sexta-feira, 13 de janeiro de 2017


Painéis Cinematográficos

 

                            Em que assuntos principais os franceses se fixam, enquanto escritores, diretores, atores/atrizes de filmes e espectadores? O que preferem os brasileiros em cada época e faixa de desenvolvimento socioeconômico e compreensão ou percepção de mundo? Quais os ciclos de filmes? De quanto em quanto tempo são feitas as refilmagens ou remakes? Filmes de ação, de kung fu, de tiroteio, de faroeste, de guerra, dramas, comédias, revistas, romances. Profundos ou superficiais? Quantos classe A, B, C e D por safra?

                            Que mensagens passam os filmes aos de dentro do país e aos de fora? Como os críticos os viram?

                            Não uma pessoa, seria impossível, até pela necessidade do conhecimento de várias línguas, assistir a milhares de horas das películas, resumir, escrever as avaliações, cotejá-las com as demais no estudo comparado – mesmo em décadas não se aprontaria sequer uma fração. Aqui cabe mais um Grupo Tarefa Mundial pago por consórcio dos governempresas, com um Instituto Universal de Cinema coordenando tudo. Detalhe por detalhe, as falas, os cenários, as roupas, os gestos, tudo visto com recuos em quatro níveis de distanciamento por mágicos/artistas, teólogos/religiosos, filósofos/ideólogos e cientistas/técnicos.

                            Com 110 anos de Cinema geral já passou do tempo de obtermos algo assim – para sabermos qual é o jogopapel do Cinema no Governempresa geral. Como um se serve do outro e vice-versa.

                            Vitória, domingo, 08 de dezembro de 2002.

Os Deuses Destronados

 

                            George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair, indiano de nascimento, 1903 a 1950, apenas 47 anos entre datas) escreveu A Revolução dos Bichos (no original, em inglês, Animal Farm, fazenda dos animais) em 1945 (e 1984 em 1948). Já havia lido o livro, creio que duas vezes, visto um filme, agora remake, refilmagem do diretor John Stephenson.

                            É claro que é uma alegoria da ex-URSS.

                            Eis os personagens e suas correspondências:

·        Lênin (Old Major, Velho Major, mas como Major é Prefeito, Velho Prefeito = PERFEITO, na Rede Cognata, e também maior de idade, adulto)

·        Trotsky (Snowbol, bola de neve = BOBO DO MAL)

·        Stalin (Napoleon = MAL)

O fazendeiro e sua mulher representariam o tzar (imperador) Nicolau II e a tzarina (imperatriz) Alexandra de Hesse, que pela crítica administraram mal a fazenda.

Por baixo disso a Rede Cognata nos mostra um cenário MUITO MAIS interessante. Eis as traduções (podem ser feitas inúmeras, q.v. o artigo Grade e Rede Signalíticas, Livro 2):

·        Cães = criminosos

·        Porcos = políticos

·        Cavalos = covardes

·        Burros = tolos = bobos

·        Animal farm (em inglês) = humano sol

·        Fazenda animal (tradução) = mundo humano

·        Fazendeiro James = morto Deus = modelo duplo

·        Old major = criador mundo = criador modelo

·        Napoleon = mal

·        Snowbol = soberbo

·        Lênin = Pai

·        Stalin = Satã

·        Trotsky = besta

·        Revolução dos bichos = evolução dos brasileiros = revolução dos brasileiros = ação dos brasileiros = NAPOLEÃO (no sentido de liderança carismática) dos brasileiros

·        Comitê de porcos = comitê de políticos = governadoria de policiais

·        O/velhas (as que não são velhas, por oposição os jovens, a juventude)

·        Gansos = camponeses, e assim por diante.

Isso, aparentemente, fala de algum futuro, pois não é passado, em que os brasileiros dominarão o horizonte do mundo humano (= FAZENDA ANIMAL). Ou fala de um passado remoto quando os humanos se rebelaram contra os deuses. Pelo menos é o que estou entendendo. É tudo tão estranho.
Vitória, sexta-feira, 06 de dezembro de 2002.

O Time é o Bicho

 

                            Como sugeri nas patentes, os times poderiam encarnar os animais (e plantas e fungos), especialmente os ameaçados de extinção. Digamos Time dos Pandas (depois, apenas Pandas),         dos Elefantes, dos Celacantos, etc., mas com exclusividade, de forma que houvesse um centro mundial autorizando (e fiscalizando), para que um e somente um no mundo inteiro tivesse aquele nome. Os adeptos, então, se encarregariam de assumir o Clã dos Lobos, o Clã dos Bonobos, o Clã das Corujas e assim por diante.

