quinta-feira, 26 de janeiro de 2017


Pessoambientes A e B

 

                            O modelo diz que na mesopirâmide temos PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundos) formando as pessoambientes. Como temos classes do TER (ricos, médios-altos, pobres e miseráveis: A, B, C e D), temos P/A dos quatro tipos.

                            Daí teríamos PESSOAS RICAS e AMBIENTES RICOS. Como a segregação não vai a ponto de prover municípios separados, devem existir (naquilo que não for unidade política, por exemplo, bairros e distritos) separações. Bairros ricos e bairros médios-altos, digamos. Nem visual nem estruturalmente as coisas se misturariam. Indivíduos, famílias, grupos e empresas ricas e médias-altas não se combinariam com os pobres e miseráveis. Pessoas A em ambientes A, no máximo AB, e CD, uma ou outra exceção. Conforme a pessoa passe de uma a outra classe do TER ela migrará igualmente para os ambientes de classe. Visível e ostensivamente ou invisível e disfarçadamente tal separação se dará. E também quanto à economia (agropecuaristas/extrativistas, industriais, comerciais, dos serviços e dos bancos, embora neste caso não haja uma forma correspondente que permita distinguir).

                            Como os dicionários (oitocentas, oito mil, oitenta mil e oitocentas mil palavras) também são menores e maiores, bem como o Conhecimento geral, é fatal que haja uma pressão de sinalização. E vários outros índices favorecerão também. É positivo impedir ou dificultar esse afastamento? Nada em excesso é bom, porque provoca doenças. Talvez nem tanto à terra nem tanto ao mar. Admitir algum isolamento e propagandear a união.

                            Vitória, terça-feira, 21 de janeiro de 2003.

Os Novos Bizantinos

 

                            Superprotegidos como ícones do socialismo soviético os pesquisadores de lá puderam voltar-se para uma infinidade de problemas que o Ocidente, baseado em critérios dominantes de lucro e eficácia empresarial, não toleraria. Assim, estudaram os chamados PES, Poderes Extra-Sensoriais a fundo, e uma quantidade de coisas que só depois de 1991 começaram a aparecer, inclusive muitos conhecimentos válidos, uma carga formidável deles. O que será que fizeram no Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral? Separados dos critérios de pronta resposta e correspondência fundos/lucros - relação na qual os fundos são dados em função estrita dos lucros deles advindos, realmente ou por promessa - ou lucros/fundos, os pesquisadores soviéticos certamente dedicaram-se a uma quantidade de questões nem de longe contempladas no Ocidente. Quando URSS estava caindo pensei que o Brasil bem poderia ter abrigado um percentual muito maior de pesquisadores migrantes, mas como em tudo o país atrasou-se e deixou cair a peteca da oportunidade, recebendo apenas uma quantidade minúscula dos fugitivos.

                            Como antes com Constantinopla e os antigos bizantinos, a Queda da URSS e a fuga dos novos bizantinos fertilizará o Ocidente, que ganha tanto com o positivo quanto com o negativo. Com o positivo porque de 1917 a 1991 o crescimento, a estagnação e o declínio final da URSS foram usados como espada suspensa sob o pescoço da oposição ocidental; e com o negativo porque de 1991 para frente o colapso foi aproveitado pelos carniceiros de plantão.

                            Enfim, é uma época de novo crescimento ocidental, com o represamento de 74 anos derramando-se instantaneamente sobre os pesquisadores ocidentais, que, aliás, nem citam as fontes, pois se assim procedessem mostrariam que a URSS detratada estava fazendo coisas importantes.

                            Vitória, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003.

Oprimidos Linguisticamente


 

                            Paulo Freire deu o tom, dizendo que ao ensinar a língua aos analfabetos devemos mirar seus interesses mais profundos. Ora, quem deseja aprender língua estrangeira é o analfabeto mais total, pois não apenas não sabe as letras, não sabe nem os sons.

