quarta-feira, 5 de julho de 2017


Quando os Pampas Cresceram e Viraram Aqueles Rapagões Sulistas

 

                            Veja neste Livro 87 Quando o Arco e a Planície se Avistaram e Marcaram um Encontro para as imagens iniciais.

                            Após aquele momento em que os dois lados estavam muito próximos (essa aproximação e esse instante especial merecem todo um tratamento em documentário, retratando a ocasião), vem este, em que o fio marinho se fechou e as lagoas passaram progressivamente de água salgada a doce, completando-se crescentemente a potabilidade, isto é, com o passar do tempo a salobridade se foi e apareceram as condições de vida em água doce. Começaram a brotar primeiro as lagoas de água salgada, que eram inumeráveis; com os páleo-rios depositando nelas e não havendo mais contaminação marinha certamente o sal depositou no fundo e a água doce foi se tornando em cada vez maior quantidade, até se tornar média, quer dizer, igual quantidade de uma e outra. Por fim a água doce se tornou dominante e acabou por predominar completamente. Os peixes de água salgada foram desaparecendo e cedendo lugar ao futuro-doce, à nova genética-doce, com a substituição de todas as espécies, sobrando só as de água doce. Nisso passaram-se milhões de anos, o continente arqueando cada vez mais para cima, a ponto de formar os lagos e lagoas e finalmente as baixadas aluviais que se tornaram os pampas.

OS PAMPAS SÃO GRANDES À PAMPA (na Barsa digital 1999)

A região plana que conforma o centro da Argentina tem grande importância econômica para o país em função da criação de gado bovino e ovino, e do plantio de cereais, em especial milho e trigo. Chama-se pampas a imensa planície argentina que se estende da província de Santa Fe, ao norte, até Bahía Blanca, na Patagônia, ao sul, e, de leste para oeste, do litoral atlântico até os primeiros contrafortes das pré-cordilheiras dos Andes. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

                            Eles são tão grandes que tomam três países (Argentina, Paraguai e uma parte do Brasil no Rio Grande do Sul). São milhões de km2, porque a coisa toda continua a aumentar a partir da plataforma submarina Argentina, como se pode ver no mapa. É que a América do Sul ainda está aumentando de tamanho, ainda está arqueando, os Andes continuam a crescer para os lados da Terra do Fogo, extremo sul da América do Sul. Muitas centenas de milhares de km2 serão acrescentados por lá. Podemos ver claramente que os Pampas ainda estão em formação, ainda estão arqueando e serão terras altas nos milhões de anos do futuro. De modo algum pararam de crescer. Podemos ver nos Pampas o processo geral que deu lugar à América do Sul tal como ela é agora. Se fizermos o filme recuar iremos vê-los afundarem progressivamente no Oceano Atlântico, a plataforma submarina entrando bastante em direção-sentido da terra no Rio da Prata, tomando um pedação da Argentina. Isso pode ser estendido para tomar quase todo o Rio Grande do Sul, parte do Paraguai, parte do Mato Grosso do Sul e parte da Bolívia, creio, nos últimos milhões de anos. Antes de agora lá existiam muitos lagos, com vida abundante em volta.

                            Vitória, sábado, 17 de julho de 2004.

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