Os Zoutros Cidadãos
do Inferno
Talvez a gente faça uma idéia muito
errada do Inferno geral (porque se for organizado empresarialmente deve ter uma
matriz e filiais, quem sabe uma para cada nação da Terra, para cada estado,
para cada município-cidade: naturalmente umas filiais seriam maiores que as
outras). Ninguém diz que não é democrático como nos EUA, e que não sejam
cobrados tantos tributos como no Brasil (aqui é um inferno tributário, com 72
tipos diferentes, dizem). Como já afirmei, se tiver mulher deve ser superorganizado
(ver texto O Inferno Organizadinho,
Livro 151).
Na realidade, se nós formos para o
inferno não acharemos tanta diferença assim, porque se listarmos as coisas que
fazemos e calados e indiferentes vemos fazer na Terra tudo é mesmo infernal. E
certamente lá estarão todos os de que não gostamos, os “zoutros”, os que são
culpados ou cúmplices das maiores barbaridades, todas as coisas que detestamos.
Será o inferno uma democracia?
Não está dito que não é, só dizem que
as pessoas queimam (em que tipo de chama não dizem, todos deduzem que é fogo:
talvez seja fogo espiritual) e levam chicotadas, além de espetadas dos grandes
garfos. Talvez lá possam votar em dois partidos muito semelhantes que fingem
ser diferentes, como nos EUA, ambos a favor do diabo. Seguramente lá estarão
todos os chefes e se escapar um ou outro é por puro acaso. Todos os homens que
bateram em mulheres e crianças vão poder bater uns nos outros, se revezando na
posição suposta inferior. Poderíamos fazer uma lista enorme de defeitos que
levariam os zoutros à posição degradante de cidadão do inferno. Cidadania
talvez haja, mas seria cidadania degradada, como na Bolívia ou na maioria dos
países da África.
Acho até que se alguém se dispusesse a
mapear a Terra (como a Anistia Internacional) com PARÂMETROS INFERNAIS poderia
se surpreender ao ver que a maior parte do Globo ficaria vermelha, vibrando nas
cores tomadas como satânicas.
MAPA
DO INFERNO NA TERRA
Tudo que é deplorável nos outros e
em nós mesmos.
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Vitória, domingo, 15 de janeiro de
2006.
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