segunda-feira, 4 de dezembro de 2017


A Velocidade de Rita

 

Rita é uma colega fiscal.

Almoçando com ela e K no centro de Vitória ela me disse que houve um tempo em que lia um livro de 800 páginas em 3,5 horas; às vezes cinco ou seis livros num dia e num ano até mil. Nem de longe chego perto disso, nem mesmo Gabriel e Clara, que são grandes e velozes leitores. Marco os textos e demoro à bessa, levando vários dias para ler um só.

Não sei se ela lia segundo esse detestável método que é chamado de “leitura dinâmica” (suponho que a outra seja “leitura estática”, por oposição), que só deveria ser empregado em tempos de guerra. Não a estou julgando, nem muito menos condenando, só não sei se isso é útil. O que se grava a tão grande velocidade? As pessoas são diferentes, minha memória é terrivelmente ruim, mas a gente toda esquece muito, existem estudos a respeito da capacidade de memorização. Que fica depois de uma leitura assim no dia seguinte ou até no mesmo dia? No quê tal leitura transforma as pessoas? Não só conceitualmente para burilar as compreensões como até emocionalmente o que essas leituras proporcionam às almas das pessoas? Seria preciso saber, investigar.

Vitória, domingo, 04 de dezembro de 2005.

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