Renovando os Museus
Há nos países
adiantados uma quantidade de museus, com a parte estática, das coleções, e a
parte dinâmica, das representações.
DOIS MUSEUS
1. MUSEU
ESTÁTICO: que
coleciona e apresenta as composições em tal ou qual estilo ou estudo ou modelo
(em geral superafirmando as concepções capitalistas);
2. MUSEU
DINÂMICO: que dá
aulas, podendo ser até sob a forma de documentários (mas pode ser também de
sucessão de quadros, por meio de palestras, de exposições seqüenciais, etc.).
Aqui apresentaríamos as chaves e
bandeiras do modelo para ampliar a questão, mas não se trata disso e sim passar
logo às sugestões, porque é bem o caso de os países da retaguarda recuperarem o
tempo perdido colocando uma série de segmentos de reta (são segmentos de reta e
não retas porque começam num ponto e vão adiante, até quando desapareçam).
SUGESTÕES
·
MUSEU CAIPIRA: é certo que o povo da roça ou do
campo vem sendo desprestigiado. Contudo, creio que aqueles valores devem ser
preservados, até porque o modelo é de equilíbrio 50/50 ou de soma zero entre
campo e cidades, entre os avanços e os atrasos. Há uma quantidade de coisas a
conservar do nosso passado recente e mais distante, embora o Brasil só tenha
500 anos aqui (mas outros milhares partilhados com os formadores);
·
MUSEU DA CAÇA: a caça está aparecendo cada vez mais
no Modelo da Caverna como importantíssima na nossa formação, porque delineou
todo o mundo até a contemporaneidade; de fato, tudo que somos, homens e
mulheres, depende daquele passado, pois os homens se tornaram dominantes e
embasaram toda a Cultura geral naquele modo de ser;
·
MUSEU DO ROMANTISMO: não é apenas para os racionais o
mundo. Eu, por exemplo, muitas vezes gosto do romantismo, embora o “ismo” aí
denuncie excessos de sentimentos. Ora, uma parte da humanidade estará nessa
extremidade e é bom que esteja. Isso salva, também;
·
MUSEU DA BOSSA NOVA: mais e mais me convenço de que a BN
foi um fenômeno importantíssimo, para o bem e para o mal, indo muito além da
percepção mais comum, até mesmo dos estudiosos, pois não foi somente uma ponte
entre dois modos de ser, o íntegro-fechado e o universo aberto de agora (com
tantas coisas ruins, igualmente). Impediu que houvesse uma guerra do povo com as
elites, como já raciocinei, e é a linha que define 23 preciosos anos entre 1945
e 1968, os de maior liberdade humana; e assim por diante;
·
Inúmeros
outros.
A educação é tão importante,
fundamental, que é o maior índice de amor de um povelite ou nação ou cultura.
Quem educa pouco ama pouco, quem educa muito ama muito, pois educar é DAR A
QUEM RECEBE, EXCLUSIVAMENTE, dar diretamente ao indivíduo e a mais ninguém e a
mais nada; a coletividade lucra depois. Primeiro o curso universitário de
economia é dado a quem o faz, diretamente, sem subterfúgios, e só depois de o
indivíduo receber lucra o coletivo. A educação é apanágio do ser. Nada é tão
importante ou significativo quanto educar.
Ora, museus (e bibliotecas, sem falar
em escolas – já que museus e bibliotecas são escolas, e vice-versa) são um dos
pilares da educação. Assim, colocar museus é, por transição, amar.
Vitória, segunda-feira, 19 de julho de
2004.