Aula de Arqueologia
Os cineastas e os
estúdios deveriam inaugurar uma série, na seqüência de Indiana Jones,
misturando realidade e ficção, a cada filme da série sucedendo-se a aula
propriamente dita, em episódios duplos de 2 x 40 minutos, metade para cada
propósito, de tal forma que à aventurosa vida do arqueólogo fictício se
seguissem as explicações, mostrando os objetos reais, vistas explodidas deles,
computação gráfica, 3D (três dimensões) e RV (realidade virtual), fotos,
cuidados inerentes à pesquisa, os objetos usados, os textos disponíveis, filmes
relacionados, documentários, entrevistas, aulas, tudo a respeito da
Arqueologia.
Onde os museus a
visitar, onde há cursos nas universidades, os sítios de Internet, os
professores eméritos e os divulgadores, as grandes descobertas, a grande
aventura geral da Arqueologia, as buscas antigas e as recentes, o valor dos
objetos (cultural e monetário), os custos da investigação de campo, os
patrocinadores públicos e particulares, o tempo que leva para burilar as peças
e recompô-las, os programas de computador, como começou tudo, as perspectivas
para o futuro (há quem imagine que nada há mais a descobrir), como encomendar
réplicas, onde há cursos por correspondência, onde universidades abertas que
oferecem formação à distância, a mídia associada, os arqueólogos amadores que
já descobriram algo, etc.
O objetivo é atrair
tanto amadores quanto os que estejam dispostos a passar pela demorada formação
oficial.
Como é fácil de
pensar, o mundo move muitos bilhões de toneladas de terra e areia com o passar
do tempo, havendo inúmeros estratos a desenterrar, tanto na arqueologia quanto
na paleontologia. A coisa não terminou, longe disso, e penso que
necessariamente há muito a tirar do solo, a gente estando num platô relativo à
primeira subida, nada mais que isso.
Vitória,
segunda-feira, 28 de abril de 2003.