terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Mídia do Dicionárienciclopédico

 

                            Algumas coisas novas pude derivar do modelo.

                            Entre elas está que o Dicionário é duplo, tendo um lado ruim e um lado bom (assim como a Enciclopédia). Mais ainda, ele é necessariamente quádruplo, porque o lado ruim, digamos, tem de ser dividido ainda nos pares polares opostos/complementares. Assim, o par verdade/mentira deve ter cada lado dividido em dois. Mentira boa e mentira ruim. Mentir, por si mesmo, reputo que não seja bom, mas o modelo diz que existirá uma mentira boa, aquela que, por exemplo, salva vidas úteis, que de outro modo seriam perdidas.

                            Então, em primeiro lugar, como separar o Dicionário em quatro colunas? E a Enciclopédia? Há pessoas boas e ruins. Dentre as boas há as grandes e as pequenas.

                            Claro que, se queremos estabelecer futuramente uma mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) do D/E, para todas as centenas de milhares de palavras, precisamos estabelecer essas distinções. Depois, é o caso de colocar novas tarefas e promessas para esses milhares de canais de TV, atualmente criando sempre o mesmo tipo de programa chato. Ou seja, precisamos pegar as 200 mil palavras do Dicionário     e daí fazer as emissoras de TV trabalharem-nas em concerto mundial, cada uma se encarregando de um grupo, para reinventar conhecimento humano. Isso exige um Centro Políticadministrativo da Mídia do D/E. Seja como os canais Discovery e National Geographic, ou de outra composição e direcionamento, seja como for, é preciso estabelecer parâmetros.

                            Os governempresas do mundo precisam criar urgentemente esse Fórum da Mídia do D/E, explorando cada palavra, aprofundando-a até o limite, alargando-a para uso do Conhecimento geral, promovendo debates, tornando-as altas pela elevação do projeto. Como as empresas da mídia desejam ter lucro, que fiquem com aqueles programas que sabidamente dão lucro, deixando aos governos os demais, que são, no entanto, necessários. A própria palavra DEBATE deve ser estudada na mídia, ou seja, reconstruída para futuro uso humano, para este século que se inicia.

                            Vitória, segunda-feira, 04 de novembro de 2002.

Mídia do Conhecimento Tributário

 

                            Por quê dão tão pouca atenção aos tributos (taxas, impostos e contribuições de melhoria)? No Brasil existem 58 tributos, desde quando cravaram a CPMF, Contribuição PROVISÓRIA de Movimentação Financeira, atualmente em 0,38 %. Dos impostos listados na constituição federal (oito federais, quatro estaduais e quatro municipais/urbanos) SÓ UM não passou, exatamente o incidente sobre as Grandes Fortunas. Até hoje não foi votado, passados 14 anos. Sequer é mencionado.

                            O povo é quem paga todos os tributos, é claro, direta ou indiretamente, como venho falando desde quando entrei na área.

                            Seria fundamental essa mídia geral do conhecimento tributário. TV do Tributo, Revista do Tributo, Jornal do Tributo, Editora Tributária, Rádio Tributária e Internet do Tributo, neste caso com uma Rede Nacional do Tributo, RNT, como já pedi noutro texto. Poderíamos começar com a REVISTA TRIBUTÁRIA, daí avançando para o resto. Sempre insisto que papel brilhoso quer dizer forma, falta de conteúdo, ao passo que papel mais barato quer dizer intenção de estudar as questões a fundo, provocando reformas e transformações.

                            O Tributo nas Escolas, de Joemar Dessaune, que transformei em anteprojeto de lei e José Carlos Gratz passou na Assembléia Legislativa do ES, está indo de vento em popa, como o nome de Consciência Tributária, espalhando-se no Brasil e no mundo. Não criaram obstáculo PORQUE as crianças, tomando consciência do Tributo geral, só poderão intervir quando chegarem ao poder dentro de 30 ou 40 anos, ou mais tarde ainda, quando todos os que nele estão agora estarão mortos ou muito velhos. Ao passo que o Jeca Tutu, uma Cartilha Pedagógico-Tributária, que visa às famílias em casas, em interação com as crianças que voltam das escolas, gerando um debate que transformaria todos imediatamente em cidadãos questionadores e cobradores de efeitos, esse não passa. Assim como o Teatro da Ação Fiscal, para atingir os artistas, ou o Tributo na Universidade, e as demais iniciativas, para aqui e agora.

