quinta-feira, 12 de janeiro de 2017


Ecossistemas de Negócios

 

                            Em seu livro, Inteligência em E-Business (Transformando Informações em Conhecimento, e Conhecimento em Lucro), Rio de Janeiro, Qualitymark, 2002, p. 239, Bernard Liautaud (com Mark Hammond) diz: “Para uma empresa examinar seu desempenho, precisa olhar não apenas suas próprias necessidades, mas também as necessidades de seus parceiros e como pode participar para melhorar seus desempenhos. Em um ecossistema de negócios, se cada um se empenhar em tornar os outros melhores, todos serão beneficiados”, colorido meu.

                            Daí ECOSSISTEMA DE NEGÓCIOS me lembrou os transientes, a propriedade do modelo que diz que podemos aplicar, guardadas as proporções, uma lei de um nível no outro, por exemplo, da Biologia/p.2 na Psicologia/p.3, então um PSICOSSITEMA DE NEGÓCIOS, pois se trata de Psicologia (figuras ou psicanálises dos negócios, objetivos ou psico-sínteses dos negócios, produções ou economias dos negócios, organizações ou sociologias dos negócios e no centro geo-histórias ou espaçotempos dos negócios).

                            Agora, quem devora quem? Quais são os níveis tróficos? Onde estão os comensais, os parasitas, as empresas agressivas, a aclimatação, o ambiente socioeconômico, as empresas ameaçadas de extinção, a sociodegradação, as cadeias alimentares, os consumidores primários, secundários e terciários,        as aves de rapina, a evolução S/E das empresas e dos governos? Enfim, como se aplicam os termos? Como ver as várias ações S/E em termos de um ecoplanejamento? Onde se situam os predadores e as presas? Como convergem uns para as outras?

                            Ver assim nos ajudaria muito, pode saber, POR QUÊ podemos perguntar como se dão os fluxos de matéria, energia e informação e como se movem as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) nas células ambientais (municípios/cidades, estados, nações e mundo – operando em níveis distintos). Quem são os superorganismos? Como a falta de um produto ou processo afeta a existência deste ou daquele ente socioeconômico governempresarial políticadministrativo pessoambiental?

                            Você está vendo o desenho? Levada à Psicologia/p.3, como se comportaria a grade conceitual posta na Biologia/p.2?

                            Vitória, sábado, 07 de dezembro de 2002.

Eco-campeonato

 

                            Não apenas aquela idéia do texto O Time é o Bicho, neste Livro 15, mas diferente, de haver verdadeira badalação envolvendo toda a mídia e os governempresas, uma Festa Nacional do Ecodesenvolvimento Sustentável da Base Socioeconômica, um evento formidável que faça toda a comunidade compreender o tipo novo de crescimento geral que desejamos.             

                            Dentro de tal Festa estará o Eco-Campeonato, visando as divisões: 0) Divisão de Proteção da Vida (fungos, plantas, animais e humanos), 1) Divisão de Proteção da Água, 2) Divisão de Proteção do Ar, 3) Divisão de Proteção da Terra/Solo, 4) Divisão de Proteção do Fogo/Energia, por conseguinte cinco supergrupos. Primeiro começando num município/cidade, depois num estado, a seguir no Brasil e depois no mundo inteiro.

                            Durante o EC serão passados documentários, distribuídos livros subsidiados com orientações práticas e teóricas às pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo), criando Grupos de Trabalho, por exemplo GT das Classes do Labor (GT operário, GT intelectual, GT financista e GT militar, e GT burocrata), GT das Classes do TER (GT dos ricos, GT dos médios-altos, GT dos pobres e GT dos miseráveis), e assim por diante.

                            Os EC teriam o nome dos problemas mais em voga, digamos EC do Desmatamento, EC das Queimadas, EC das Extinções, EC da Falta de Verbas, o que fosse, cada um tratando durante um ano inteiro daquele tema principal, provocando lateralmente os demais. Palestras, circos, ações dos tecnartistas e dos pesquisadores e desenvolvedores do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia e Ciência/Técnica, e Matemática) geral. Empenho total dos conjuntos, mais vasto que esse da Globo, Ação da Cidadania, ou a favor das crianças.

                            Vitória, sábado, 07 de dezembro de 2002.

Dominante

 

                            No deplorável filme Vírus, com a admirável Jamie Lee Curtis, uma “energia” galáctica qualquer, ao chegar a uma estação russa no espaço usa a antena dela para emitir e ser recebida por um navio, onde começa a usar seres humanos e peças do navio para conceber ciborgues bem malvados. Tudo muito incoerente, porque como ela fabricaria as peças? Apenas vai tomando as que já existem e compõe seus horrendos produtos. Ora, em tese se trata de uma avançadíssima consciência. Por quê iria construir seres aleijados, disformes, e não belas formas? Por quê teria que ser, logo de cara, má?

