sexta-feira, 6 de janeiro de 2017


Quando Dei Sugestões ao Lula

 

Já contei que antes da quarta candidatura de Lula fui à Ladeira São Bento, na sede do partido no ES, levar um grupo de sugestões. E agora ao republicar textos do Expresso 222..., vi Sugestões ao Lula no Livro 12 (este ele não teve como saber, não entreguei).

Como sou simples no modo de viver, penso que todos são; como não minto, acredito que ninguém o faz – e assim por diante.

Sou crédulo, melhor ser assim que malicioso.

Eu acreditava neles, em Lula e no PT, como acreditei na boa-fé de Sarney quando lançou seu primeiro plano (embora tenha denunciado o Plano Cruzado em Linhares).

Depois, Lulambão foi fazendo suas trapalhadas a serviço dos Grandes Bancos e do Grande Capital, traindo o Brasil de mil modos; então comecei a detrata-lo sequencialmente nos meus textos (que quase ninguém leu, se alguém leu).

Desde 2002, passados esses 14 anos e como Joice Hasselmann disse, podemos ver que foi organização criminosa projetada para tomar posse do governo brasileiro geral e destruir os instrumentos administrativos (a ardilosa obra vem desde Sarney: TELEBRAS, ELETROBRAS, PETROBRAS, BNDES, CEF, etc.), o que ainda está para ser colocado em livro, espero que logo.

Acredito em todos, porque quero o bem deste povo brasileiro e de todos do mundo – infelizmente eles zombam, não percebem, não entendem.

Que enorme decepção com essa gente!

Que criaturas pequenas, ínfimas!

Eles não entenderam mesmo nada.

Vitória, sexta-feira, 6 de janeiro de 2017.

GAVA.

 

ANEXO

Sugestões ao Lula
 
                            Pela primeira vez votei em presidente, no primeiro turno, no Lula. Não tenho esperanças de que possa fazer muita coisa, são 500 anos de arrastamento de formidável massa de débitos populares da burguesia contra apenas quatro de presidência do primeiro presidente operário, não-elitista. As chances dele são de 1/500 no primeiro ano a 1/125 no quarto. Como eu disse a amigos, nos seis primeiros meses as burguesias (interna e externa) estarão contidas pela votação de 60 % nele, contra 40 % no Serra. Até 10 % das direitas (não existe uma só) votaram nele, porque o segundo turno é sempre de oposição política total entre esquerda e direita.
                            Então, antes de começar a propaganda eleitoral do primeiro turno, fui à sede do PT em Vitória, lá na Ladeira São Bento, e dei ao Coser, presidente do partido, umas ideias: que o Lula deveria deixar de ser metido, ou aparentar isso, e ser mais humilde, demonstrando simplicidade, tirando o terno, etc. Depois dele ganhar, fui novamente levar umas sugestões, que estão colocadas em anexo, as quais duvido tenham tido tempo de aproveitar em 20 e poucos dias entre os resultados e a nova consulta às urnas.
                            Disse que das vezes anteriores o Lula se deixou fotografar no Waldorf Astoria, em Nova Iorque, um dos hotéis mais caros do mundo, com quartos a mil dólares o dia, deitado numa cama imensa, refestelado como um paxá. Depois, numa outra eleição, foi fotografado caminhando sozinho numa estrada, sem ninguém à direita, ninguém à esquerda, ninguém à frente e ninguém atrás.
                            Penso que muita gente quer dar sugestões que facilitem o governo do PT, que vai haver uma enxurrada de sugestões e que elas tendem a ser ignoradas, em nome de uma sabedoria absoluta do partido e suas lideranças “históricas” (história de 20 e poucos anos). Essa negação magoará fatalmente a cada um e talvez a todos. Ao contrário, como sugeri no texto deste Livro, Secretaria das Sugestões, elas deveriam ser aceitas, após triadas e catalogadas, postas então num painel. Nenhum mal faria ao PT, ao governo federal, e faria imenso bem poder se pensar sendo ouvido e, quiçá, um e outro, atendido.
                            A tendência, contudo, é que o orgulho do novo rico o faça pensar-se autossuficiente, o que será uma pena, porque tanto foi apostado.
                            Vitória, terça-feira, 12 de novembro de 2002.
Previsões sobe o Governo Lula
 