                            Do mesmo modo será difícil levar essa MCT, exatamente porque as questões atingiriam os verdadeiros pagadores, que se conscientizariam de que os pseudocontribuintes, os empresários nada pagam. Começariam a cobrar o retorno dos tributos como investimentos, a dar ordens, a obrigar as elites a devolver parte do que tomam em serviços e produtos de boa qualidade.

                            Isso, que lhes parece ataque aos seus privilégios e a suas fortunas, na realidade é aquela solução que salvará o Capitalismo geral. Eu, que sou anarco-comunista, desejo isso para fazer essa forma de políticadministração atrasada avançar até o Socialismo, esse estágio inicial a que a Noruega está sem candidatando. Portanto, através dessa reforma adianto alguns pontos no mundo primitivo, com isso dando ainda mais força e poder aos capitalismos, tirando-os entrementes daquele patamar muito primitivo. Melhoro o Capitalismo, sim, mas com isso ele começa a saltar para seu fim. É uma troca justa, resolvendo muitos problemas ordinários, banais, boçais, que ainda estão pendentes de soluções.
                            Vitória, quinta-feira, 31 de outubro de 2002.

Mesmo que Tudo dê Certo

 

                            Depois de desfiar todas as fictícias razões indutivas pelas quais, presumivelmente, tudo daria errado nas nações atrasadas do mundo atual, Paul Kennedy diz em seu livro, Preparando para o Século XXI, Rio de Janeiro, Campus, 1993, p. 24: “Mesmo, porém, que exista comida, seria possível dar a esses bilhões de jovens saúde e educação decentes e, posteriormente, criar novos empregos no ritmo necessário para evitar o desemprego em massa e a agitação social? O fenômeno é mais ou menos parecido com aquela multidão de 100.000 vagabundos que vagavam pelas ruas de Paris na década de 1780, mas os números de hoje são fantasticamente maiores. No momento, a força de trabalho nos países em desenvolvimento é de cerca de 1,76 bilhão, mas aumentará para mais de 3,1 bilhão em 2025 – o que significa a necessidade de 38 a 40 milhões de novos empregos todos os anos”, itálico no original.               

                            Ou seja, mesmo que absolutamente tudo dê certo, ainda assim dará errado; e se porventura desse certo nessa parte que falta, a chance maior seria de descarrilar. É como o Amigo da Onça. Dois camaradas estão conversando. PRIMEIRO – fui caçar, acabaram as balas, deparei com uma onça. SEGUNDO – e aí? A onça te atacou? PRIMEIRO – foi mesmo, mas eu saí correndo na frente. SEGUNDO – e aí, ela te perseguiu? PRIMEIRO – sim, mas eu subi na árvore. SEGUNDO – e então, ela subiu também? PRIMEIRO – subiu, mas eu fui mais para cima, para os galhos finos. SEGUNDO – e ela foi atrás? PRIMEIRO – vem cá, você é meu amigo ou amigo da onça?

                            Que aconteceu com os 100 mil vagabundos que vagavam por Paris há 220 anos? Foram mortos? Não, não é? Fizeram a Revolução francesa logo em seguida, em 1789, daí a França mudou, tornou-se mais produtiva, distributivista, popular, democrática, e alimentou não uma centena de milhar, mas dezenas de milhões. PORQUE a França encontrou um projeto que é seu, que ela ama e pelo qual luta com fervor.

                            Assim também acontecerá com os povos asiáticos, os africanos, os sul-americanos, todos os povos atualmente atrasados da Terra, quando encontrarem um modo seu, conveniente às suas expectativas de vida, às suas esperanças e crenças, às suas percepções de mundo. Não 40 a 50 milhões de empregos por ano, mas centenas de milhões serão criados, PARA FAZER COISAS LOCAIS e não de interesse dos países dominantes e centrais. Quando as pessoas estejam lutando POR SEUS SONHOS elas criarão centenas de milhões de empregos, até faltará gente para tanta coisa por fazer.

