domingo, 2 de julho de 2017


Controle ou Comunicação Socioeconômica em Português

 

                            No modelo descobri que memória e inteligência formam o terceiro, controle, ou comunicação ou capacidade de verbalização; verbaliz/ação, ato permanente de verbalizar, produzir ação, é condição de evolver, de atingir mais e melhor futuro, de ocupar os nichos de proficiência ou destreza lógica-evolutiva, não apenas porque a evolução tem uma lógica quanto porque evoluir é evolver, CRIAR, que depende de lógica.

                            A comunicação é o controle da memória e da inteligência. A memória é o passado, a história, e a inteligência é o presente, o conflito geográfico na atualidade. A Língua geral, sendo o acumulador que dota o racional de maior capacidade de evoluir, é o que permite acúmulo de memória (natural e artificial) e de inteligência (natural, multiplicando o número de pensantes e a qualidade do pensamento, esta muito lentamente).

                            A língua que mais está mudando indica a coletividade que mais está produzindo; se hoje é o inglês que aumenta quantitativa e qualitativamente de forma mais larga, é ele que indica o conjunto que está indo à frente da humanidade. E a taxa de acumulação, de tantas mil palavras por unidade de tempo, mede a MUTAÇÃO DIFERENCIAL, isto é, quanto na frente o coletivo-inglês vai. O português, que acumula menos, vai mais atrás.

                            Por conseguinte, o português é condição de controle do mundo, não apenas o lusófono quanto o mundo mesmo, a parte do mundo que cabe aos falantes da língua. Uma língua não-trabalhada, não afinada, produz uma coletividade não-afinada, desestruturada, sem estrutura, sem conceitos que permitam as largas passadas e os altos vôos da forma, da expressão formal através, digamos, das artes. Os tecnartistas não se sentem competentes porque não há dentro deles firmeza, têmpera conceitual.

                            Assim, é do maior interesse de todos criar um INSTITUTO LINGUÍSTICO para o português, onde a língua vá ser apurada; como se sabe, tal instituto já existe, é a Academia Brasileira de Letras. Mas a ABL vem do passado burguês atrelado; vai a reboque da burguesia patrimonial demente, que preza o patrimônio e sua conservação e não os avanços. Toda a simbolização da ABL será, naturalmente, de remeter ao passado, à prisão confortável do já sabido e não às novas e perigosas aventuras linguísticas. Daí a necessidade de criar um novo instituto.

                            Vitória, sábado, 10 de julho de 2004.

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