                            Quando ainda se chamava Convergência Socialista eu participava em 1977. Depois houve uma reunião na Cúria Metropolitana, antes de 1980, da qual participamos uns 10, sobre a ideia de fundação de um Partido dos Trabalhadores. Sai entre 1985 e 1987 porque, eu disse a Reinaldinho, o PT iria trocar sua missão por votos, ou seja, por evidência. Não deu outra.
                            Agora, finalmente, ele chegou à presidência, na quarta candidatura de Lula, que é o primeiro operário a alcançar tal posto do Brasil, e o primeiro do mundo a atingir tal proeminência num país de primeira linha em produçãorganização, o Brasil, que é a quinta economia mundial (considerada a Europa dos 15 como uma só): EUA, Europa, Japão, China, Brasil.
                            Está parecendo o Nixon, que se candidatou tantas vezes e quando foi eleito fez besteira, o que não desejo de modo algum ao Lula. Ele é de um socialismo brando, enquanto sou anarco-comunista. Há margens de contenção, tanto a esquerda quanto a direita olhando-o com um misto de apreensão e repugnância. E quatro anos não são realmente quase nada, para 500 anos de opressão e desmandos.
                            Depois, há a distância extrema de votos, mais de 20 % - sempre que há uma distância assim tão grande o governante afrouxa o laço e fica gozando o feito, sem trabalhar, como se isso bastasse. Tradicionalmente não se faz bom governo nestas condições.
                            A seguir, é certo que a direita criará armadilhas e a imprensa direitista publicará toda e qualquer falha, por menor que seja, destacando-a ao máximo. Há a ideia de “vingança” dos pobres e miseráveis. Os sem-terra do Rainha (que é de Linhares) forçarão rumo à Reforma Agrária, esperada em ritmo muito mais pronunciado; se Lula atender e acelerar ferirá os terratenentes, ao passo que se não o fizer e retardar irritará o MST, Movimento dos Sem-Terra.
                            A dialética diz que tudo que se tenta forçar acumula tensões e resistências. O certo, então, seria caminhar como se nada fôssemos fazer, mas trabalhando aceleradamente pelos pontos principais. Lançar alguns balões para distrair a atenção, enquanto as reformas e transformações fossem sendo plantadas. Como em quatro anos não se pode fazer muito, é o caso de plantar ATITUDES, modos de proceder, que serão copiadas pelo governo seguinte. Se o Lula tiver sorte e puder emplacar um segundo mandato as obras poderão ser ampliadas.
                            Então, eu vejo que o governo Lula precisará de um equilíbrio tremendo, além do que pode haver choque entre os principais intelectuais colaboradores e um presidente-operário ciumento de suas prerrogativas. Aquela coisa de “mamãe, olha aonde eu cheguei”. Mostrar para os parentes e amigos, etc.
                            E há a oposição, desde a favorável até a intratável, os inimigos de classe mesmo, que farão DE TUDO, legal ou ilegal, certo ou errado, para minar e destruir a “bandeira vermelha infiltrada”.
                            Para além de tudo, a grande aceitação de um primeiro governo operário real no Brasil, muito benquisto na Europa, com as visitas e saudações todas, com as comemorações, com os abraços em Portugal, na Alemanha, na Inglaterra, na França, na Espanha, em toda parte, tudo isso pode obnubilar a visão reta, turvando-a dos orgulhos.
                            E há muito mais que eu poderia comentar.
                            SE der certo será por puro milagre, denotando extraordinária sabedoria e equilíbrio do Lula e do PT, o que então eu aplaudiria.
                            Vitória, sexta-feira, 01 de novembro de 2002.

Anti X

 

                            Naturalmente há o Arquivo X, de tanto sucesso, a série da Fox que durou nove anos e terminou de modo forçado, antinatural, e porisso mesmo decepcionante. Era divertido, com as implausibilidades de sempre, a abordagem de temas absurdos ou meramente tolos.

                            Para começar colocar um X Files como divisão do FBI já teria de ser escritório para o mais bobo dos agentes, uma propaganda para curar as acusações de “ocultamento de cadáver”, um diversionismo que as chefias jamais mencionariam sem rir à socapa, o que teria dado graça à série, mas ofendido os telespectadores convictos da existência de Óvnis e similares, toda a paranormalidade, real ou falsa.

