segunda-feira, 25 de dezembro de 2017


Robôs do Espaço

 

Nós temos pensado em robôs principalmente baseados em Terra, onde nós já temos inúmeras habilidades e interpenetração espaçotemporal pessoambiental, quer dizer, nossas PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e nossos AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundos) estão profundamente imbricados, preparados umas para os outros e vice-versa.

No espaço tudo muda de figura, lá não temos experiência alguma. Lá não há ar, nem água, nem terra/solo e o fogo/energia é difícil de obter; no centro não há vida e no centro do centro não há vida racional; não podemos falar porque não há ar para o som ir adiante. Lá o ambiente é propício para os robôs, hostil para nós. Lá a falta de gravidade amolece os ossos, enfraquecendo-os drasticamente, como ficou provado no pouco tempo que os astronautas e cosmonautas no espaço. Contudo, é “pertinho”, 360 a 36.000 km (para dar múltiplo de 100) em posição geossíncrona. Não havendo gravidade (na realidade, ela é diminuta, mas existe, pois não cessa nunca, nunca é realmente “gravidade zero” em lugar nenhum) os robôs não terão restrições grandes à mudança de posição, salvo as inerciais. Os músculos dos robôs não enfraquecem, seus ossos não perdem tutano, sua pele e corpo não sofre perfurações por micro-bólidos celestes, eles não se cansam, não precisam dormir, nada têm das fraquezas humanas.

Podem assumir quaisquer formas, não necessariamente antropomórficas; podem ser de diminutos a gigantescos sem peso algum; podem colher sua própria energia solar e ir aonde tiverem de ir com administração e telemetria da Terra, dado que para a velocidade da luz no vácuo de 300 mil km/s - o diâmetro da Terra sendo de 12,7 mil km - e as órbitas “baixas” em frações de segundo as máquinas reagiriam às nossas ordens partidas de confortáveis escritórios: os corpos estariam lá e as mentes aqui. Seriam os maiores corpomentes da geo-história da humanidade, com as cabeças na Terra e os corpos a milhares de quilômetros. Um número incalculável de pessoas poderia ser ocupado em quatro turnos de seis horas de operação para gerir um sem-número de robôs espaciais circulando por todo o sistema solar, mas principalmente em volta da Terra e da Lua, quando não em Marte e Vênus. Um enxame de zangões espaciais passeando por toda parte e fazendo todo gênero de tarefa impossível aos seres humanos sem o mínimo de risco para nós. Se as carapaças fossem perfuradas não choraríamos a morte de um ente querido, apenas substituiríamos esta ou aquela peça. Veja só que confortável! Não precisamos ir em carne-e-osso, só mentalmente, alugando os corpos robóticos para tudo que necessitássemos.

Nuvens e nuvens de naves-gafanhotos rodando de objeto em objeto circunterrestre, com milhões de milhões de pequenas naves-robôs de toda espécie.

Vitória, sexta-feira, 06 de janeiro de 2006

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