                            Penso que o filme piloto de uma série poderia ser outro: um pequeno objeto é enviado, pousa, começa a construção de fábricas sucessivas com os materiais do terreno, enviando uma sonda para escavar os minérios. Ou vai até uma fábrica desocupada, obsoleta, caindo aos pedaços, para aproveitar os metais já minerados e tratados. Aí se instala de começa a expansão, construindo-se como uma fábrica cada vez maior, que os seres humanos admirarão, se extasiando com ela, procurando estudá-la, pesquisando-a constantemente.

                            Então, já bastante grande, robôs e computadores vão sendo feitos aos borbotões, crescendo em volta da fábrica primitiva. Começa o diálogo. Ela nos passa seu Dicionárienciclopédico Planetário e nós a ela o nosso, ou o que for, toda nossa literatura, todas as tecnartes, todo o Conhecimento. Começa a Inter fertilização. O que era no começo bom desvia-se para os choques e os conflitos, como sempre ocorre depois do primeiro contato. Os seres humanos descobrem milhões de produtos novos, a sócioeconomia humana dá saltos formidáveis. Veja só que oportunidade de construção de enredo, em milhares de capítulos muito densos e sutis.

                            Lá pelas tantas, só muito mais tarde, começa a guerra, que prossegue por décadas (com avanços e retrocessos nas cenas, flashbacks, relâmpagos do passado, e notas do futuro). Enquanto isso a Fábrica vai montando réplicas do objeto original que chegou à Terra, os seres humanos impotentes para impedir que haja propagação até outros planetas racionais.

                            Vitória, sexta-feira, 06 e dezembro de 2002.

Divisão dos Mundos

 

                            São muitos mundos misturados.

                            Só essa pessoa em especial pode fazer isso, mas ao simplesmente andar passa de uma década a outra, de uma a outro milênio, num estando com as vestimentas próprias, falando aquela língua, com todo o conhecimento próprio, e no seguinte já emergindo com as roupas dali e de quando, com o conhecimento adequado, falando fluentemente a língua ou dialeto da gente dali.      Ainda vê do outro lado da interface os outros com os quais convivia antes. Conserva as memórias, mas não pode usá-las. Se de um lado era o oprimido do outro será o opressor tentando justificar-se de suas barbaridades. Uma hora é o pai que bate, outro o garoto que apanha, o que sente fome e o abastado que joga comida fora. Muitas variações podem ser feias.

                            Por dentro, criticando suas ações, vê-se impotente para mudá-las, porque agora está encarnado nos interesses próprios. Isso, por um lado, mostrará como às vezes não conhecemos as razões alheias. Mas, ao voltar ao seu mundo de origem a pessoa vê como modificar em si seus erros e ajudar os outros a sair dos deles.

                            O filme-piloto e a série de TV teriam que montar inúmeros cenários de todos os tempos e espaços, todas as geo-histórias. Com isso os telespectadores teriam AULAS INTERIORES das pessoambientes daqueles tempespaços, visitariam o mundo inteiro, em todas as posições do fazer humano, desde o mais alto, presidente ou rei, até o de varredor de rua, e em todos e cada um a soma zero seria 50/50, lado bom e lado ruim zerando-se. A gente toda veria que as vidas trazem problemas que devem ser solucionados.
                            Vitória, domingo, 08 de dezembro de 2002.

Divertimento dos Anjos

 

                            Por homologia com a antiga mexicana Cidade de Nossa Senhora dos Anjos (Ciudade de Nuestra Señora de Los Angeles, agora americana, californiana Los Angeles, LA), Hollywood fez um filme detestável e meloso, com os grandes Nicholas Cage e Meg Ryan, em que um anjo se apaixona por uma mortal. À tardinha todos os anjos da Cidade se reúnem para olhar o pôr do Sol = PAI, o que faz sentido, na Rede Cognata. Se aos seres humanos foi dado o livre arbítrio, a escolha livre, qual um teste, nada se disse dos anjos, que são os Soldados de Deus, digamos, e soldados de um general que é monopolístico em seu poder, com Liberdade Absoluta de um significando a falta total de liberdade dos outros, exceto por concessão. No filme citado o anjo personificado por Cage decide por conta própria “morrer” de sua eternidade em nome de seu amor mortal terrestre.