                            Pelo contrário, se os governos (um ou mais de um) soubessem de uma nave espacial, com todo o info-controle superior necessariamente presente nela, por exemplo, num Dicionárienciclopédico Galáctico sobre o Conhecimento (Magia/Arte alien, Teologia/Religião alien, Filosofia/Ideologia alien, Ciência/Técnica alien e Matemática alien), fariam de tudo para ocultá-la, defendendo-a até à morte. Supus que (a partir do chamado Vaso de Warka, vá ler nas posteridades) tivesse de fato havido uma nave espacial em 3,5 mil anos antes de Cristo, na Suméria, onde é hoje o Iraque. Se alguém tivesse achado uma, teria criado uma sociedade secreta, digamos, os “homens de preto”, a Maçonaria, ou outra, para proteger o segredo eternamente, até tudo estar nivelado com aquele conhecimento. Matariam por aqueles conhecimentos superiores.

                            Seria o contrário do Arquivo X, um Anti X, de modo que na realidade a direção superior colocaria agentes para ocultar, para levar a causas perdidas, becos-sem-saída, confusões mentais, plantando notícias falsas na imprensa, perseguindo e liquidando quem chegasse muito perto, etc. Faria todo sentido mostrar POR DENTRO as conspirações, com várias pessoas chegando perto, sem nunca tocar de fato os conhecimentos ocultos. E aí abriríamos espaçotempo para a construção de 5,5 mil anos de geo-história humana, tocando todos os assuntos de nossa espécie, mostrando a manipulação dos e pelos governos, o compromisso de silêncio das elites detentoras do patrimônio. Isso ensejaria a “explicação”, a pseudo-explicação de um monte de coisas, de modo bem verossímil, bem plausível, bem aceitável. Com o aprimoramento da série detalhes sutis seriam inseridos em quatro níveis de decifração, conforme os telespectadores, de modo que ao final fosse sugerido que a própria criação da série se deveria a mais uma trama de proteção.

                            Veja só quanto espaço mais existe, nessa variação, feita do avesso! Infinitas oportunidades de construção. Maçons, Iluminatti, Rosas-Cruzes, Clube de Roma, Grupo Bildenberg, globalização, tudo poderia ser jogado no mesmo saco, com cabimento de causa.

                            Pessoas deparariam com certos detalhes, como acontece, fariam buscas e por trás agentes iriam cuidadosamente disseminando pistas falsas (naturalmente ajudados por aquele poder estranho). A própria migração geo-histórica dos livros e dos objetos, um ou outro parecendo aqui e ali, já seria emocionante, e de alto nível, atraindo muitos autores de peso, de grande profundidade de raciocínio, para infindáveis exercícios de elaboração de vieses literários.

                            Isso, sim, seria interessante.

                            Vitória, sábado, 23 de novembro de 2002.

A Vontade de Deus

 

                            Criado que fui na religião católica e convivendo no Brasil com tantos cristãos, além de ver no mundo manifestações das religiões, naturalmente ouço muito falarem da VONTADE DE DEUS, sobre o quê decidi investigar. Como é que tantas pessoas sabem, ou pensam saber, a vontade de Deus?

                            Primeiro devemos investigar as palavras VONTADE, DE e DEUS, de modo a pensarmos se é possível haver o trânsito desde Deus até os seres humanos.

                            Vamos começar por DEUS.

                            Deus é o único que consegue saltar ao infinito, o não-finito mais propriamente, e todo que faz o salto torna-se o mesmo Deus, conforme demonstrei lá para trás. Isso ao cabo da migração nas pirâmides, na pontescada tecnocientífica e nas naturezas, não vou repetir agoraqui, você acreditará se quiser, ou irá ler. Fazendo o salto vê plenamente a Tela Final, a solução para todos os conflitos polares opostos/complementares, criando a “esfera” perfeita, com um único centro, no qual se encontram em complementaridade todos os diâmetros opositores. Assim sendo, Deus não tem par, é um só, sozinho eternamente; tudo o mais é Natureza, do par oposto/complementar Deus/Natureza, Ele/Ela, ELI. Todos são, de um modo ou de outro, infinitamente inconscientes perante Deus, que é o único plenamente consciente e resolvido. Os seres (deste universo que tem 100 bilhões de galáxias, cada uma com 100 a 1.000 bilhões de estrelas; fora os inumeráveis universos do pluriverso – e Deus deve sê-lo para todos), por via de raciocínio, não podem alcançar Deus, não podem compreendê-lo, não sendo senão por isso que todos ficam estarrecidos, segundo as lendas. É porque até os mais orgulhosos de si compreendem finalmente que há um poço infinito entre eles e Deus. Deus propriamente não pode ser visto, compreendido, tocado, nada que exista nos pares polares. Então, existe definitivamente uma separação não-finita entre os seres e Deus, isso que as pessoas chamam de Deus, tentando abarcar o não-finito com uma palavra, o que chega a ser uma ofensa.

