domingo, 29 de janeiro de 2017


Modelo de Alfabetização Interessada

 

                            Mesmo com o extraordinário Paulo Freire, que bondosamente redescobriu o interesse de Cristo no outro COMO VERDADEIRO PARCEIRO do desenvolvimento, ainda era um pedido pouco diferente do burguês, solicitação intelectual de que o alfabetizando participasse DOS INTERESSES ALHEIOS, como no caso seria a doação intelectual das letras.

                            Podemos ir muito mais longe.

                            Peguemos a família Souza (porque a família Silva, de Luís Inácio Lula da Silva, chegou ao poder, à presidência da República), FS ou só S, como instrumento do nosso raciocínio – uma qualquer lá dos grotões do sertão. Como tirar essa (D, miserável, mas poderia ser C, pobre, B, média-alta, ou A, rica) família de sua situação via alfabetização, que é de cinco níveis e de muitas intensidades e completudes? No caso do analfabeto se trata da alfabetização, do mero reconhecimento dos símbolos e de sua união como representante das palavras nominativas e dos conceitos lógicos, pela reunião delas em frases. A POSSIBILIDADE EXPRESSIVA das palavras e dos conceitos. Ora, para todos é assim, dado que todos somos analfabetos, de algum modo, pois sempre desconheceremos algo.

                            Deveríamos mostrar os desenhos lá da frente (pode ser em computação gráfica ou modelação eletrônica em programáquinas), lá do ponto onde se quer chegar, com todos os percalços e problemas por solucionar - com a ajuda de bonecos e cenários que representem as pessoas e os ambientes. Essa família-S VERIA os motivos pelos quais a alfabetização poderia agregar facilidades ao caminho humano dela, juntando os favores poderes (forças focadas, ordenadas) racionais acumulados ao longo de milênios. Como ela pode sair da situação presente para alguma outra MUITO MAIS confortável.

                            Que caminhos deveria percorrer? A quem dos governempresas pediria ajuda, se fosse o caso? Como conseguiria financiamentos? Quais os passos da trilha, ponto por ponto? Ela compreenderia facilmente que os caminhos dependem de palavras, afixadas nos lugares apropriados, mostrando-se, a cada passo: esta você não sabe ler, esta também não (e daí não pode seguir os passos até os sonhos de adiante).

                            Deixaria de ser interesse das burguesias e das intelectualidades para ser interesse próprio, que realmente move as pessoas. Não seria mais obrigação, sendo de dever, carência social, necessidade coletiva, e sim vontade das pessoas. Nada do ambiente pedindo, e sim as pessoas mesmo querendo. O mesmo princípio poderia ser usado para qualquer gênero de aprendizado.

                            Vitória, quinta-feira, 30 de janeiro de 2003.

Modelação Econômica e Psicológica

 

                            A computação gráfica da Economia (da agropecuária/extrativismo, das indústrias, do comércio, dos serviços e dos bancos) e da Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, das produções ou economias, das organizações ou sociologias e dos espaçotempos ou geo-histórias) consistiria na produção de entes e ambientes virtuais. Por exemplo, de PESSOAS (de indivíduos, de famílias, de grupos, de empresas) e de AMBIENTES (de municípios/cidades, de estados, de nações e de mundos) virtuais, como esse Simcity já faz de modo primitivo, mesmo no 3000 e no 4000.

                            Como PESSOAMBIENTES modelação de entes virtuais e de cenários virtuais, digamos os trabalhadores e os cenários industriais de fábricas. No estilo dos SIM’s, como já disse, incumbiria desenhar os trabalhadores (desde o de mais alto ao de mais baixo posto) as paredes, os pátios, os estacionamentos, os refeitórios, os escritórios, as estrada de acesso, os depósitos, as gerências, as áreas de trabalho operário, a chegada e descarregamento de material, os papéis que são usados, os uniformes de cada um, explicações sobre salários, sobre vendas, sobre aquisições, os fornecedores e os compradores, os representantes, os cuidados nas tarefas, os cuidados higiênicos, centenas de itens. Assim os funcionários não ficariam mais alienados da totalidade, não compreenderiam apenas sua pequenina porção do todo e sim superficial ou profundamente a totalidade das operações fabris. E do mesmo modo nos outros setores econômicos. Cada um viria de sua casa como um ponto numa linha, chegaria à fábrica, esta se abriria como PESSOAMBIENTE ou CENÁRIOENTE do fazer e cada um poderia, em computadores da empresa, em fitas de vídeo, em DVD em casa, ou em filmes documentários explicativos, como a totalidade funciona e como cada um é importante para esse todo operativo.

