segunda-feira, 29 de agosto de 2016


Frank no Jardim

 

Frankenstein vai ao jardim de infância para aprender socialização. É aquela festa: o garoto não é bonito, mas no espírito cristão todo mundo faz o máximo para tratá-lo com igualdade e deferência, colocando-o junto com as crianças de mesma idade que, ao vê-lo, começam a chorar. Vamos e venhamos ele é feio pra danar.

PROFESSORAS (acudindo) – calma, crianças, Franquinho é um doce de criança.

Frank dá um tapa na cara de um garoto. O garoto põe-se a chorar.

PROFESSORA 1 (seguindo a ótica de Montessori e outros) – Frank, meu filho, não pode bater nos amiguinhos.

Frank tasca uma mordida na professora. Ela retira a mão, rápida, e sopra.

PROFESSORA 2 – Marluce, você não sabe lidar com as crianças.

Aproxima-se, Frank dá um soco no estômago dela, ela se dobra. Frank arranca a perna de um garoto maior, que se esvai em sangue.

MARLUCE (apavorada, traumatizada, em pânico) – Frank, querido, você não pode fazer isso!

FRANK (grunhindo) – como é que eu vou crescer? Papai falou que só assim, braços e pernas maiores.

A professora 2 desmaia, chegam os paramédicos e levam o menino, arrancando a muito custo a perna das mãos de Frank, que derruba dois antes de ser posto na camisa de força. As crianças fugiram todas, a polícia chega com o Dr. Frankenstein para tentar acalmar Frank.
Serra, domingo, 01 de novembro de 2009.

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