                            Bom, o que assombra nos filmes sobre anjos é que estes não se divertem, quando a característica principal de todo ser racional é fazer brincadeiras. Nem se aborrecem também, nem caem na realização de perversidades. E quanto aos seus poderes? Não mexem com os objetos, não os transformam, não fazem experiências, são absolutamente inumanos em todos os sentidos. Acontece que os seres humanos, embora incultos de tantas coisas, são lógicos, e nisso se assemelham com o Criador, já que foram feitos “à imagem e semelhança”, por conseguinte Á IMAGEM E SEMELHANÇA DA LÓGICA DO CRIADOR, daí também os anjos. TUDO e TODOS devem ser lógicos, só que Deus é de uma lógica total, da Tela Final.

                            Não vemos os anjos exercendo sua lógica, o que renderia um filme piloto e uma série de TV sobre a forma como os anjos veriam as coisas, que devem ser as de um qualquer ESPAÇOTEMPO LÓGICO-DIALÉTICO, embora superior em grau. Se os anjos entraram num universo de visão livre, de percepção total, porque eles não se divertiriam, exceto com as coisas proibidas que fossem do Plano da Criação? São crianças, em certo sentido, não são? E ainda por cima livres no maior dos jardins, o Jardim do Paraíso, só que na Terra mesmo.

                            Vitória, sexta-feira, 06 de dezembro de 2002.

Desaparecido

 

                            Num filme francês recentíssimo estrelado por Charlote Rampling, Sob a Areia, creio, um homem e sua esposa vão a uma casa num balneário, daí a certa praia isolada de lá e, enquanto ela dorme, ele entra no mar e se afoga. Trivial, inconsistente, desnecessário, quando poderia ter sido um grande filme.

                            Veja só, no momento em que ela se deita de bruços na toalha e ele sai, encontra alguém, certa moça, acontece alguma coisa (não quero desenvolver o tema), ele vai parar em outra cidade e país. Neste instante a tela do cinema se abriria em duas faixas, separando-os. Ela começa a busca, com o auxílio da polícia, ele vai viver em outro lugar, o que as duas faixas, para não cansar, mostram em retratos distanciados vários anos, mostrando as duas vidas separadas. Lá pelas tantas, um outro acontecimento os reúne, eles são agora estranhos, quando antes privavam uma vida conjunta cheia de confidências.

                            Enfim, há sempre nos filmes uma chance que poderia levá-los a grandes eventos, a chamar a atenção de todos e cada um. Poucos filmes se tornam surpreendentes. Às vezes até em filmes C ou D vi grandes oportunidades desperdiçadas. E é isso que dói: pela falta de um triscar, de uma faísca, de um súbito relampejar de gênio desapareceu esse grande ensejo de divertimento. É isso que desconsola. Desapareceu, está desaparecido para sempre.

                           Vitória, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002.

Comunidade Mórbida

 

                            Veja só como nós passamos a gostar de filmes de faroeste, de guerra, de tiroteio policial, de kung fu (com a porradaria de sempre), de terremotos, de meteoritos que ameaçam destruir a Terra (essa jóia raríssima!), ondas gigantescas que tudo submergiriam, monções pavorosas, vulcões engolidores de comunidades inteiras, catástrofes, lobisomens, vampiros, mortos-vivos e uma série de coisas repelentes e de nojeiras pavorosas.

                            Passamos a zombar do que denominamos filmes “água-com-açúcar”, por serem melosos demais. Nem precisariam ser exagerados assim para continuarmos a depreciar.

                            Quando é que nossa comunidade municipal/urbana, estadual, nacional e mundial passaram a comportar-se com tal morbidez? Quando é que começamos a esquecer a mensagem admirável da felicidade para cair na autocomiseração, na auto depreciação, na ausência mais absoluta de esperança? De onde vem tão destrutivo princípio da morte, Tanatos? Porque ele invadiu a indústria cinematográfica com tanta fúria, tanta violência a ponto de quase não haver espaço para mais nada? Não precisa ser aquela coisa piegas, só que fossem discussões sérias de tantos assuntos que podemos abordar. Está certo que uma coisa alimente a outra e as drogas venham a ser tanto efeito quanto causa de tais distúrbios imaginativos, mas nem porisso esperaríamos que não houvesse contestação, enfrentamento.

                            Como é que tal enfermidade socioeconômica se apoderou de nós? Qual foi a sua gênese e em que ritmo deu-se seu espalhamento nos conjuntos? Onde foi o foco de tal negatividade absoluta? Essas investigações dos pesquisadores nos ensinarão a amadurecer para além da simples destrutividade infantil da civilização presente.

                           Vitória, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002.