quarta-feira, 5 de julho de 2017


Rei Guerreiro, Primeiro Entre Pares

 

                            Não é à toa que Augusto, que não foi propriamente imperador (e sim IMPERATOR, como César, chefe militar, general dos generais) gostava que o chamassem Príncipe, Primeiro entre os Pares. Já que na Rede Cognata (veja Livro 2, A Construção da Rede e da Grade Signalíticas) par = HOMEM = CHEFE, o significado é bem claro: príncipe, primeiro entre os homens, primeiro entre os chefes, o mais macho de todos, como consagra o Modelo da Caverna. Dizer REI DOS REIS é a mesma coisa: o macho dos machos, o mais alto de todos, o que chega a melhor e maior futuro, o que têm mais fêmeas. O rei era o chefe-de-caça (caça = GUERRAS, na RC), o comandante das expedições de predação, o dirigente das expedições militares, o chefe dos matadores.

                            Tudo se centrava na caçada, tanto para os homens quanto para as mulheres. Pois, se ter a admiração dos caçadores é importante, conseguir as fêmeas é fundamental; e elas, como é lógico, como é fácil de ver escolherão o topo da pirâmide, de preferência o primeiro quartil, os 25 % de cima.

                            O chefe dos chefes, o homem dos homens era aquele perante o qual todos os outros deviam se comportar como mulheres, e abaixar a cabeça em genuflexão. Isso não era apenas um sinal polido da corte e sim a evolução da submissão perante o macho-alfa humano do grupo de caça, significando que o primeiro era o mais destemido, de maior número de filhos, o que conseguia maior número de presas, o que tinha o maior número de feridas (imagino até que tenha havido ocasiões em que os homens se mutilavam para aparecer diante das fêmeas com cicatrizes, principalmente aquelas de fora da tribo, e que disso reste simbolicamente em nossos dias algumas representações muito esmaecidas). O gesto de ajoelhar, por exemplo, na evolução das cortes, teria o significado de oferecer-se ao macho-alfa, quer dizer, de pôr-se em posição de ser penetrado, oferecendo-se como uma fêmea. Tudo virou símbolo, depois; antes era a consagração de futuro – era a afirmação de que a maior parte dos descendentes derivariam daquele macho-um, primeiro entre todos os considerados iguais.

                            Vitória, quarta-feira, 21 de julho de 2004.

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