                            É possível não só dar comida, saúde, educação, diversão, cultura, proteção ambiental, computação avançada, tecnociência de ponta, superconhecimento, como numerosíssimas coisas com as quais sequer sonhamos porque estamos sempre voltados etnocentradamente para os valores europeus exclusivistas. Esses povos criarão tecnociência e Conhecimento geral tropical e retardatário, que não visarão mais a repetição e cópia do que interessa aos europeus e seus replicadores americanos do norte.

                            Tente imaginar QUANTAS INFINDÁVEIS COISAS será preciso fazer e re-fazer ao modo próprio desses povos! Chega a dar um calor gostoso dentro da gente.

                            Porque o que não nos faz falta alguma é a desconfiança dos centrais, a falta de fé em nossas capacidades, em nossa engenhosidade, em nossa capacidade de inventar um destino NOSSO, um futuro independente. Isso eles têm de sobra, falta de confiança, falta de crença em nossas capacidades. Descrêem de nós, suspeitam, duvidam de nossas forças. Estão sempre arranjando um empecilho, um obstáculo qualquer, um impedimento, um estorvo, uma barreira.

                            SE tudo der certo, ainda assim, dizem eles, dará errado.

                            Homens e mulheres de pouca fé! Se Cristo tivesse tido neles a falta de confiança que eles têm nos outros, estariam todos mortos, agora, não seriam essas centenas de milhões da Europa e dos EUA, da Rússia e dos países cristãos todos, mas apenas algumas dezenas de milhões, encurraladas e dominadas por estrangeiros, que neles não veriam nenhuma promessa de futuro decente.

                            Na Veja desta semana diz-se que a China conseguiu transformar em classe média bem alimentada e vestida 700 dos seus 1.300 milhões de habitantes. Sem falar que os outros 600 milhões, morando no campo, também não estão passando fome. Não arranjaram 40 milhões de empregos, mas (contando metade da população como PEA, população economicamente ativa), 600 a 700 milhões.

                            Vitória, terça-feira, 29 de outubro de 2002.

Mapas Tecnartísticos

 

                            Vejamos os tecnartistas.

                            Da visão: moda, dança, poesia, prosa, pintura, desenho, fotografia, etc. Da audição: música, discurso, etc. Do olfato: perfumaria, etc. Do paladar: comida, bebida, pasta, tempero, etc. Do tato: arquiengenharia, esculturação, urbanismo, paisagismo/jardinagem, decoração, tapeçaria, cinema, teatro, etc.

                            Se você precisar de algum deles, onde o encontrará? E geralmente pensamos nos artistas, que separamos de suas técnicas, não nos técnicos, dos quais nem pensamos em sua arte. Onde estão os profissionais (e os amadores) das 6,5 mil profissões? Não existem catálogos qualitativos nem quantitativos. Não ficamos sabendo dos preços de suas tarefas, suas disponibilidades de tempo, seus graus de formação, onde apresentaram suas obras (referências práticas & teóricas de desenvolvimento & pesquisa), onde se formaram, que instrumentos, máquinas, aparelhos usam, se há colegiados, se estão filiados a sindicatos, seus endereços reais e virtuais, onde apareceram na mídia, seus currículos ou realizações. Não sabemos mesmo nada.

                            Se olharmos um mapa ou cartografia (que é a parte baixa da geografia) não poderemos estabelecer os laços ou vínculos históricos (que são os do jornalismo alto). Nada há num mapa que nos mostre onde eles poderiam ser encontrados, não há referências a eles, é como se não existissem como pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) ou ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo). Não é mostrada a densidade pessoambiental deles. Não podemos ligar por telefone, não podemos fazer tomada de preços, não há mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) que fale explicitamente deles.

                            Em resumo, passados tantos milênios os tecnartistas encontram-se quase tão desorganizados ou sociologicamente ausentes quanto antes. E os governempresas nem dão bola. Que mundo pobre e atrasado, Jesus!

                            Vitória, segunda-feira, 28 de outubro de 2002.

