Escola de Boquete
Dois rapazes chegam com bolas de basquete ao
clube e vão jogando-as no chão, como é característico.
Adiante há um punhado de homens sobre
pedestais, como os de piscina, de onde pulam os atletas; e abaixo deles, de
cada um, para cada qual há uma mulher. Os homens são filmados por trás,
mostrando as mulheres adiante deles.
RAPAZ UM – onde é a quadra?
TREINADOR – que quadra?
RAPAZ DOIS (espichando o pescoço) – de basquete,
é lógico.
HOMEM – que basquete?
RAPAZ DOIS – basquete, caramba.
OUTRO HOMEM – quem são esses caras, você
conhece, Matilde?
MATILDE (com a boca cheia) – eu dão.
MULHER – bô, Madilde, se concentra, bôrra.
MATILDE - dão enche, Zoraia, o Barcos que perguntou.
MARCOS – claro, o que esses caras tão fazendo
aqui? Quem deixou o portão aberto?
TREINADOR – só pode ter sido aquela besta do
Seu Geraldo.
RAPAZ UM – e aí?
TREINADOR – aqui não tem nada de basquete
não, meu filho, aqui é outra coisa.
RAPAZ UM (inocentemente) – que outra coisa?
TREINADOR (bravo) – Como disse Jesus, quem
tem olhos de ver que veja.
RAPAZ DOIS – não estou entendendo nada.
TREINADOR
(mais bravo ainda) – pôrra, garotada, vá lá fora ler.
OS DOIS RAPAZES (saem e volta) – é mesmo.
Podemos participar?
TREINADOR – vocês são sócios?
Serra, sábado, 21 de novembro de 2009.
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