Rei Guerreiro,
Primeiro Entre Pares
Não é à toa que
Augusto, que não foi propriamente imperador (e sim IMPERATOR, como César, chefe
militar, general dos generais) gostava que o chamassem Príncipe, Primeiro entre
os Pares. Já que na Rede Cognata (veja Livro 2, A Construção da Rede e da Grade Signalíticas) par = HOMEM = CHEFE,
o significado é bem claro: príncipe, primeiro entre os homens, primeiro entre
os chefes, o mais macho de todos, como consagra o Modelo da Caverna. Dizer REI
DOS REIS é a mesma coisa: o macho dos machos, o mais alto de todos, o que chega
a melhor e maior futuro, o que têm mais fêmeas. O rei era o chefe-de-caça (caça
= GUERRAS, na RC), o comandante das expedições de predação, o dirigente das
expedições militares, o chefe dos matadores.
Tudo se centrava na
caçada, tanto para os homens quanto para as mulheres. Pois, se ter a admiração
dos caçadores é importante, conseguir as fêmeas é fundamental; e elas, como é
lógico, como é fácil de ver escolherão o topo da pirâmide, de preferência o primeiro
quartil, os 25 % de cima.
O chefe dos chefes,
o homem dos homens era aquele perante o qual todos os outros deviam se
comportar como mulheres, e abaixar a cabeça em genuflexão. Isso não era apenas
um sinal polido da corte e sim a evolução da submissão perante o macho-alfa
humano do grupo de caça, significando que o primeiro era o mais destemido, de
maior número de filhos, o que conseguia maior número de presas, o que tinha o
maior número de feridas (imagino até que tenha havido ocasiões em que os homens
se mutilavam para aparecer diante das fêmeas com cicatrizes, principalmente
aquelas de fora da tribo, e que disso reste simbolicamente em nossos dias
algumas representações muito esmaecidas). O gesto de ajoelhar, por exemplo, na
evolução das cortes, teria o significado de oferecer-se ao macho-alfa, quer
dizer, de pôr-se em posição de ser penetrado, oferecendo-se como uma fêmea.
Tudo virou símbolo, depois; antes era a consagração de futuro – era a afirmação
de que a maior parte dos descendentes derivariam daquele macho-um, primeiro
entre todos os considerados iguais.
Vitória,
quarta-feira, 21 de julho de 2004.
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