                            Investigariam, divulgariam, fariam páginas na Internet, arrecadariam fundos, colocariam institutos, motivariam a defesa dos não-humanos, até o ponto em que o Congresso Mundial tivesse (enquanto não surge, nas nações) a Representação dos Papagaios, a Representação dos Juritis, a Representação dos Porcos e o resto, dentro da Superepresentação dos Animais, a SR das Plantas, a SR dos Fungos, a SR dos Humanos, Congresso quadripartite.

                            Com o tempo a coisa sairia da gozação para a seriedade e realmente o desenvolvimento terrestre não seria somente humano, mas de todas as espécies, proporcionais à sua importância racional, numérica, produtiva e vários outros quesitos numa planilha.

                            Poderíamos ter times para todos os esportes e desportos, em todos os países, com as traduções locais. Como existem, segundo diz a Barsa, até 30 milhões de espécies (julgava-se que fossem três milhões), das quais está descrito 1,4 milhão, há oportunidade para todos, o que pode levar a tremendo engajamento das pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo).

                            Por meio de uma coisa simples atingiremos algo de grande.

                            Vitória, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002.

O Preço da Escravidão

 

                            Eu seu livro Um Desafio Chamado Brasil, 5ª. Edição, Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 2002, Ciro Gomes, o candidato (ele era a verdadeira preocupação da burguesia) derrotado à presidência da República, diz: “(...) o preço de termos sido uma sociedade escravocrata, que durante séculos encarou as disparidades como naturais, inclusive as nutricionais”, colorido meu.

                            O preço que estamos pagando até hoje pela escravidão não foi avaliado (por teses de mestrado e doutorado, sequer por artigos de jornal ou documentários da mídia) porque é uma vergonha nacional sempre ocultada. Em termos dessa separação em dois brasis, um rico como a Bélgica e outro pobre como a índia, essa Belíndia que Delfin Neto jocosamente apresentou ao mundo, quanto estamos perdendo por não termos os projetos MUITO MAIS altos, largos e profundos que teríamos se fossem os brasileiros todos brancos, excluída que está sendo a incrível oportunidade de fazer um projeto muito mais complexo e proveitoso que englobe negros, índios e orientais?

                            Não se trata só do que, tendo, teríamos perdido, mas principalmente do que nem chegamos a ter só por sermos exclusivistas. Perdemos no passado, estamos perdendo no presente, perderemos no futuro, assim como os EUA também. Mas eles não são ricos? São, claro. Agora, imagine QUÃO MAIS seriam se TODOS estivessem postos no mesmo projeto de liberdade e dignidade cristã!

                            Como permanecemos escravos, os brasileiros pagaremos ainda o preço insustentável e proibitivo, até atingirmos a leveza do ser. Pense em quanto dinheiro gastamos em doenças físicas e mentais por submetermos tanta gente às penúrias e aos vexames socioeconômicos. Pense no peso morto que a coletividade deve arrastar das antieconomias do deboche alimentar, do escárnio residencial, da avacalhação relacional, da chacota sentimental, de tudo que é afronta humana aos brasileiros.

                            Tais misérias civilizatórias nos custam riquezas perdidas incompreensíveis até em sua dimensão. Quanto deixamos de ter porque vastas populações foram, estão sendo e ainda serão castigadas pela falta de visão dos escravagistas? E tudo porque, contra a pregação de Cristo, ainda vêem o próximo como distante, como outro, como alienígena, como bárbaro que não pode partilhar a nossa mesa.

                           Vitória, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002.

O Anjo dos Suicidas

 

                            Seria uma série de TV, bem profunda mesmo, que mostrasse as alternativas ao suicídio ou a essa eutanásia proposta por alguns, com agora um fraco movimento mundial “pelos direitos civis de escolher a hora da morte”, o assassinato sancionado pelo Estado.

                            Depois de cometido o suicídio ou praticada a eutanásia (que é assassinato, daí não dizermos “cometida a eutanásia”, porque o optante não é o que morre, como também no aborto) uma alternativa de vida emergiria ou imediatamente ou a prazo mais longo, inclusive a prazos muito longos.

                            Inicialmente os espertos iriam achar isso piegas, mas logo compreenderiam a profundidade: ninguém sabe o que Deus, posto na Tela Final, planejou para as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas). Essa linha de pensamento rende à beça, permitindo milhares de variações, que desde logo devem ser espertas para não cairmos no contrário do que pretendíamos, a chacota devida a roteiros fracos.

                            Às vezes brilhantes destinos e realizações, às vezes mais dor (que vai servir de ensinamento e amparo às almas), às vezes doações, uma série de serviços que serão cancelados pelo suicídio e pela eutanásia. A pessoa não deve se arrepender e voltar atrás, não, de jeito algum, e sim terminar o serviço. Depois de morta é que será apresentada a alternativa.
                            Vitória, sexta-feira, 06 de dezembro de 2002.