                            Como saber o que interessa a cada um senão fazendo enquetes ou pesquisas? Que interessa às psicanálises ou figuras, às psico-sínteses ou objetivos, às economias ou produções, às sociologias ou organizações, às geo-histórias ou espaçotempos, na Psicologia geral? Ou, em particular na Economia, aos agropecuaristas/extrativistas, aos das indústrias, aos do comércio, aos dos serviços, aos dos bancos? Que palavras PUXARIAM o interesse de cada um? Quais as palavras características do quarto, do terceiro, do segundo e do primeiro mundos? Que tendências do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral capturam o imaginário de uns e outros? São interesses governamentais ou empresariais? Estaríamos ensinando a PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos ou empresas) ou a representantes AMBIENTAIS (municipais/urbanos, estaduais, nacionais ou mundiais)?

                            Como fracionarizar o Dicionário geral (de palavras) ou a Enciclopédia geral (de imagens) para tal ou qual segmento do aprendizado? Fala-se de audiovisual, mas qual áudio e qual visual? É aprendizado para estudo e trabalho ou para lazer?

                            Nada disso é perguntado a quem vai fazer línguas. Todos são tratados como se fossem um e o mesmo, uma tabula rasa. Como com os alopatas, não se faz perguntas, diferentemente dos homeopatas que tratam cada caso como diferente, indo fundo nas perguntas. Não são montados grupos de interesse, nem círculos de apoio lingüístico. Quase não se fala da cultura/nação enquanto programáquina produtivorganizativa, pelos seus limites tensionais, quer dizer, seu limítrofe trem de ondas de pesquisa & desenvolvimento teórica & prático, mais avançadas, ou tecnociências de ponta.

                            Não admira mesmo nada que poucos queiram investir seu tempo e dinheiro e que tantos desistam no meio do caminho, como eu mesmo fiz várias vezes. O atual ensino de línguas não é mesmo nada emocionante. Precisa ser completamente reprogramado.

                            Vitória, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003.

O Que Sabem os Professores?

 

                            Ouvi essa pergunta num filme.

                            No modelo há sete níveis de conhecimento e compromisso: 1) povo, 2) lideranças, 3) profissionais, 4) pesquisadores, 5) estadistas, 6) santos e sábios, 7) iluminados. Então, os profissionais sabem mais que as lideranças (estudantis, sindicais e comunitárias) e menos que os pesquisadores (mestres, doutores e pós-doutores).

                            Quem são os profissionais?

                            São os políticos profissionais, os profissionais liberais e os transferidores de conhecimento, os sofistas, os ensinadores profissionais, os professores.

                            Eles sabem mais que o passado que é propriedade das lideranças e menos que o futuro que é o campo dos pesquisadores. Estes então na frente do trem de ondas da construção do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), estão fazendo os conhecimentos do futuro. Os professores NUNCA ESTÃO construindo conhecimento algum, sempre estão divulgando os conhecimentos de segunda ou terceira ou quarta mão, porque os professores, como tudo no modelo, têm quatro níveis de percepção, desde o mais agudo e dianteiro ao mais atrasado e difuso. Se algum professor começa a desenvolver conhecimento é por definição um pesquisador.

                            Se não desenvolvem, podem se atualizar com relação ao Conhecimento. É essa ATUALIZAÇÃO que se processa em quatro níveis e nos dá professores melhores e piores. Isso se combina com a tecnociência da transferência de info-controle ou pedagogia. Se a atualização é passiva, a pedagogia é ativa – diz respeito às formestruturas da transferência, às palavras e imagens associadas a essa passagem codificada e comprimida, às palavrimagens ou PAL/I, aos gestuais e aos sons dessa entrega.

                            Então, quem queira melhorar os professores deve melhorar os dois pólos, a saber: 1) as tecnartes passivas dos conhecimentos, as atualizações, que entregam de fora para dentro, dos ambientes para os professores, e 2) as tecnartes ativas dos conhecimentos, as pedagogias, que entregam de dentro para fora, dos professores para os ambientes.

