sexta-feira, 31 de março de 2017


A Maior das Locomotivas

 

Já vimos que a tensão entre a locomotiva que leva e os vagões (os grandes vagos) que são levados é 50/50, na realidade um pouco mais para a locomotiva, senão os inertes-aproveitadores não seriam levados. Tem um épsilon a mais, que é a energia de deslocamento, a diferença em relação ao trem ficar parado.

Na vida de baixo, a nossa dentro da Natureza, há os que conduzem e os que são conduzidos. Não pense que há Zoutros, aqueles que fazem as coisas erradas: todos temos algo que conduz e algo que é conduzido. Uma pessoa pode, em batalha, se acovardar, mas ser generosa, amiga maravilhosa, doadora de vida. Todos (exceto 70 em 7,5 bilhões) temos débito, não podemos pensar que somos isentos.

A LOCOMOTIVA DIVINA

Vagões da Natureza.
Locomotiva divina.
 
 
 
 
 
 
 
 
Dicionário do Mal = NATURA.
Dicionário do Bem = DEUS.

No DdM vão o ódio, a desatenção, a corrupção, a desonestidade, a indignidade e tudo das falhas da Natureza. No DdB vão os absolutos do não-relativo, do elemento subsistente, Deus, aquelas coisas que, já mostrei, verdadeiramente sustentam, como o amor, a caridade, a honestidade, a honradez, a probidade, a pureza, a decência.

Então, os absolutos inegociáveis de Deus é que nos levam.

Os relativos, os negociáveis da Natureza nos mantêm no lugar ou nos atrasam, nos conduzem para trás. Eles estão em quase todos, em você e em mim, quando fraquejamos, quando, como diz o povo, “damos para trás”, nos acovardamos e cometemos atos iníquos.

Temos de lutar pela locomotiva, temos de implementar força a ela, em caso contrário começaremos a regredir. Ou seja, devemos defender os inegociáveis, os absolutos, o que não é comercializável, os princípios permanentes.

Vitória, sexta-feira, 31 de março de 2017.

GAVA.

quinta-feira, 30 de março de 2017


Terceira Prefeitura

 

                            Com isso da Terceira Idade (que, já mostrei, é apenas propaganda – ninguém faz propaganda de flor no auge da expressão e do brilho, só quando ela vai murchando) os AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo) devem ser reorganizar para atender as PESSOAS (empresas, grupos, famílias e indivíduos), porque novas exigências estão sendo feitas, com toda razão. Já que a Medicina vem de fato prolongado a média da expectativa de vida, convém as prefeituras municipais/urbanas reprogramarem seus departamentos para oferecerem os serviços de um DEPARTAMENTO DA TERCEIRA IDADE.

                            De quanto a quanto vai ela? No modelo as gerações teriam idealmente 4 x 7 = 28 anos, ao passo que na Terra mesmo elas parecem ser de 30 anos, de modo que a primeira idade iria de 1 a 30, a segunda de 31 a 60, a terceira de 61 a 90 e a quarta e última de 91 a 120, onde é difícil estar. Como as populações vem envelhecendo notavelmente e a expectativa de vida em algumas nações já está chegando a 75 anos para homens e 80 para mulheres e as frações ou percentuais de homens e mulheres na terceira faixa estão aumentando consistentemente em todos os países, é não só justo com esses PERSISTENTES PAGADORES DE TRIBUTOS (afinal de contas, quem entra na faixa já está pagando impostos, taxas e contribuições de melhorias há 60 anos), como de bom alvitre políticadministrativo, dado que o número de votos está aumentando. Até faz sentido uma divisão não-oficial das câmaras de vereadores, dedicando-se alguns deles explicitamente à TI.

                            Os prefeitos que forem os primeiros a lançar a TERCEIRA PREFEITURA ganharão destaque, é claro, e poderão projetar suas cidades, por exemplo, as do Espírito Santo e em particular a de Vitória.

                            Uma aparatosa festa de lançamento do programa faz sentido, porque seria propaganda benéfica, dado que as outras prefeituras se veriam obrigadas a oferecer o mesmo serviço destacado, o que beneficiaria os velhos. Mas é bom estudar detidamente os tipos de serviços que serão oferecidos, treinar os (as) atendentes, criar as leis, confeccionar um livreto explicativo, colocar à disposição alguns telefones, construir sítio de Internet, etc. Todo cuidado é pouco, mas não se deve retardar.

                            Vitória, quarta-feira, 29 de outubro de 2003.

Tensão do TER

 

                            Se aceitamos as cinco classes do TER (ricos, médios-altos, médios, pobres ou médios-baixos, miseráveis: A até E) e lhes fazemos corresponder potências de 2, 20 = 1 para os miseráveis e 24 = 16 para os ricos, veremos que há tensões computáveis do TER, ou seja, que a riqueza traz seus venenos que zeram a soma, quer dizer, conflitos inerentes ao enriquecimento. Se estabelecermos que dentro de cada classe do TER há também cinco subníveis, teremos A1 até A5, e números como aqueles acima, de modo que A1 seria 16 x 16 = 196 tão tenso quanto E5, e deveríamos perguntar se vale a pena. Claro, na Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas deve valer pois há sempre gente nesses extremos, tanto A1 do TER quanto E5 do SER.