                            Quanto a DE, pressupõe a Teoria da Comunicação, que no modelo chamaríamos de Teoria da Informação e do Controle, ou do Info-Controle ou Comunicação, TIC. Há um início, um meio e um fim, ou seja, o emissor, o meio e o receptor. Ora, o receptor é finito, recebendo desde um funil não-finito uma imensidão de dados que tentam vazar por um buraco tão estreito quanto seja estreita a pessoa (indivíduo, família, grupo, empresa). Não que da parte de Deus, sendo ele não-finito, onisciente, onipotente, onividente, etc., não possa vir, é que do lado de cá não há caixa d’água que agüente. Essa passagem, esse MEIO, esse DE é que é preocupante. Na lista dos sete níveis (de cima para baixo: iluminados, santos/sábios, estadistas, pesquisadores, profissionais, lideranças, povo) os iluminados recebem mais, e mesmo assim ficam esgotados. Claro que, sendo nossas memórias e inteligências limitadas, pouco podemos fazer sem distorcer as coisas.

                            Vejamos a VONTADE.

                            Como comparar uma vontade finita e uma Vontade não-finita? No Instituto de Pesquisa do Futuro que escrevi outrora, há quase 30 anos, coloquei o problema do anão e do gigante, no qual a maior façanha do primeiro estaria abaixo da menor do segundo: como eles se comunicariam? Os seres humanos têm vontades finitas, referentes a objetos finitos em quantidade e em qualidade, ou seja, têm aprendizado finito, tanto na Escola da Vida, não-pedagógica, quanto na Vida da Escola, educação de conteúdos, o que deveria nos prevenir quanto ao orgulho, às vezes desmesurado, de tantos idiotas.

                            Em resumo, você vê, por essa investigação modestinha, sonsa, que a questão é difícil. Não é de fácil solução. Evidente que Deus, querendo, faz qualquer coisa, essa é a definição.

                            Contudo, estou pensando em tantas pessoas que dizem saber qual é a Vontade de Deus, e saem por aí anunciando-a a torto e a direito, por exemplo, pastores e tantos outros, com tanta arrogância, tanta empáfia, tanta presunção, tanta insolência. E fazem isso para dominar as platéias, os ouvintes, e extorquir dinheiro delas e deles, o dízimo ou o que for. Tal pretensão de conhecer e até de dirigir Deus não é o caminho do Inferno?

                            Vitória, quarta-feira, 20 de novembro de 2002.

A Teoria Vetorial das FH

 

                            Por similaridade com a Teoria Cromossômica da Hereditariedade podemos falar dessa outra, que é mais vasta, que enquadra tudo, absolutamente, por definição. A TCH fala de herança de cromossomos, das palavras gregas que significam CROMA, cor, e SOMA, corpo, ou seja, corpo colorido, devido às colorações que os corpos transferidores (de herança genética) recebiam, para aparecerem distintamente no microscópio.

                            A Teoria Vetorial das FH, ou Fitas de Heranças, diriam respeito a tudo, toda a pontescada tecnocientífica (FH físicas, FH químicas, FH biológicas, FH p.2, FH psicológicas, FH p.3, FH informacionais, FH p.4, FH cosmológicas, FH p.5, FH dialógicas e FH p.6; e FH de engenharia, etc., na pontescada baixa).

                            É VETORIAL porque podemos imaginar vetores tridimensionais, tendo origem e fim, que representem as cargas a herdar. Evidentemente a FCH é a mesma FH biológica, e mesmo assim incompleta, porque além do ADRN existem outros replicadores (que, aliás, estão dentro dele, em termos de transcrição, mas operam independentemente, depois de transcritos).