                            Imagine só como todos e cada um poderia compreender não apenas seu esforço individual como o do coletivo de trabalho e até dos demais coletivos, em cada setor econômico, em cada setor sociológico, nos governos, em tudo mesmo. As pessoas entenderiam que são partículas e todo ao mesmo tempo. Isso por si só já melhoraria tremendamente a humanidade.
                            Vitória, quinta-feira, 30 de janeiro de 2003.

Mídia das Pessoambientes

 

                            Já pedi mídia (TV, Revista, Jornal, Livro, Rádio e Internet) das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações, mundo). Agora, como operacionalizá-la? Por exemplo, o Jornal dos Municípios/Cidades deve dividir-se em duas seções, Jornal do Município (distritos) e Jornal da Cidade (bairros).

                            Como colocar a Rádio da Família? Isso pressupõe a Psicologia (figura ou psicanálise da família, objetivos ou psico-sínteses da família, produções ou economias da família, organizações ou sociologias da família, espaçotempos ou geo-histórias da família) da Família geral, em maiúsculas conjunto ou grupo ou família de famílias. Quem pode falar da Família? Quem pode correlacionar a Bandeira da Proteção (lar, armazenamento, segurança, saúde e transporte) com a Família? Isso é eminentemente distinto da BD das restantes pessoas e dos representantes dos ambientes.

                            Como são as famílias nos quatro mundos? Como elas se relacionam com o Judiciário e os juizes, com o Legislativo e os políticos, com o Executivo e os governantes? Como elas se ligam com as (até agora descritas) 22 tecnartes? Como as famílias se relacionam com as 6,5 mil profissões? Como lidam com o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral? Quais os interesses das famílias? Como beneficiá-las? Como fazer o cruzamento dos meios (5) com as pessoas (4) e nos ambientes (4)? Que governos e que empresas se lançarão na frente?

                            Uma coisa é sabermos ser necessário completar a mídia em todas essas dimensões e outra muito diferente é operacionalizá-la, a qualquer nível, de municipal/urbano a mundial.

                            É preciso criar um grupo ad hoc para viabilizar essa questão.

                            Vitória, domingo, 02 de fevereiro de 2003.

                            Um dia depois do aniversário de Clara, minha filha.

MICA de Guerra

 

                            O A é de A/rtificial e o MIC é de M/emória, I/nteligência e C/ontrole, a Chave do SER do modelo. Portanto, MIC ARTIFICIAL, dos seres novos, sejam eles expansões biológicas/p.2 (baleias, chimpanzés, elefantes, golfinhos) ou psicológicas/p.3 (humanos) ou ciborgues (exterior robótico, interior humano) ou andróides (exterior humano, interior robótico) ou robôs ou computadores inteligentes. Na FC os militares vêm sonhando com isso. Parece sempre bom colocar essas criaturas não-humanas para lutar nossas guerras, mas na realidade seria horrível. Em primeiro lugar porque deveríamos evitar as guerras. Em segundo, elas não serão inconscientes, longe disso, terão consciências MUITO MAIS apuradas que as nossas, atuais. Se as nossas giram em torno de 1,0 (0,7 a 2,2, digamos, Bush JR a 0,9), as MICA terão 4, 8, 16, 32, 2n, sem limites.

                            Acontece que os programáquinas progredirão a um ritmo muito superior, pois não se trata mais de seleção natural biológica/p.2, nem de seleção artificial psicológica/p.3 (de PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; de AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundos) e sim informacional/p.4. Ou seja, a seleção na luta pela sobrevivência do mais apto ou mais hábil está dois degraus acima acelerada. Assim o Exército MICA (MICAE), a Aeronáutica MICA (MICAA), a Marinha MICA (MICAM), a Polícia MICA (MICApol) serão INUMANAS, não-humanas, de consciências (e inconsciências) MUITO MAIS avançadas que as humanas, incomparavelmente mais avançadas. Isso quer dizer guerras muito mais violentas, extremas de um modo que a humanidade não pode imaginar, de uma destrutividade inconcebível. Ponha-se no lugar dos animais e tente imaginar como seria na visão deles uma guerra humana – pois de nós para os seres novos a distância será logo muito maior.

