quarta-feira, 31 de agosto de 2016


Anti-Ansiolíticos


 

Josmuel (Jose + Samuel) prontamente sacou da arma e atirou no garçom que estava demorando muito para trazer sua cerveja. Foi uma confusão do caramba no restaurante.
Noutro dia, na fila do banco em que embolava na frente para furar, matou três.
No dia seguinte, ligava até cair para a repartição, tocava 10 vezes e nada de alguém atender. Ligava de novo e assim quatro ou cinco vezes, 40 ou 50 toques. Foi lá a passou fogo na telefonista.
E assim foi a chacina de brasileiro revoltado com o atendimento horrível prestado em toda parte, a maior desconsideração, dia após dia ele liquidava os maus-profissionais.

Josmuel acordou com a testa porejada de gotas de suor frio, pois a janela estava aberta e ele num cantão da Suíça, de dia vista linda do janelão do quarto do casal.

Ficou ali parado se refazendo do susto do pesadelo, quem mandou comer coisa pesada de noite? A mulher loura dormia ao lado. Ele era engenheiro de multinacional, tinha vindo do Brasil, se naturalizou suíço, mas importava revistas e jornais da terrinha, Espírito Santo, tido como um dos estados mais violentos, muito mais que a Colômbia.

- <Poxa, vou parar de trazer essa mídia. Isso está me fazendo muito mal. Estou tendo pesadelos todos os dias, leio e depois sonho, é esse horror. Isso tá acabando comigo, está interferindo no meu trabalho lá na empresa, agora só vou consumir países light e diet. Senão minha ânsia vai aumentar e vou ter de tomar antidepressivos. Muito mais fácil não ler>.

Serra, sexta-feira, 09 de março de 2012.

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