                            As atualizações podem se dar através da mídia (TV, Revista, Jornal, Rádio, Livro e Internet de professores), com um CENTRO GOVERNEMPRESARIAL DE ATUALIZAÇÃO DOS PROFESSORES conduzindo a construção, enquanto as pedagogias são coisas ainda mais sérias, dependendo de um CENTRO PEDAGÓGICO UNIVERSAL. Enquanto ele não existir devemos montar um nacional, ou estadual, ou municipal/urbano. As 22 (até agora listadas) tecnartes podem contribuir tremendamente. PEDAGOGIA DA VISÃO: poesia, pintura, prosa, moda, desenho, fotografia, dança pedagógica. PEDAGOGIA DA AUDIÇÃO: música, discurso pedagógico. PEDAGOGIA DO PALADAR: comida, bebida, pasta, tempero pedagógico. PEDAGOGIA DO OLFATO: perfume pedagógico. PEDAGOGIA DO TATO: cinema, teatro, arquiengenharia, urbanismo, tapeçaria, esculturação, paisagismo/jardinagem, decoração pedagógica.

                            Oh! - que lindas são as coisas, tão extremada PEDAGOGIA DA AQUISIÇÃO ou AQUISIÇÃO DA PEDAGOGIA, a dupla biunívoca, bidirecional, que permite e estimula a dupla transferência dos conhecimentos. Se os professores não constróem nenhum conhecimento, constróem os alunos – são uma ponte formidável entre a infância e a idade adulta, porisso MUITO importantes, fundamentais mesmo, porque de outra forma o pensamento superior seria ocupado com as trivialidades. Imagine se os pouquíssimos iluminados (numa geo-história inteira duas mãos bastam para contar), os santos e sábios, os estadistas tivessem de deixar seus afazeres para cuidar dessa transferência! Seria um desastre total.

                            Daí que os pesquisadores fazem o Conhecimento e o transferem aos professores, que por sua vez o transformam em gotículas, o transformam em porções antes de entregá-lo mastigado aos alunos.

                            Respondendo à pergunta, os professores sabem ser ponte entre o não-saber, que é o da irracionalidade pré-humana, e o saber humano. ELES HUMANIZAM toda a gente, o que não é dizer pouco. E por isso lhes somos todos imensamente gratos. Só os débeis-mentais não gostam dos ou não valorizam os professores.
                            Vitória, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003.

Novos SIM’s


 

                            Na seqüência das revoluções dos SIM’s, vão estas:

1)      SIM’s Tributos: a SEFA/ES e as demais secretarias de Fazenda podem utilizar modelação eletrônica para fazer avançar o Tributo nas Escolas (que recebeu o nome de Consciência Tributária), utilizando a plasticidade da computação gráfica para produzir uma quantidade de percepções de enorme relevância. Tributos federais, estaduais e municipais/urbanos, sua conotação, seu imbricamento, sua mistura, sua potencialização cruzada, seu alcance (de todos e cada um);

2)     SIM’s Prefeitura: para a prefeitura do município/cidade, com suas secretarias, as pessoas à frente delas, os endereços reais e virtuais, a quem se dirigir para quê, o que a prefeitura fez nos últimos anos, o que está fazendo e o que pretende ou programa fazer a curto, médio e longo prazos. Onde deixar sugestões e reclamações. As leis, decretos e portarias (em PAL/I, palavrimagens). Uma nova visão das prefeituras do estado, da nação e do mundo. E do mesmo modo SIM’s Estados/Províncias e SIM’s Nação.

Veja o potencial disso! Seria extraordinário se o modelo pudesse se juntar aos proprietários do SIM’s, ou de um rival, ou, melhor ainda, se pudéssemos nós mesmos criar nossa versão. Se os governempresas ou politicadministrações se juntassem à nossa idéia, haveria ganhos potenciais tremendos, com versões sucessivas tipo SIM’s Prefeitura 1.0, SIM’s Tributo 1.0, e assim por diante. Coisa de doido, completamente impossível de avaliar em seus desdobramentos.
Vitória, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003.

Newton e a Contemporaneidade

 

                            Nosso amigo GHB tem toda a razão ao dizer que Isaac Newton (matemático, físico, astrônomo e, menos conhecido e exposto, místico inglês, 1643 a 1727, 84 anos entre datas) inaugurou a contemporaneidade. Diferentemente da Revolução Francesa, que teve manifestação aguda em 1789, data escolhida como a do começo da Idade Contemporânea, para Newton não temos uma data fixa. Newton foi um desses cujas idéias não tinham precedentes, embora ele mesmo tenha dito que subiu às costas de gigantes. Na realidade sabemos que várias coisas tinham sido anunciadas pouco antes, inclusive muito antes a base do cálculo infinitesimal, desde os gregos de Alexandria, o que está longe de tirar o mérito dele ou de empanar suas obras. Pelo contrário, ele é ímpar em muitas coisas.

