segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Jules Abduzido
 
Marie,
 
Esconda esta carta o mais que você puder.
Quando vier a Amiens exporei com detalhes tudo que aqui digo de passagem para, talvez, você publicar minha biografia verdadeira quando eu já tiver morrido e você for bem velha.
Como já conversamos, fui levado por um objeto voador desconhecido, muito belo, completamente distinto de tudo que fazemos hoje, quanto mais em 1850, nos meus 22 anos. Embora grande, esse OVD era pequeno perto de outro que foi encontrar nas vizinhanças da Terra. Os seres mesmo eram assemelhados de pássaros, cujos bicos residuais ficavam a três metros e meio de solo. Era incômodo ficar olhando para cima o tempo todo e às vezes eles se assentavam sobre as pernas.
Há muitos detalhes, muitos, tentei prestar atenção ao máximo.
Qual a razão de tomarem pessoas da Terra de tempos em tempos e nos mais variados países? Penso que a razão superior, como a deles, é muito rara e eles desejam fomentar para encontrar companhia, para meramente conversar. Enfim, eles precisam de amigos, como qualquer um.
Tomam-nos e nos mostram seu passado para podermos incrementar nosso futuro. Evidentemente, mostraram apenas as coisas ao meu alcance, avanços que se situariam dois, três, cinco ou mais séculos no futuro, para que, falando deles, eu e esses outros estimulássemos sua pesquisa e produção com relativa grande antecedência.
Tive de dar alguma distância entre um e outro texto publicado, cada livro, senão mostraria o que eles não desejavam evidenciar, progressos excessivos para a Terra de agora e mesmo a do século XX ou XXI. Embora minh’alma anseie por premiar nossos companheiros de espécie, apresentando as melhorias possíveis nisso e naquilo, sei que eles têm total razão: seria precipitado.
Se eu pudesse falar de tudo!
Quanta coisa havia lá e mais ainda no planeta de onde vieram e noutros planetas da grande comunidade universal!
Ah, Marie, que grandes saltos daríamos.
Vendo você, pequena engenheira, tão jovem e tão interessada em minhas obras, fico tentado a lhe contar tudo, o que espero fazer logo.
Há também as obras de Herbert George, esse inglês formidável que publicou A Máquina do Tempo, você deveria ir encontrá-lo, ele é um dos nossos, eu sei, é a nova geração – passados 30 ou 60 anos, uma ou duas gerações, eles recomeçam tudo nos vários países. Há tantos outros que estão fazendo as obras! Todo este final de século, eu já a caminho dos meus 70 anos e da morte, e principalmente no século vindouro, eles continuarão a estimular, eu sei.
Venha, jovem talentosa, e conversaremos. Certamente a hospedaremos aqui, as crianças já partiram, sentimos falta de gente jovem.
Amiens, 17 de outubro de 1897.
Seu, Jules.

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