PROGRAMA DE COTAS

 

Isso do programa de cotas do governo federal foi prosperando até o ponto em que virou um inferno, o que propriamente se deu quando eles enviaram as equipes às olimpíadas. E não foram as para-olimpíadas, foram as olimpíadas mesmo, pois o pessoal argumentou não haver ninguém prestando atenção às para-olimpíadas. E tanto bateram pé, tanto fizeram rodeata com as cadeiras de rodas e tal e coisa que conseguiram, e lá foram representar o Brasil.

Para não haver privilégio interno havia sorteio de duplas e em tudo.

A dupla do cadeirante e do maneta no ping-pong levou de carroçada, os anões do basquete perderam todas, a mais vantajosa de 80 a 1 porque no final do jogo o outro time ficou com dó, facilitando ao máximo aquele 1 ponto; também o pessoal do Mal de Parkinson não foi bem nas bicicletas. Na esgrima o cego foi morto 300 vezes. Em compensação o sem-mãos se deu bem pra caramba no boxe, porque era cada espetada de doer.

O da doença de Alzheimer se perdia o tempo todo e saía vagando, enquanto os velhinhos da natação tinham de descansar no meio da piscina. As velhinhas da ginástica rítmica agüentavam só 10 segundos e perderam feio, mas receberam muitos aplausos entusiásticos dos parentes. O perneta foi lançar o dardo, tropicou e arremessou-o bem entre as pernas do juiz, razão pela qual pelo menos esta modalidade estará vedada nas próximas olimpíadas. Novamente o grupo de anões foi um desastre total no vôlei, saiu logo na primeira fase por perder todas as partidas de zero.

Nessa olimpíada em particular o Brasil trouxe 1,5 medalha, a meia medalha de bronze devendo-se à consideração do atleta estrangeiro que num gesto muito digno dividiu a sua pela metade.

Serra, terça-feira, 15 de junho de 2010.

 

NOTA: os governantes devem deixar de ser idiotas e de exagerar nas coisas, a grande custo social, por exemplo, enviando um furgão para buscar e levar em casa um só cadeirante (palavra horrível). Devem parar de ferir a constituição estabelecendo caixas especiais para grávidas, velhos e doentes (dêem-lhes condições especiais, suco, o que for, mas não rasguem a constituição), com isso tirando tempo dos trabalhadores e provocando sérias distorções. Devem evitar as cadeiras especiais nos ônibus, porque isso significa sobrecarga no bolso dos trabalhadores. Devem vigiar e punir as aposentadorias precoces e ilegais. Devem acabar com as isenções a torto e a direito, pois isso está ensejando O USO das pessoas com deficiência pelos familiares e outros sem-vergonha. O programa de cota privilegiador dos negros tira-lhes valor de sobrevivência e será motivo de chacota no futuro. OS governantes devem tratar as pessoas COM DIGNIDADE, todos e cada um, sem favorecer EXAGERADAMENTE ninguém. Devem eleger um grupo-tarefa para estudar a questão a fundo, provendo auxílios verdadeiros, não esmolas, nem exageros que depois no retorno dialético virarão o contrário.