Nascido para Sofrer

 

                            Segundo Asimov os seres humanos podem padecer de quatro mil doenças genéticas, enquanto outros falam de cinco mil. Lá está o terrível estoque de sofrimentos, pronto para nos atingir desde o nascimento. E isso falando só biologicamente, do corpo, porque a mente sofre uma quantidade incomensuravelmente maior de problemas durante toda a vida, desde o primeiro vagido e recusa da mãe.

                            Somando os problemas físicos/químicos, os biológicos/p.2, os psicológicos/p.3 e os agora os informacionais/p.4, o montante de problemas é terrivelmente grande. Às vezes fica parecendo que vamos soçobrar, vamos capitular, arriar a crista, entregar o ouro ao bandido, mas a gente resiste e vai adiante.

                            Como eu já disse de outras vezes, viver é resolver problemas. Se você pára de resolvê-los começa a morrer, seja pessoa (indivíduo, família, grupo, empresa) ou ambiente (município/cidade, estado, nação, mundo). Fica à beira do caminho como, se tiver sorte, saudosa memória.

                            Então, isso de ter nascido para sofrer é apenas metade da história, 50 a que faltam os outros 50 para fazer a realidade inteira, o mundo 50/50 integral. Autocomiseração, compaixão por si mesmo, auto clemência, autoindulgência, auto piedade, auto misericórdia, essa patetice que temos de sentir dó de nós mesmos. Você pode ficar nisso ou prestar atenção nos 50 % de brilho, de fulgor, de claridade e de efusão, de verdadeiro derramamento de benesses.

                            Pode até, sabendo que é fase e haverá uma baixa que zere a alta de antes ou a de depois, aproveitar aquele momento de sofrimento para considerar e reperspectivar o futuro brilhante. Pode se preparar na dor para a alegria. Seja sábio, não existe só isso de sofrimento. As pessoas que falam assim estão tirando alegria de nossas vidas, extraindo nosso bem-estar, são vampiros emocionais. Dizem que a chatíssima mulher de James C. Maxwell falava nas festas: “James, vamos embora, você está começando a se divertir”. Há gente que só está feliz apanhando, os masoquistas, mas nem todos precisam ser assim.

                            Embora o modelo diga que 2,5 % nasceram realmente para sofrer, o que é inevitável, 39 em 40 não o fizeram, nem faz sentido que se deixem aborrecer por aquele miserável e depressivo 1/40. Pelo contrário, é preciso sair disso e procurar a ajudá-los no que for possível (pois eles sempre voltarão ao prazer de sua desgraça).

                            Vitória, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017


Anha, Anha, Anha

 

Do pouco que sei, do quase nada que investiguei, lendo bastante, não sabendo outras línguas posso aquilatar que a língua portuguesa-brasileira seja das mais belas do mundo.

Ruim é algo que não presta, desde objetos a serviços e pessoas ou ambientes, ligações ou inter-relações. “É ruim, hem? ” (Pronunciado como ruuiiim - quanto mais vogais, pior) é negação violenta, rejeição, repulsa, abominação, recusa de participação e tem vários outros sentidos.

Ahn é interrogação, como hã?

Já ANHA é indescritível e mais ainda quando triplicada, mas tento assim mesmo. Quer dizer negação, mas com desprezo, zombaria, “você não vai pegar de jeito nenhum”, “tente pegar”, significando insolência da parte do pretendente, com aviso de perigo.

E assim há milhares e milhares de vocábulos não estudados.

A gíria não é somente tentativa de formar subgrupos com exclusão dos não-falantes, mostra confronto, afirma que alguém está se colocando em oposição ao dominante, que está se formando um grupo de ultrapassamento e tomada de posição num futuro mais ou menos distante – porisso mesmo deveria ser constantemente renovado o dicionário de gírias. Milhares e milhares de apalavras hoje usadas devem ter sido gírias outrora. Do mesmo modo os lugares-comuns, os trejeitos culturais, os maneios e todo modo de escamotear, como o gestual do tipo daquele de passar as unhas na roupa para indicar sujeira do que se aproxima.

São psicologias e, é claro, os psicólogos passaram longe mais uma vez, sequer tomam a língua como (é também dialógica matemática alta) psic. (elevada, a da escrita, teórica; rasteira – mas de modo nenhum desprezível, pelo contrário – a da fala prática, dança da cobra) objeto de estudo da alma.

GÍRIACIONÁRIO

Resultado de imagem para dicionários de gírias
Tenho este.
Resultado de imagem para dicionários de gírias
Resultado de imagem para dicionários de gírias
Resultado de imagem para dicionários de gírias

A gíria é gênero de apontamento de discrepância, desacordo. Onde há gíria há opositor, negador (ela aponta gente excluída, em condição de sujeição, mas que resiste um tanto).

Vitória, quinta-feira, 12 de janeiro de 2017.

GAVA.