domingo, 2 de julho de 2017


Como Fiquei Sabendo que Grande Nação o Brasil Não É, e que os Chineses São Melhores que os Brasileiros

 

                            Em seu livro Bilhões e Bilhões (Reflexões sobre Vida e Morte na Virada do Milênio), São Paulo, Cia. das Letras, 1998 (sobre original de 1996, último livro, escrito pouco antes de morrer) Carl Sagan diz na página 169: “(...) os Estados Unidos, fundados em princípios de independência e liberdade, FORAM A ÚLTIMA GRANDE NAÇÃO A ACABAR COM A ESCRAVIDÃO (...)”, maiúsculas minhas.

                            Como sabemos, a Guerra da Secessão nos EUA foi na década dos 1860 (1860 a 1866, fase em que Lincoln deu fim à escravidão), enquanto o término da servidão se deu no Brasil em 1889, com a lei famosa da princesa Isabel. Assim, dado que 1889 sucede a data americana podemos concluir que o Brasil não é, na opinião de Sagan e de muitos, uma grande nação. É a lógica.

                            Por outro lado, recentemente a China recusou VÁRIAS partidas de soja comprada do Brasil, alegando que o número de grãos contaminados passava o permitido nas negociações (o que os exportadores brasileiros negaram). Tudo voltou ao Brasil, onde será vendido ao povo brasileiro, mesmo estando contaminado; não serve para os chineses, mas serve para os brasileiros. Não posso esperar que joguem no mar, nem que descontaminem – os brasileiros aceitam tudo. Será vendido como alimento de gente ou de animais ou virará óleo, contaminado ou não. Não se perderiam 330 mil toneladas de soja, afinal de contas.

                            Desse jeito indireto fiquei sabendo duas importantes coisas:

1.       O Brasil NÃO É uma grande nação;

2.      Os chineses são melhores que os brasileiros (e lá o governo cuida melhor deles do que o governo brasileiro de nós).

Se lêssemos mais e melhor as entrelinhas da imprensa falada e escrita descobriríamos muito mais coisas relevantes sobre nós mesmos. E deve ser porisso que não há ninguém no Brasil que conte como nos vêem lá de fora.  NINGUÉM. Nem direita nem esquerda nem centro nem acima nem abaixo nem na frente nem nos fundos. Ninguém, mesmo. A não ser o Mainardi, que quase todos detestam.

Vitória, domingo, 04 de julho de 2004.

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