Mapas do Petróleo e do Gás

 

                            Olhando como os governantes governam, eu sinto arrepios, por estarmos entregues a gente que REAGE aos fatos, não busca estar preparada. Por exemplo, na questão da energia, em particular do petróleo e gás, não vejo mapas espaçotemporais, ou geo-históricos, incidindo neles fatores ou multiplicadores, ou divisores políticadministrativos, para além das reservas táticas e estratégicas, mirando os pares polares opostos/complementares, digamos, o par quantidade/qualidade. Globos com as quantidades de petróleo em cada poço, a aplicação de dinheiro, as mudanças tecnocientíficas, as alterações dos cenários políticos, a presença desta ou daquela companhia, as profundidades dos poços, a resposta T/C a quaisquer emergências (os choques de 1973 e 1980, entre outros), a busca de energias “alternativas”, a conversibilidades dos recursos a fornecimentos emergenciais, etc.

                            Quanto dinheiro se gastou em cada poço, quantos foram infrutíferos, a que profundidade, quantos jorraram em quanto tempo? A Psicologia do processo (psicanálise ou figuras, psico-síntese ou objetivos, economia ou produções, sociologia ou organizações, geo-história ou espaçotempo das companhias e das nações que as mandam, as composições acionárias), os avanços dos programáquinas, o cotejamento das pesquisas & desenvolvimentos em geologia. Uma quantidade de quesitos que multiplicados e divididos por número conveniente aproxime o maior de 1,000 pode dar a lista das empresas mais eficientes em tais ou quais condições.

                            Se eu estivesse à frente do programa geral ficaria bem irritado com o que vejo. A começar de não haver um Congresso Mundial da Energia, com duas câmaras, a dos produtores e a dos consumidores. De tão tardiamente, e apenas por pressão de fora, as companhias terem se habilitado para a proteção ambiental, enquanto ainda resistem a fornecer dinheiro ao seu desenvolvimento mundial.

                            Ah! - eu ficaria profundamente irritado.

                            Não vemos os mapas de petróleo e gás subindo e descendo com o passar das décadas, para trás, no presente e como projeções de futuro, e as reações a tais ou quais travamentos, e MUITO MENOS vemos suas publicações, sob o argumento covarde de que é conhecimento a ser obstruído. Parte deve ser mesmo, e a maior parte não, até porque mais gente se engajaria. Que mundo bobo, sô!

                            Vitória, sexta-feira, 25 de outubro de 2002.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017


Palco-Teatro

 

Como quase qualquer um pode lembrar, nos teatros (o todo) o público (pagante) está separado dos prestadores de serviços - os atores, cantores, músicos ou quem mais for -, como na vida o povo fica separado das elites.

NO ALTO E SEPARADO, O PALCO

Resultado de imagem para PALCO
Em cima, uma, a elite; lá embaixo o povão impotente.
Resultado de imagem para PALCO
Na boca de cena, um evidenciado em feérica apresentação; no lado debaixo a multidão olha a evidenciação.

Até a participação espontânea que havia no teatro italiano e medieval tardio, alta Idade Média, foi excluída.

O povo, que não pode participar, é separado como na vida.

SER-PARAÇÃO

Resultado de imagem para público show
A multidão feita para aplaudir a festa das elites.
Resultado de imagem para público show
Multidão, o contrário de indivíduo, quandonde a personalidade é morta-viva.

Proponho um palco no meio do público: orquestra, maestro, cantor, atores e atrizes misturados ao povo. Mesas com cadeiras e entre elas o palco, não-separado, não-distinto neste imenso salão (como canta a Tânia Alves, em Começaria Tudo Outra Vez, de Gonzaguinha), a recuperação do respeito mútuo povo-elites.

Tem de ser trabalhado genialmente para ser convincente, sem falsificação, sem mentira.

Vitória, segunda-feira, 2 de janeiro de 2017.

GAVA.

G8 e G40

 

Como está posto em Critérios de Eleição para o Congresso de Oslo (relativos às mulheres), precisamos de métrica para as conversas, inclusive dos oito e dos 40 países mais significativos entre os 193 que a ONU apontou existirem.

OS 193

Resultado de imagem para curva do sino
Miseráveis.
Pobres.
Médios.
Médio-altos.
Ricos.
E
D
C
B
A
33
40
40
40
40

Aí temos o G40: melhor conversar com 40 do que com 193. Na rabeira dos 40 sempre haverá um saindo e outro entrando, ano a ano, com as estatísticas não falsificadas do ano anterior.

