terça-feira, 2 de agosto de 2016


Hiperconexão pela Fala

 

No MCES, Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens, vimos que 80 a 90 % de todos ficavam nas cavernas com as mulheres e 20 a 10 % iam no grupo de caça dos homens, relação de 4/1 a 9/1. Fosse dentro com elas ou fora com eles - neste caso bem menos, proporção acima entre falar/calar (não faz sentido ficar tagarelando na caça ou na pesca, ou vira presa ou perde o peixe) -, todos falavam. A fala é o elemento central da civilização. Nas cavernas, nas pós-cavernas, nas pré-cidades, nas cidades, nas casas os seres humanos por proteção ou por proximidade longamente treinada (desde quando os primatas entraram nas cavernas e lá tiveram seus grupamentos moleculares-genéticos modificados para a dependência do instrumento central civilizatório-cultural), a fala (sonora ou escrita) dominava.

DEPENDEMOS PESADAMENTE DISSO, o ser humano foi capturado pelo coletivo-gregário através do falar contínuo, seja conversando, seja escrevendo-lendo.

Nisso, e da conclusão 9/1 ou 4/1, decorre algo:

1)       Para as mulheres quase não deve haver distância ou retardo entre o pensar e o falar, PORQUE DEVIAM FALAR MUITO para estabelecer plano de convivência (o que quer dizer que a diplomacia delas tem muitos mais reverências e perigo de ir retardando o confronto que a nossa) entre elas (menininhas, mulheres, mães, mães-mortas ou avós), com os menininhos, com os anões, com os deficientes, com os guerreiros em processo de recuperação, com os velhos, etc. Isso quer dizer, PRONTIDÃO DO FALAR, não há contraponto para elas, pensar-falar é a mesma coisa, há um plano-esfera repleto de novos dizeres prontos para sair, inclusive podendo manter várias conversas ao mesmo tempo, essa é a lógica-dialética, dialógica;

2)      Para os homens, ao contrário, o pensar se separa do falar, é linear-pontual, cada palavra será analisada antes de ser respondida, porque o silêncio-de-pensamento se impõe, o que chamei de cérebro-predador projetivo (os 150 g a mais nos cérebros masculinos) DEVE PENSAR antes de dizer, deve investigar o que dizer, o que é problema gravíssimo para os meninos que até os 13 anos falavam pelos cotovelos com as mulheres nas cavernas e no rito de passagem criança-adulto garotinho-guerreiro devem PERDER A LÍNGUA, uma diminuição a mais, adquirindo a quietação tão necessária à masculinidade (nada é pior que sujeito falador).

MULHERES.
HOMENS.
Pensar-falar é a mesma coisa, elas podem manter várias conversas ao mesmo tempo (significando várias memórias-de-fala, sem falar nas outras que identifiquei).
Pensar e falar são distintos, há um tempo entre eles, uma demora notável, mensurável, denotando que os homens se sentirão incomodados se obrigados a falar atropeladamente.

Testes podem e devem ser feitos.

E TODOS os seres humanos são altamente dependentes da fala (se não pudermos falar vamos enlouquecer; pelo menos, falar conosco mesmos é fundamental).

Vitória, terça-feira, 02 de agosto de 2016.

GAVA.

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