O Bonsai de Dona Fátima
Dona Fátima e o marido saíram de férias por
dois meses para festejar uma grande tirada na vida. Foram ver o mundo, “fazer a
Europa” e ficaram lá se esbaldando. Deixaram a Eliane tomando conta de casa,
moça muito educada recomendada pela agência. Super de confiança. Foram tranquilos,
a Dona Fátima sempre ligava, o marido muito menos, foi uma felicidade só.
De lá emendaram no doutorado dela, o marido
foi só acompanhar, o boa vida. Ficaram bem um ano, Dona Fátima sempre ligava, o
marido não estava nem aí. Eliane ia semanalmente dar faxina e verificar tudo no
prédio chique.
Quatro anos depois quando voltaram Dona
Fátima foi conferir tudo, o marido nem ligou.
Dispensou a funcionária contratada e super
competente, para ficar tranquila e ver se não tinha sumido nada. Viu as joias,
olhou tudo. Por aquele dinheirão que pagava à agência queria o melhor.
Tomou um susto.
Ligou imediatamente para a Eliane. Ela veio.
Dona Fátima (assustadíssima) – Eliana, cadê o
bonsai?
Eliana – o que é bonsai?
Dona Fátima – a árvore pequenininha. Não
deixei instruções para você regar e chamar o tratador?
Eliana – ah, deixou mesmo, eu reguei.
Dona Fátima – e cadê ela?
Eliane – tá ali, ó.
Dona Fátima (olhando sem ver) – onde, só to
vendo aquela árvore!
Eliane – pois é, a senhora veja, eu regava
daquele jeito que a senhora falou e ela não crescia, aí peguei umas receitas
com um amigo jardineiro e ficou essa árvore bonitona que a senhora tá vendo.
Serra,
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010.
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