Já o G8 seria composto dos oito primeiros dentre os 40, cinco grupos de oito, o topo do topo, a nata da nata, o suprassumo: mais fácil dialogar com oito do que com quarenta.

O G8 ATUAL (não sei que critérios usaram, incluíram a Rússia por causa dos atômicos, seria como no grupo de xerifes incluírem o bandoleiro porque possui revólveres). O Brasil – considerada a Europa como uma só – não entrou, embora seja a quinta economia mundial; e o Canadá, membro da Comunidade Britânica das Nações, já está representado pela Grã-Bretanha. Sem falar que no G5, Conselho de Segurança da ONU, o Brasil também não está presente. Para o G8 a Europa, que é uma só, manda três: Grã-Bretanha, Alemanha, França (sem falar na Rússia ocidental).

Resultado de imagem para g8
Resultado de imagem para g8
Antes, com Bush.
Resultado de imagem para g8
Ainda com Obama.
Resultado de imagem para g8 riqueza

É evidente que o Brasil, crescendo quantitativa e qualitativamente, deve exigir reposicionamento, reconstrução do G40 e depois do G8, sem falar no G5 que, aliás, deve se reduzir ao G8, não faz sentido haver duas agremiações.

G8 (como G5) dentro do G40, dentro do G193.

Vitória, segunda-feira, 2 de janeiro de 2017.

GAVA.

 

