domingo, 28 de agosto de 2016


Escola de Boquete

 

Dois rapazes chegam com bolas de basquete ao clube e vão jogando-as no chão, como é característico.

Adiante há um punhado de homens sobre pedestais, como os de piscina, de onde pulam os atletas; e abaixo deles, de cada um, para cada qual há uma mulher. Os homens são filmados por trás, mostrando as mulheres adiante deles.

RAPAZ UM – onde é a quadra?

TREINADOR – que quadra?

RAPAZ DOIS (espichando o pescoço) – de basquete, é lógico.

HOMEM – que basquete?

RAPAZ DOIS – basquete, caramba.

OUTRO HOMEM – quem são esses caras, você conhece, Matilde?

MATILDE (com a boca cheia) – eu dão.

MULHER – bô, Madilde, se concentra, bôrra.

MATILDE - dão enche, Zoraia, o Barcos que perguntou.

MARCOS – claro, o que esses caras tão fazendo aqui? Quem deixou o portão aberto?

TREINADOR – só pode ter sido aquela besta do Seu Geraldo.

RAPAZ UM – e aí?

TREINADOR – aqui não tem nada de basquete não, meu filho, aqui é outra coisa.

RAPAZ UM (inocentemente) – que outra coisa?

TREINADOR (bravo) – Como disse Jesus, quem tem olhos de ver que veja.

RAPAZ DOIS – não estou entendendo nada.

TREINADOR   (mais bravo ainda) – pôrra, garotada, vá lá fora ler.

OS DOIS RAPAZES (saem e volta) – é mesmo. Podemos participar?

TREINADOR – vocês são sócios?

Serra, sábado, 21 de novembro de 2009.

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