                            Generalizando podemos perguntar: como os vetores FH são montados? Quais as condições de montagem nos mundos? Em que faixas vitais devem estar tais mundos para que os vetores apareçam? Qual é o mínimo vetor em cada patamar? Como um vetor interfere em outro? Como irradia? Abstraída a Biologia, podemos fazer milhares de perguntas que revelem os transientes, o que não permanece, que é transitório, que segue, mudando o que deve ser mudado. Em resumo, podemos ver todo o panorama da herança, da transmissão, inclusive a pedagógica-psicológica (transferências de imagens ou psicanalíticas, transferências de objetivos ou psico-sínteses, transferências de produções ou economias, transferências de organizações ou sociológicas, transferências espaçotemporais ou geo-históricas). Entre as transferências ou heranças de imagens estão as da moda.

                            Algo de MUITO MAIS compacto aparece, fica estampado, evidente, bem à mostra, e poderemos compreender muito melhor como os cinco campartículas ou as cinco ondas (elétrica, magnética, fraca e forte, e gravinercial) interferem nos hólons de transferência nas pirâmides (micropirâmide: campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos, corpomentes; mesopirâmide: indivíduos, famílias, grupos, empresas, municípios/cidades, estados, nações, mundos; macropirâmide: planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados, superaglomerados, universo e pluriverso) – como essas FH todas são encadeadas? Que tipos de bloqueios ocorrem (congelamentos desenfreados, meteoritos, vulcões, pestes) e com que freqüência? Como a Vida geral escapa deles? Veja só que as perguntas se tornam muito mais interessantes e induzem fechamento de brechas no Conhecimento geral, ou seja, o completamento das teorias, rumo a uma Teoria de Tudo, mesmo. Promovem a reunião dos conhecimentos todos, em busca de uma resposta unificada.

                            Que gênero de perdas por redundância de mensagens (como os íntrons no ADRN) há nas FH? Qual o papel delas para a sobrevivência das FH? Que gênero de programa há para a construção de redundâncias e como se apela a eles, quer dizer, que tipo de proteção os organismos estabelecem para si mesmos, mesmo à custa de menor eficiência?

                            As perguntas se tornam cada vez mais interessantes.

                            Vitória, terça-feira, 19 de novembro de 2002.

A Bomba de Itaipu

 

                            Depois do 11 de setembro de 2001 nos EUA, com a queda das Torres Gêmeas do World Trade Center (Centro Mundial de Comércio) em Nova Iorque, na minha mente confluíram informações parciais que eu tinha:

1)      Na Argentina, segundo dizem, existiriam 300 mil judeus; numa população de 37,5 milhões em 2001 estariam na proporção de 125/1.

2)     No Brasil, para estimativa de 172,3 milhões em 2001 existiriam 100 mil judeus, proporção de 1723/1, o que nos dá uma relação Brasil/Argentina de 1723/125 = 13,8/1, aproximadamente 15/1.

3)     Os judeus e os árabes vivem se pegando no Oriente Médio, e se os árabes do Al Qaeda de Osama bin Laden de fato quisessem atacar os judeus em todo o mundo destruir Itaipu poderia inundar grande parte da Argentina. E disso adviria o principal prejuízo, destruição das lavouras e do ecossistema.

4)     Eu soube que na região de Itaipu Binacional estavam residindo milhares de árabes nominalmente em busca de trabalho, justamente na tripla fronteira de Paraguai, Argentina e Brasil.

5)     A destruição de Itaipu, fazendo cessar o fluxo de dólares do Brasil para o Paraguai, colocaria a este de joelhos. Embora o Brasil dependa muito de Itaipu, o Nordeste estaria livre, com o São Francisco, o Norte com as usinas termelétricas; o Sul sofreria barbaramente, o Sudeste passaria por racionamentos terríveis, bem como o Centro-Oeste, mas o Brasil se agüentaria. Diminuindo a economia brasileira fatalmente o Uruguai seria afetado.

6)     A água que descesse não subiria o nível do Rio da Prata no estuário mais que seis a oito metros, eu penso, mas mesmo assim os bairros seriam atingidos, ainda mais pelos efeitos conjugados com Yacyretá Apipé, a binacional do Paraguai e da Argentina. Quanto a conjugação faria eu não sei. Em todo caso seria preciso fazer os cálculos, conforme as datas e os reservatórios.

