Como Fiquei Sabendo
que Grande Nação o Brasil Não É, e que os Chineses São Melhores que os
Brasileiros
Em seu livro Bilhões e Bilhões (Reflexões sobre Vida
e Morte na Virada do Milênio), São Paulo, Cia. das Letras, 1998 (sobre original
de 1996, último livro, escrito pouco antes de morrer) Carl Sagan diz na página
169: “(...) os Estados Unidos, fundados em princípios de independência e
liberdade, FORAM A ÚLTIMA GRANDE NAÇÃO A ACABAR COM A ESCRAVIDÃO (...)”,
maiúsculas minhas.
Como sabemos, a
Guerra da Secessão nos EUA foi na década dos 1860 (1860 a 1866, fase em que
Lincoln deu fim à escravidão), enquanto o término da servidão se deu no Brasil
em 1889, com a lei famosa da princesa Isabel. Assim, dado que 1889 sucede a
data americana podemos concluir que o Brasil não é, na opinião de Sagan e de
muitos, uma grande nação. É a lógica.
Por outro lado,
recentemente a China recusou VÁRIAS partidas de soja comprada do Brasil,
alegando que o número de grãos contaminados passava o permitido nas negociações
(o que os exportadores brasileiros negaram). Tudo voltou ao Brasil, onde será
vendido ao povo brasileiro, mesmo estando contaminado; não serve para os
chineses, mas serve para os brasileiros. Não posso esperar que joguem no mar,
nem que descontaminem – os brasileiros aceitam tudo. Será vendido como alimento
de gente ou de animais ou virará óleo, contaminado ou não. Não se perderiam 330
mil toneladas de soja, afinal de contas.
Desse jeito indireto
fiquei sabendo duas importantes coisas:
1. O Brasil NÃO É uma grande nação;
2. Os chineses são melhores que os
brasileiros (e lá o governo cuida melhor deles do que o governo brasileiro de
nós).
Se lêssemos mais e melhor as
entrelinhas da imprensa falada e escrita descobriríamos muito mais coisas
relevantes sobre nós mesmos. E deve ser porisso que não há ninguém no Brasil
que conte como nos vêem lá de fora.
NINGUÉM. Nem direita nem esquerda nem centro nem acima nem abaixo nem na
frente nem nos fundos. Ninguém, mesmo. A não ser o Mainardi, que quase todos
detestam.
Vitória, domingo, 04 de julho de 2004.
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