                            Então, quando os generais de FC imaginam as guerras de FC com os “soldados universais”, “supersoldados” e outras invenções, não estão mesmo alcançando o lado negativo da soma. Nem de longe. Agora pare para fazer o exercício de imaginar a MICA voltada para a Dicionárienciclopédia inteira, todas as palavras elevando-se por saltos, contaminando-se mutuamente, fertilizando-se intercruzadamente. Ora, a MICA de guerra beneficiar-se-á também dessa multiplicação, ficando muito mais distante ainda.
                            Vitória, segunda-feira, 27 de janeiro de 2003.

Mestre João

 

                            Como nos diz a Barsa eletrônica João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira, consagradamente João Gilberto, um dos pais da Bossa Nova, tio Joãozinho (de nosso amigo PACOS, seus irmãos e irmãs e primos), nasceu em Juazeiro/BA em 10 de junho de 1931, tendo, portanto, feito 71 anos em 31 de junho de 2002. Em 1949 foi para o Rio de Janeiro, em 1958 lançou duas faixas e com isso o movimento bossanovista que tomou o mundo e perdura como algo criativo e único, conforme já retratei a partir do Livro 3, q.v.

                            Antes dele e de seu grupo a Música geral tinha duas vertentes que se detestavam, a clássica ou de câmera (incluídas orquestras) ou das elites e os ritmos populares, que nem sequer eram reconhecidos como músicas (letras e melodias), eram “batidas”. Depois elas se uniram pelo centro na MPB, Música Popular Brasileira, e o samba e os ritmos tiveram autorização para serem ouvidos e tocados em ambientes “chiques”. Então, João Gilberto construiu essa ponte, uma proeza extraordinária.

                            De um lugar remotíssimo - Juazeiro, interior profundo da Bahia, situada a cidade no sertão na divisa com Pernambuco (do outro lado da ponte sobre o São Francisco ficando Petrolina, PE), a 511 km de Salvador, capital do estado – vem um jovem aos 18 anos, pega um país dividido e literalmente o transforma numa potência musical ao romper os lacres ou selos que dividiam o povelite ou nação em duas porções antagônicas em potencial choque. Como já disse, é possível que ele tenha evitado o confronto desenhado, e não apenas no Brasil, ou pelo menos o retardado consideravelmente, até que outras potências construtivas se apresentassem. Lá vem um jovenzinho com a “viola no saco”, apresenta-se no cenário do mundo e faz sua revolução.

                            Não tenho muito respeito pelos seres humanos, porque a grande maioria é egoísta, ególatra até, centrada no próprio umbigo, auto referenciada, visando apenas suas satisfações e prazeres. Quando tenho, gosto de pensar nesses poucos como professores, o que João é, de fato, no mais alto grau. Não apenas por tocar, não apenas pela “batida diferente”, mas porque fundamentalmente esse ensinou à humanidade essa proximidade.

                            Mestre João. Grande Mestre.

                            Vitória, sábado, 25 de janeiro de 2003.

Marcas de Intolerância

 

                            Como eu disse, o divórcio devia existir no Brasil como prova de liberdade e quando foi lançada a idéia fui a favor. Pois impedir seria demonstração de intolerância pública. Fica definido que a aceitação é declaração de amadurecimento do país, dado que não evitamos defrontar os problemas, varrendo-os como fazíamos antes para debaixo do tapete das conveniências propagandísticas.

                            Por outro lado, caminhar para o divórcio é amostra da intolerância privada: o homem ou a mulher, ou ambos (em geral mais os homens) não tiveram condescendência bastante para aceitar à outra ou ao outro. Preferiram a si mesmos, desdenharam o aprendizado da proximidade. É como um correlato do consumismo: consomem-se outros parceiros como consumimos enlatados e bijuterias, dado que é relativamente tão fácil descartar-se. Assim, em lugar de dialogar a gente prefere desfazer-se dos problemas. Uma vez que a coletividade também não quer investir na solução dos problemas familiares, que vão desse modo acumulando-se, tanto o público quanto o privado acometem aquilo aparentemente mais fácil – suprimem-se os problemas porque pensamos obter assim mais tranqüilidade. No entanto os filhos sofrem, as linhas de amizade são abaladas e famílias passam a se odiar, pois os casamentos são de PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) em AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo) e todos são balançados.