7)     Sem YY a Argentina mergulharia na escuridão, porque certamente a represa significa muito mais para eles que para nós.

E assim por diante.

Se os árabes do AQ de OBL desejassem, ali estava um prato cheio. Quanto às bombas detonadoras, os cientistas tanto fizeram que reduziram a bomba atômica a dimensões transportáveis nas costas de um só homem. A Ucrânia, a Rússia Branca e outros países da antiga URSS estão vendendo bombas por bagatelas, a gente vê nos filmes; descontado os exageros, ainda não seria difícil, com o dinheiro que os grupos terroristas têm. Ou usariam bombas convencionais.

Enfim, quando essas coisas convergiram em minha mente, imediatamente escrevi à ainda agora deputada Rita Camata (vice na chapa derrotada de José Serra), que fosse à presidência da República comunicar, para o sim e para o não. Claro, a hipótese é absurda e assustadora, desde o início, mas a gente não sabe a loucura que vai à mente das pessoas.

Esqueci o assunto até PACOS e GHB, nossos amigos, dizerem que o serviço secreto americano havia descoberto e aprisionado na região da Binacional um grupo de presumidos terroristas.

Como dizem, os paranóicos também têm valor de sobrevivência, seus genes também vão para o futuro. Seja eu paranóico ou não (não creio nisso), o que pensei não estava distante da realidade. Creio até que deve haver nos governos um departamento de paranóicos (estes autênticos) de modo que as hipóteses mais extraordinárias sejam investigadas. E nas empresas também.

Vitória, quarta-feira, 20 de novembro de 2002.

Topologia da Evolução

 

                            No livro de Karl Popper, Lógica das Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, Brasília, UnB, 1978, p.53, há essa passagem: “O próximo estágio é da seleção das mutações e variações disponíveis; aquele dos novos processos experimentais que se são mal adaptados, são eliminados”, colorido meu.

                            A isso chamei de TOPOLOGIA DA EVOLUÇÃO, e já veremos do que se trata. É todo um novo ramo do conhecimento, que só posso delinear enquanto filosofia.

                            Veja vetores, cada um sofrendo mutações em virtude das energias presentes e por sua vez influenciando os demais, MUDANDO ISOLADA E COLETIVAMENTE. À modificação isolada denominaremos MUDANÇA PESSOAL e à alteração coletiva chamaremos MUDANÇA AMBIENTAL.

                            De onde vem a energia que modifica, que faz mutar?

                            Os modos energéticos, ditos “forças” pelos tecnocientistas, são quatro, segundo eles: gravidade, eletromagnetismo, fraca e forte. Noutros textos destes livros eu disse que na realidade Maxwell já havia reunido eletricidade e magnetismo em EM. Depois os pesquisadores reuniram a EM com a força fraca, obtendo a força eletrofraca e a seguir reuniram a forte também, restando a gravidade. Formei par polar oposto/complementar da gravidade com a inércia em gravinércia, que eu penso estar no centro do quadrado das outras. Então os campartículas ou ondas seriam: elétrico, magnético, fraco e forte, e no centro a gravinércia, que se separa em gravidade e inércia, cuja soma é, naturalmente, zero.

                            Então, são essas forças que fazem mutar.

                            As mais incisivas radiações do espectro eletromagnético, como raios X, raios gama e raios cósmicos, penetrando mais nas células, alteram com mais freqüência o ADRN e os demais replicadores, dependendo toda evolução de eles incidirem nos gametas masculinos e femininos, quer dizer, espermatozóides e óvulos. Presença de maciças doses de radiação imprimem grande círculo irradiativo mutacional, quer dizer, começam ondas de modificações no ambiente, cada indivíduo mutado implicando a alteração de uma série de outros à sua volta, nem que seja pela supressão dos ambientes, como aliás o ser humano vem fazendo faz tempo, eliminando fungos, plantas e animais pela supressão de seus ambientes.

