Controle ou
Comunicação Socioeconômica em Português
No modelo descobri
que memória e inteligência formam o terceiro, controle, ou comunicação ou
capacidade de verbalização; verbaliz/ação, ato permanente de verbalizar,
produzir ação, é condição de evolver, de atingir mais e melhor futuro, de
ocupar os nichos de proficiência ou destreza lógica-evolutiva, não apenas
porque a evolução tem uma lógica quanto porque evoluir é evolver, CRIAR, que
depende de lógica.
A comunicação é o
controle da memória e da inteligência. A memória é o passado, a história, e a
inteligência é o presente, o conflito geográfico na atualidade. A Língua geral,
sendo o acumulador que dota o racional de maior capacidade de evoluir, é o que
permite acúmulo de memória (natural e artificial) e de inteligência (natural,
multiplicando o número de pensantes e a qualidade do pensamento, esta muito
lentamente).
A língua que mais
está mudando indica a coletividade que mais está produzindo; se hoje é o inglês
que aumenta quantitativa e qualitativamente de forma mais larga, é ele que
indica o conjunto que está indo à frente da humanidade. E a taxa de acumulação,
de tantas mil palavras por unidade de tempo, mede a MUTAÇÃO DIFERENCIAL, isto
é, quanto na frente o coletivo-inglês vai. O português, que acumula menos, vai
mais atrás.
Por conseguinte, o
português é condição de controle do mundo, não apenas o lusófono quanto o mundo
mesmo, a parte do mundo que cabe aos falantes da língua. Uma língua
não-trabalhada, não afinada, produz uma coletividade não-afinada,
desestruturada, sem estrutura, sem conceitos que permitam as largas passadas e
os altos vôos da forma, da expressão formal através, digamos, das artes. Os
tecnartistas não se sentem competentes porque não há dentro deles firmeza, têmpera conceitual.
Assim, é do maior
interesse de todos criar um INSTITUTO LINGUÍSTICO para o português, onde a
língua vá ser apurada; como se sabe, tal instituto já existe, é a Academia
Brasileira de Letras. Mas a ABL vem do passado burguês atrelado; vai a reboque da
burguesia patrimonial demente, que preza o patrimônio e sua conservação e não
os avanços. Toda a simbolização da ABL será, naturalmente, de remeter ao
passado, à prisão confortável do já sabido e não às novas e perigosas aventuras
linguísticas. Daí a necessidade de criar um novo instituto.
Vitória, sábado, 10
de julho de 2004.