O
Esturricado Páleo-Planalto
Desde que vimos abordando esse assunto nestes
Artigos Mais Novos, o que já tinha
sido feito antes avolumou bastante, vá seguir a trilha, ninguém vai parar para
te servir sopa de minhoca. No modelo ficou claro que a superqueda de
superflecha de 26 em 26 milhões de anos firmou um marco há 273 milhões de anos,
quando 99 % das espécies anteriores foram mortas e do 1 % restante surgiram os
seres formidáveis que são os manos-sauros, os dinossauros, os lagartões.
A queda de flecha é arrasadora, qualquer que
seja ela.
A de -273 milhões de anos separou o
Páleo-Planalto Brasileiro da África (que de modo nenhum tinha a forma atual),
empurrando o primeiro para o sudoeste e a segunda para o nordeste, com tudo que
sucedeu e foi mentalmente desenhado. Diferentemente daquela dos Álvarez de -65
milhões de anos, que arremeteu sobre o Iucatã na divisa entre água e terra (isso
é muito mais danoso, embora menos que diretamente no mar), a gigante de que
estamos falando caiu em terra e esturricou tudo, matou todas as plantas (a Wikipédia
diz que há 1.200 milhões de anos já existiam tapetes de algas, porém no mar),
queimou o ar, ferveu a água, provocou furacões que devem ter durado centenas de
milhares de anos com seus muitos raios, petrificou o solo, aplastou toda a
região e deve ter criado um estrato em que não há nenhuma vida evidenciada e
marcará a data: abaixo, sim, no meio, não, acima vida novamente.
Esse esturricado solo do Páleo-Planalto
caminhou para sudoeste durante muito tempo sem qualquer vida, até que aparecessem
pássaros para defecar cada vez mais para dentro (só isso já deve ter sido
maravilhoso, cobrir uma grande ilha de seis milhões de quilômetros quadrados de
fezes), permitindo que as plantas caminhassem para o interior em seu persistente
trabalho de colonização, esverdeando progressivamente o PPB, ao tempo em que no
horizonte começou a elevar-se o Arco dos Andes e a acontecer tudo aquilo que
foi falado. As plantas brotavam e tinham descendência cada vez mais variada, os
pássaros aninhavam, os insetos avançavam e foram em conjunto vencendo a terra
nua e depauperada, desértica e vitrificada.
Passaram-se os milhões de anos: seria
interessante ver os desenhos milhão de ano após milhão de ano, com os dados de
campo, os dados de realidade sobre onde, no Planalto Brasileiro a Vida (arquea,
fungos, plantas, animas e futuramente primatas, a partir de 100 milhões de anos
– os da América do Sul não devem ser parentes dos africanos) geral despontou, a
partir de seus depósitos provados.
Que cenários!
Da morte à nova vida, triunfo dessa poderosa
Vida. O passado não se parece mesmo com nada daquilo que pobremente nos impingiram...
Vitória, sábado, 23 de dezembro de 2017.
GAVA.
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