                            Podemos, em favor de um esclarecimento maior, pensar nas PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e nos eventos AMBIENTAIS (municipais/urbanos, estaduais, nacionais e mundiais) que tenham servido como corte entra as duas idades, a Moderna, que foi de 1453 a 1789, e a Contemporânea, de 1789 a 1991, segundo minhas idéias.

                            O CORTE INDIVIDUAL foi o de Newton.

                            Sem dúvida alguma ele foi o primeiro dos contemporâneos, o inaugurador dos novos tempespaços, das novas geo-histórias, das novas psicologias, dos novos modos humanos de raciocinar. Individualmente ele começou a nova contagem. Os gregos tinham o conceito de akmé, a apresentação ao mundo, que desejo colocar no que seria a metade dos 84 anos de vida de Newton, 1643 + 42 = 1685, e esta seria a data dessa inauguração individual, mais de 100 anos antes da inauguração ambiental em Paris.

                            Vemos que estudar a vida de Newton é cada vez mais relevante, embora eu discorde total e abertamente de Hart quando ele, estupidamente, coloca, por falta de visão, Newton à frente de Jesus como a personalidade mais importante de todos os tempos. Nem de longe, como já coloquei em A Polêmica de Hart, q. v o Livro 1.

                            Vitória, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003.

Multiplicadores Urbanos

 

                            Já falei dos programáquinas para obtenção de endereços reais e virtuais de farmácias, de padarias, de supermercados, se possível com os preços.

                            Agoraqui devemos imaginar círculos, concêntricos com o usuário, ou circunferências que vão se estendendo para fora, representando o espaço. Quantas lojas de roupas estão a até 300 metros da minha casa? Se eu perguntar por pneus, quantas lojas os vendem a até um quilômetro? A que preço? Qual é o caminho de ônibus e qual o de automóvel ou caminhão ou qualquer veículo automotor? Posso obter um mapa com o traço desse caminho, com os pontos de referência, com as distâncias e tempos (casos de ir a pé, de bicicleta, de moto, de carro)? Quais os preços, comparados com as dificuldades relativas de atingir? Pode ser que a loja A venda mais barato, mas esteja a uma distância maior que a loja B, pelo que o preço efetivo de obtenção do produto vezes o custo da movimentação de ida e volta se tornariam comparáveis, ou o de A maior que o de B.

                            Multipliquemos então:

·        Preço (P)

·        Distância (D)

·        Tempo de viagem (V)

·        Qualidade (Q)

·        Tempo de obtenção (O)

·        Facilidade de estacionamento (E)

·        Outros índices (Ii)

Seria preciso mapear as cidades e os estados, os meios de transporte e vários outros índices. Construir o programáquina demandaria tempo e muito dinheiro, mas os proprietários ficariam trilionários com o P/M Compras 1.0 voltados para as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo), tanto com movimentação física quanto eletrônica. Naturalmente os governempresas deveriam aderir fervorosamente, especialmente as empresas, liberando os dados. Já estão tentando fazer algo parecido no primeiro mundo e mesmo em São Paulo há duas décadas. Inclusive há quiosques eletrônicos públicos na França, mas eu não tive mais nenhuma notícia, nem de como funciona nem de que fosse como isso que tenho pensado.

Seria preciso também padronizar as listas de pedidos, colocando imagens associadas a palavras típicas, características, ou frases significativas. Um grupo ad hoc deveria se constituído para tocar em frente a construção dos programas e os mapeamentos. Consultando as listas da Junta Comercial e da Secretaria da Fazenda, do Ministério da Fazenda, as listas telefônicas e outros indicadores, colocando os caminhos nos mapas, vendo se passam ônibus e a que distância – enfim, muito trabalho, mas daí poderíamos colocar empresas que fizessem essas compras para as pessoambientes, por preços muito mais em conta.

                            Vitória, terça-feira, 21 de janeiro de 2003.