                            O resultado, desastroso, é que vamos pelo caminho mais fácil e não pelo mais difícil. Em linha reta caminhamos para o precipício ou para o afogamento no mar. O caminho da Igreja, sendo o mais difícil, é o mais correto dos dois, o do enfrentamento dos problemas da convivência. Entrementes há um mais correto ainda: manter o divórcio e investir no entendimento do par com as 22 tecnartes e com os conhecimentos (mágicos/artísticos, teológicos/religiosos, filosóficos/ideológicos, científicos/técnicos e matemáticos) todos.

                            O quê dá errado nos casamentos? Devemos prover soluções em largo espectro, de forma que mesmo havendo a possibilidade de separação as pessoas procurem conversar, entender e solucionar os problemas. Talvez devêssemos construir ou confeccionar um programáquina Casamento 1.0 que ajude os casais a buscarem as soluções. Daria muito dinheiro além de ser em primeiro lugar obra meritória.

                            Vitória, terça-feira, 28 de janeiro de 2003.

Internetescola de Tecnartes

 

                            A Internet já foi uma legítima surpresa para o mundo, mas o que se desenha a partir dela é muito mais surpreendente.

                            Tomemos as (até agora listadas) 22 tecnartes.

                            DA VISÃO: pintura, desenho, fotografia, dança, moda, poesia, prosa, etc. DO PALADAR: comida, bebida, pasta, tempero, etc. DO OLFATO: perfumaria, etc. DA AUDIÇÃO: música, discurso, etc. DO TATO: cinema, teatro, urbanismo, arquiengenharia, decoração, tapeçaria, paisagismo/jardinagem, esculturação, etc.

                            Elas serão modeladas por computação gráfica, conforme já sugeri. Essas modelações poderão ser colocadas na Internet ou vendidas como programas, digamos DISCURSO 1.0 ensinando tudo a respeito de discursos, sendo renovado a cada três anos, como faz a Microsoft, sempre melhorando o programáquina, que pode ser cativo. Lá pelo Discurso 4.0 já terão sido dados saltos fantásticos. Agora, o Discurso n.0 será centro das salas de bate papo, os círculos de discussão, crescendo exponencialmente com os acréscimos vindo tanto de amadores quanto de profissionais.

                            Teríamos ai a Internetescola do Discurso, um formidável instrumento de melhoramento contínuo da humanidade. Porque, veja como era antes: 1) você tinha de sair de casa e ir até a escola, próxima ou distante; 2) o (a) professor (a) tinha de ser competente (saber, e saber transmitir – ter conhecimento e pedagogia); 3) tinha de estar presente na sala, não poderia faltar; 4) não podia haver greve; 5) ele (ou ela) devia estar de bom humor, e igualmente você; 6) para melhor transmissão os colegas (e você) não deveriam estar fazendo bagunça; 7) as condições de tempo deveriam estar boas (sem chuva, sem calor excessivo, etc.) para melhor aprendizado. E assim por diante. Os (as) mestres deveriam querer se atualizar.

                            Na Internet é diferente. 1) você SEMPRE está na escola, que é não uma sala e sim o mundo inteiro; 2) SEMPRE haverá alguém mais competente ensinando gratuitamente; 3) você pode faltar, porque sempre estará gravado – você seguirá seu próprio ritmo; 4) nunca há greve; 5) não há essa questão; 6) não há bagunça, exceto o caos natural da Rede, de que falaremos a seguir; 7) independe, porque você está em casa ou no escritório ou em algum lugar protegido.

                            A soma é zero, porisso sabemos que a Internet também terá seus pontos negativos, o menor dos quais não é o distanciamento humano. Mas, se juntarmos os dois mundos teremos o melhor deles (e o pior também, a soma é sempre zero).

                            Contudo, veja agora a ARQUIENGENHARIA 1.0 em evolução como I/E A/E (Internetescola de A/E). Tanto leigos quanto profissionais estarão num círculo depurável, desde que os governempresas coloquem gerentes como centros de triagem. Com isso eliminaremos tanto a redundância ou duplicação dos conteúdos quanto o caos inerente da multiplicação desenfreada. Como eu já disse, tudo deve ser colocado em cinco níveis compreensivos. O próprio nível das discussões eliminará os diletantes sem fazer apelo segregacionista – ninguém colocará para fora da sala virtual (SV), a pessoa mesmo sairá. Deve haver um professor virtual (PV), com quadros virtuais e novidades introduzidas.

                            Enfim, uma Universidade Tecnartística Virtual (UTAV) será construída num cenário modelado adequado, com prédios, flores, árvores, grama virtual. Esse será um impulso poderoso.

                            Vitória, segunda-feira, 27 de janeiro de 2003.