Vetor Virótico
Em
seu livro, Visões do Futuro (como a ciência revolucionará o século XXI),
São Paulo, Rocco, 2001, p. 221, o autor Michio Kaku diz: “(...) milhões de anos de evolução criaram o mais eficiente ‘vetor’
para a alteração dessas células: o vírus”, colorido meu, e essa é a
chave para muitas compreensões.
A
EVOLUÇÃO VERTICAL, dentro da mesma linha, seria muito lenta, e tornaria
impeditiva a comunicação de produtos, digamos assim, por exemplo, entre
seres humanos e aquilo que usamos, de forma que até pelo par
oposto/complementar deveríamos esperar, como os cientistas vêm dizendo há algum
tempo, uma EVOLUÇÃO HORIZONTAL, isto é, qualquer novo mecanismo não-redutor das
chances deve ser incorporado lateralmente. O mecanismo, eles compreenderam, é o
vírus. Então, deve ser um mecanismo belíssimo, que permite a comunicação
horizontal das mutações. Mudou em algum espaçotempo é logo passado à parentada
do mesmo ramo do ADRN.
DE
REPENTE, os vírus tornaram-se mecanismos dos mais importantes, fundamentais mesmo.
É vital desmontar seus genomas, descobrir o interior desses mecanismos,
desventrar suas possibilidades, capturar seu futuro através de seu passado e de
seu presente. Acabar com os vírus e bactérias seria rematada tolice. Todos os
germes devem ser preservados, inclusive o da varíola, PORQUE eles são as linhas
de costura de toda a Vida existente na Terra. São as linhazinhas que mantém
unida a Árvore da Vida neste planeta.
E,
como eu já disse, eles levam de um para outro e vão acumulando em toda parte um
pouco. Certamente aqui também se aplica a Curva de Gauss, ou do Sino, existindo
2,5 % de vírus ou moléculas extremamente eficientes, que PENETRAM EM TUDO,
sendo chaves que abrem todas as portas, chaves universais. E há também, pela
mesma propriedade estatística/probabilística, um grupo de ADRN’s que deve ser o
mais eficiente em acumular. Talvez o lírio do campo (com 30 bilhões de pares,
quando os seres humanos têm três bilhões), como disse Jesus, seja um deles,
como venho insistindo já faz um tempo.
Então,
o vetor virótico entra na matriz e a faz rearranjar-se, reposicionar-se,
re-solucionar-se. Novas soluções harmonizadoras à presença do vírus devem ser
arranjadas. Neste sentido os vírus e as bactérias são os instrumentos da
homeostase entre o ambiente e as pessoas, e vice-versa. De outra forma não
daria para compreender: como é que uma espécie só, sujeita a pequena taxa de
variação, seria capaz de fazer frente às mudanças aceleradas do ambiente?
Vemos como um produto, a molécula virótica, ordena a readaptação das moléculas
contidas ou segregadas do corpomente em questão, por exemplo, o vírus da gripe
no ser humano. Os vírus são os grandes moto-boys do espaçotempo terrestre, de
toda a Vida planetária, levando e trazendo as mutações de organismo a organismo.
Pegam de A, entregam a B; pegam de B, passam aos demais na mesma linha de
oportunidade bioquímica. Assim, a evolução torna-se imponderavelmente
mais rápida do que o seria sem esse mecanismo dos vírus e das bactérias.
Se
o info-controle ou comunicação se dá no conjunto do ADRN terrestre, essas vias
são os V/B; constituem, por assim dizer, a mídia, o transferidor, o educador, o
capacitador horizontal, enquanto que as mutações verticais são LENTAS (uma taxa
pode ser estimada). Qual é o LEQUE DE CONTAMINAÇÃO, isto é, o qual é a ABERTURA
ANGULAR ou o grau de liberdade virótica, para cada tipo de vírus, ou o GL
bacteriano? As perguntas mudam, elas assumem uma feição de verdadeiro
planejamento de fundo, em vez de compreensão de superfície, como era até então.
O Plano da Criação, ou Desenho de Mundo, como prefiro dizer, passa a
revestir-se de uma muito mais inquietante grandeza, e comporta urgências novas
e emocionantes.
Vitória,
quarta-feira, 16 de outubro de 2002.