ANEXO

Critérios de Eleição para o Congresso de Oslo
 
                            Oslo é a capital da Noruega, congresso é o Congresso Mundial da Mulher, que está proposto para ser sediado nos países nórdicos, pelas razões apontadas. Agora, o que o modelo pode dizer da escolha das representantes? Muita coisa, como veremos, ele dá critérios DEFINIDOS psicológicos PARA TODA ELEIÇÃO, seja esta ou outra.
                            OS CRITÉRIOS PSICOLÓGICOS
·        Critérios espaciais (geográficos, ONDE?): área do conjunto;
·        Critérios temporais (históricos, QUANDO?): antiguidade do conjunto, denotando capacidade de permanecer viável na luta por aptidão ou sobrevivência ou futuro psicológico;
·        Critérios produtivos (econômicos, COM QUÊ?): PIB, Produto Interno Bruto, a capacidade de criar objetos para atender a construção da metaprogramáquina;
·        Critérios organizativos (sociológicos, COMO?): em que medida a coletividade tornou-se competente em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU) para colocar-se como primeiro a quinto mundo;
·        Critérios figurativos (psicanalíticos, QUEM?): quantitativos, quantos habitantes há no conjunto;
·        Critérios objetivos (psico-sintéticos, POR QUÊ?): quais as metas? Esse terá de ser trabalhado mais demoradamente, porque nunca foi olhado – talvez diga respeito aos pesquisadores do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral.
Pelos critérios figurativos, de quantas figuras estão sendo representadas a China teria com seus 1.285 milhões de habitantes em 2001, na base de uma representante para cada 10 milhões ou fração de paridos, 129 delegadas, ao passo que Portugal, com 10 milhões de habitantes, enviaria apenas uma representante e o Brasil, tendo em 2000 169,6 mandaria 17 representantes. A Índia, tendo 1.025 milhões em 2001, teria direito a 103 representantes. A soma mundial, de 6.000 milhões em 2000, seria de 600 representantes.
Pelo lado da produção, o PIB dos EUA foi em 1999 de US$ 9.150 bilhões. Se dividirmos por 100 bilhões todos abaixo disso teriam somente uma representante e os EUA 92; se dividirmos por 10 bilhões, todos abaixo (fração) ficam com uma, ao passo que os Estados Unidos passam a 920. A Itália - com PIB em 1999 de 1.200 bilhões - ficaria com 120 representantes, o Paraguai com seus 7,7 bilhões mandando apenas uma representante. Ninguém ficaria sem.
Já em relação ao tempo o critério seria da antiguidade civilizatória, a permanência do país no mesmo lugar. A China, que existe desde 1,5 mil anos antes de Cristo (1.500 + 2.000 = 3.500) teria para cada 10 anos uma representante, então 3.500/10 350 representantes. O Iraque, onde foi um dos berços da civilização, desde 3,5 mil a.C., teria 550 representantes, enquanto o Brasil com 500 anos teria 50. Aqui não é possível saber quantas há no total.
Em relação a espaço a Rússia é a maior nação, com 17,075 milhões de km2, e se adotássemos o critério de 100 mil km2, teria direito a 171 representantes, enquanto a Franca ficaria com seis (pelos 543.965 km2) e o Brasil com 86 (pelos 8.514.205 km2). O total do mundo é de 1/3 dos 510 milhões de km2 da superfície da Terra, 170 milhões de km2, total de 1.700 representantes.
No caso da organização o IDH é conhecido e pode ser tomado em relação à distância que guarda de 1,00, a Noruega sendo o país mais destacado. Aí uma proporcionalidade seria estabelecida, porque isso representa a organização do povelite/nação ou cultura, da sociedade popular e da civilização das elites.
                            O último critério ainda está por ser escolhido, é o dos objetivos, do que desejam os conjuntos, do que pretendem eles e como se habilitam para chegar lá através do Conhecimento, da pesquisa teórica & do desenvolvimento prático.
                            Você viu que os números gerados pelos critérios são muito desiguais e gerariam milhares de representantes; mais do que apenas o excesso numérico a ser pago estaria a dificuldade de organizar a tantas para falar – não haveria tempo hábil num ano de trabalho [cinco meses num semestre, cinco meses em outro, total de 10 x 30 dias = 300 dias de oito horas, quatro de manhã e quatro de tarde, menos sábados e domingos, 52 x 2 = 104, (300 – 100 = 200) x 8 = 1.600 horas/ano; uma hora por fala, cerca de 1,6 mil falas por ano]. Se fossem muitos milhares se passaria até um ano inteiro para a mesma mulher falar duas vezes, o que seria frustrante, não só porque elas falam muito como porque devem mesmo falar muito depois de milênios de silêncio político.
                            Assim, devemos ter em cada vértice 200 representantes (de figuras, de objetivos, de produção, de organização, de espaço e de tempo), ou seja, 6 x 200 = 1.200. Se a fala fosse reduzida a meia hora num ano poderíamos ter 3,2 mil falas, com 2,67 falas por mulher.
                            Assim, as seis mil representantes de habitantes da Terra seriam equiparadas a 200, quer dizer, uma para cada 30 milhões de habitantes. Quando as nações (o Vaticano tem apenas 800 habitantes) estivessem abaixo dessa linha um grupo delas seria servido por somente uma representante, até atingir os 30 milhões, essa representante viajando ou tendo contato com todas e cada uma sob sua guarda simbólica. Lembre-se que as senadoras seriam sempre três por nação, portanto, 220 nações x 3 = 660 senadoras, em regime igualitário, eleitas dentre as mais destacadas mulheres. Com a redução, em vez de 10 para cada 30 milhões de habitantes por representante, a China ficaria com (129/3 =) 43 e o Brasil com (17/3 =) seis.
                            E assim por diante, adequando-se cada critério aos 200 em cada vértice. Poderiam ser eleitas representantes privilegiadas do Conhecimento, em particular das religiões, sem direito a voto, mas com direito a voz. Mas os jornalistas podem ser tanto mulheres quanto homens, é a lógica.
                            Assim, teríamos 660 senadoras, alta corte feminina, e 1.200 deputadas, da corte mais baixa, porém verdadeiramente representativa, desde que proporcional. O que não passasse pela Câmara de Deputadas não iria a sanção da Senatoria, ficando esta apenas encarregada de dizer sim ou não no final das discussões, em virtude de estar composta de estudiosas e pesquisadoras engajadas em prateoria, que poderiam prestar assessoria nas discussões. A partir da particularidade de as duas casas não fazerem leis não viriam a constituir ameaça ao lado masculino legal. Sendo mais dos costumes as mulheres voltariam com suas deliberações a cada país e lutariam politicamente para fazê-las representar segundo a Lei resguardada de direito. Enquanto isso faria seu trabalho de cabeça em cabeça feminina, de porta em porta, de casa em casa, missionariamente, de forma muito calma e tranquila.
                            Vitória, quarta-feira, 19 de novembro de 2003.