quarta-feira, 5 de julho de 2017


Renovando os Museus

 

                            Há nos países adiantados uma quantidade de museus, com a parte estática, das coleções, e a parte dinâmica, das representações.

                            DOIS MUSEUS

1.       MUSEU ESTÁTICO: que coleciona e apresenta as composições em tal ou qual estilo ou estudo ou modelo (em geral superafirmando as concepções capitalistas);

2.       MUSEU DINÂMICO: que dá aulas, podendo ser até sob a forma de documentários (mas pode ser também de sucessão de quadros, por meio de palestras, de exposições seqüenciais, etc.).

Aqui apresentaríamos as chaves e bandeiras do modelo para ampliar a questão, mas não se trata disso e sim passar logo às sugestões, porque é bem o caso de os países da retaguarda recuperarem o tempo perdido colocando uma série de segmentos de reta (são segmentos de reta e não retas porque começam num ponto e vão adiante, até quando desapareçam).

SUGESTÕES

·       MUSEU CAIPIRA: é certo que o povo da roça ou do campo vem sendo desprestigiado. Contudo, creio que aqueles valores devem ser preservados, até porque o modelo é de equilíbrio 50/50 ou de soma zero entre campo e cidades, entre os avanços e os atrasos. Há uma quantidade de coisas a conservar do nosso passado recente e mais distante, embora o Brasil só tenha 500 anos aqui (mas outros milhares partilhados com os formadores);

·       MUSEU DA CAÇA: a caça está aparecendo cada vez mais no Modelo da Caverna como importantíssima na nossa formação, porque delineou todo o mundo até a contemporaneidade; de fato, tudo que somos, homens e mulheres, depende daquele passado, pois os homens se tornaram dominantes e embasaram toda a Cultura geral naquele modo de ser;

·       MUSEU DO ROMANTISMO: não é apenas para os racionais o mundo. Eu, por exemplo, muitas vezes gosto do romantismo, embora o “ismo” aí denuncie excessos de sentimentos. Ora, uma parte da humanidade estará nessa extremidade e é bom que esteja. Isso salva, também;

·       MUSEU DA BOSSA NOVA: mais e mais me convenço de que a BN foi um fenômeno importantíssimo, para o bem e para o mal, indo muito além da percepção mais comum, até mesmo dos estudiosos, pois não foi somente uma ponte entre dois modos de ser, o íntegro-fechado e o universo aberto de agora (com tantas coisas ruins, igualmente). Impediu que houvesse uma guerra do povo com as elites, como já raciocinei, e é a linha que define 23 preciosos anos entre 1945 e 1968, os de maior liberdade humana; e assim por diante;

·       Inúmeros outros.

A educação é tão importante, fundamental, que é o maior índice de amor de um povelite ou nação ou cultura. Quem educa pouco ama pouco, quem educa muito ama muito, pois educar é DAR A QUEM RECEBE, EXCLUSIVAMENTE, dar diretamente ao indivíduo e a mais ninguém e a mais nada; a coletividade lucra depois. Primeiro o curso universitário de economia é dado a quem o faz, diretamente, sem subterfúgios, e só depois de o indivíduo receber lucra o coletivo. A educação é apanágio do ser. Nada é tão importante ou significativo quanto educar.

Ora, museus (e bibliotecas, sem falar em escolas – já que museus e bibliotecas são escolas, e vice-versa) são um dos pilares da educação. Assim, colocar museus é, por transição, amar.

Vitória, segunda-feira, 19 de julho de 2004.

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