
respeito da capacidade de memorização. Que fica depois de uma leitura assim no
dia seguinte ou até no mesmo dia? No quê tal leitura transforma as pessoas? Não
só conceitualmente para burilar as compreensões como até emocionalmente o que
essas leituras proporcionam às almas das pessoas? Seria preciso saber,
investigar.
Vitória, domingo, 04 de dezembro de
2005.
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