                            Então, devemos em primeiro lugar identificar as fontes maciças de radiação, ou de qualquer energia que atinja os vetores. E, a partir daí, como as modificações vão implicar toda uma REDE DE TRANSFORMAÇÕES à volta. Como o ESPAÇO TOPO-ECOLÓGICO todo vai mudar? Claro que nas redes de dependência nos tropos tróficos podemos estabelecer esferas centradas nos indivíduos, mostrando seu grau de dependência próxima ou distante. Na prática, como um sapateiro depende de sua vizinhança próxima ou remota como presa e como predador? Pois não se trata apenas de topologia biológica/p.2, mas de regras GERAIS, inclusive psicológica/p.3 e informacional/p.4. Como as linhas que ligam conjuntos próximos (entre os quais indivíduos, mas podem ser todos; pessoais: indivíduos, famílias, grupos, empresas; ambientais: municipais/urbanos, estaduais, nacionais, planetários) sofrem interferência com esta ou aquela políticadministração natural ou artificial de matéria, energia e informação? Veja, não é mais aquela matemática simples, sequer aquela que os economistas introduzem como se fosse definição de conteúdo, mais do que formas induzidas por suas preferências.

                            Como os conjuntos evoluem, revoluem, reevoluem? Como avançam, saltam, reavançam? Como é que se dá essa reforma-transformação, essa retrans do topocampartícula? Ou seja, do espaçotempo dos campartículas ou conjuntos? Soubéssemos isso poderíamos introduzir divisores temporais para ver mais rapidamente o espaço mudando, ou vice-versa. Podemos começar com poucos exemplares na Matriz e evolver daí.

                            E então ver aquelas experiências, tal como disse Popper, mas DO MODO MAIS GERAL POSSÍVEL, para tudo mesmo, desde a física/química até o mais alto na pontescada tecnocientífica, os erros e acertos, induzidas as mutações pela energia cinzelante presente, criando via essa experiência popperiana as condições de reequilíbrio.

                            Vitória, quinta-feira, 07 de novembro de 2002.

Sugestões ao Lula

 

                            Pela primeira vez votei em presidente, no primeiro turno, no Lula. Não tenho esperanças de que possa fazer muita coisa, são 500 anos de arrastamento de formidável massa de débitos populares da burguesia contra apenas quatro de presidência do primeiro presidente operário, não-elitista. As chances dele são de 1/500 no primeiro ano a 1/125 no quarto. Como eu disse a amigos, nos seis primeiros meses as burguesias (interna e externa) estarão contidas pela votação de 60 % nele, contra 40 % no Serra. Até 10 % das direitas (não existe uma só) votaram nele, porque o segundo turno é sempre de oposição política total entre esquerda e direita.

                            Então, antes de começar a propaganda eleitoral do primeiro turno, fui à sede do PT em Vitória, lá na Ladeira São Bento, e dei ao Coser, presidente do partido, umas idéias: que o Lula deveria deixar de ser metido, ou aparentar isso, e ser mais humilde, demonstrando simplicidade, tirando o terno, etc. Depois dele ganhar, fui novamente levar umas sugestões, que estão colocadas em anexo, as quais duvido tenham tido tempo de aproveitar em 20 e poucos dias entre os resultados e a nova consulta às urnas.

                            Disse que das vezes anteriores o Lula se deixou fotografar no Waldorf Astoria, em Nova Iorque, um dos hotéis mais caros do mundo, com quartos a mil dólares o dia, deitado numa cama imensa, refestelado como um paxá. Depois, numa outra eleição, foi fotografado caminhando sozinho numa estrada, sem ninguém à direita, ninguém à esquerda, ninguém à frente e ninguém atrás.

                            Penso que muita gente quer dar sugestões que facilitem o governo do PT, que vai haver uma enxurrada de sugestões e que elas tendem a ser ignoradas, em nome de uma sabedoria absoluta do partido e suas lideranças “históricas” (história de 20 e poucos anos). Essa negação magoará fatalmente a cada um e talvez a todos. Ao contrário, como sugeri no texto deste Livro, Secretaria das Sugestões, elas deveriam ser aceitas, após triadas e catalogadas, postas então num painel. Nenhum mal faria ao PT, ao governo federal, e faria imenso bem poder se pensar sendo ouvido e, quiçá, um e outro, atendido.

                            A tendência, contudo, é que o orgulho do novo rico o faça pensar-se auto-suficiente, o que será uma pena, porque tanto foi apostado.

                            Vitória, terça-feira, 12 de novembro de 2002.