                            Toda tensão, como está posto na Engenharia geral, gera deformações, que são tanto as de corpo quanto as mentais, no corpomente ou psicossoma.

AS TENSÕES PSICOLÓGICAS (vem dos dois extremos, do TER e do SER)

·       Deformações das figuras ou psicanálises;

·       Deformações dos objetivos ou das psico-sínteses;

·       Deformações dos produtos ou das economias;

·       Deformações das organizações ou das sociologias;

·       Deformações dos espaçotempos ou das geo-histórias.

AS DEFORMAÇÕES ECONÔMICAS

·       Distorções agropecuárias/extrativistas

·       Distorções industriais

·       Distorções comerciais

·       Distorções dos serviços

·       Distorções dos bancos.

Como é que essas tensões deformadoras interferem nos AMBIENTES (mundo, nações, estados e municípios/cidades) e nas PESSOAS (empresas, grupos, famílias e indivíduos)? Como elas desequilibram os seres? O que a vontade de extremadamente TER, por conseguinte adoecida como desejo, que é a vontade doente, excessiva, provoca nas criaturas? Como são as personalidades dos que possuem no extremo do espectro? Claro, eles se têm como pessoas lindas, puras, dolorosamente perfeitas – quando vistas de dentro; mas são pessoas doentes, tanto quanto o são no outro extremo os miseráveis E5, enquanto molambos humanos subumanizados.

Como tratar com essa gente? Como eles são enquanto figuras, quais seus objetivos ou intenções ou metas?

Certamente eles estão lá por vontade própria, pois é a vontade que nos move, mas o projeto também os arrasta, enquanto possibilidade de ir e necessidade aberta pela permissão de projeto, isto é, o buraco representado pela chance de ir. Têm porque querem ter, mas têm também porque há a chance de ter.

Qual é a soma zero dos A1? O que fazem de ruim e de bom pela humanidade? Como pagam em seus corpos e mentes o custo do TER enquanto tensões corporais e mentais? Alguns, que chegaram lá faz tempo, os velho-ricos, digamos assim, transferiram parte de suas angústias para os subalternos contratados, mas nos novo-ricos podemos rastrear melhor as ainda não cuidadas OFENSAS DE CRESCIMENTO, chamemos assim.

Vitória, quarta-feira, 29 de outubro de 2003.

Talk Show

 

                            Talk significa conversa, conversação, enquanto show é mostra, exibição, espetáculo, entre outras traduções.

                            Antigamente tínhamos a entrevista, que no inglês seria interview, entre-vista, um vendo e falando meramente com o outro educadamente, pausadamente, o que evoluiu para ser esse triste espetáculo violento, em que a conversa, o diálogo está em segundo plano, ficando em primeiro a gritaria, a violência, o descalabro a título da liberdade popular, que é igualada à vulgaridade e à barbárie.

                            Vindo dos EUA essa coisa se instalou entre nós.

                            Como a liberdade poética a suposta liberdade dos pobres e miseráveis é proposta como podendo ir aos limites ou ultrapassá-los a cada programa. Entrementes, a liberdade poética pressupõe um poeta, que deve ser necessariamente educado, se não de educação formal pelo menos dos melhores sentimentos, ao passo que a presumida liberdade popular vem de gente que “faz tudo por dinheiro”, como diz o Sílvio Santos; literalmente tudo, mesmo, para ganhar seus milhões, submetendo as nações a vexames e achincalhes.

                            Perdem a oportunidade de realizar essa coisa maravilhosa que é a entrevista, a extração de dados de uma pessoa que fez qualquer coisa de diferente e notável, para cair na extrema vulgaridade, sob a premissa de divertir a população. E as elites são culpadas, na medida em que permitem aos proprietários dos meios proceder assim, principalmente às televisões, que atingem milhões de lares indiscriminadamente, sem separação, tocando as crianças da forma mais rude.

                            É qualquer coisa de espantosa essa era. Em algum momento vai ser mesmo a pior que já existiu e se dissermos que esta é pode não ser; mas que está fazendo um esforço tremendo para ficar em primeiro lugar entre os calhordas eu dou testemunho de que está, mesmo.

                            Vitória, domingo, 02 de novembro de 2003.

Sem Desculpas

 

                            O pai do Daudt Veiga, como ele conta no seu livro já citado, p. 131, fazia vistorias em suas obras de engenharia e deparou com um piso torto no boxe do chuveiro, chamou o mestre, que explicou ter ficado mal-assentado porque no dia anterior o profissional encarregado faltou e ele colocou outro menos dotado para fazer o serviço, ao que o pai sugeriu que o mestre escrevesse isso na parede para o proprietário comprador ficar contente em saber.

                            Na página seguinte o Veiga diz: “A necessidade de explicar supõe o desejo de absolvição do outro, ou a sua cumplicidade”, e mais abaixo coloca: “(...) mas pedir desculpas significa implicitamente acreditar em culpas e dar ao outro o poder de te acusar”.

                            Sempre acreditei que pedir desculpas não está certo, por dois motivos: 1) se você está errado seria a tentativa de ocultar o erro; 2) se você está certo, se o outro acha que é erro, mas não sua opinião não é, então não há motivo. De fato, é dar cartas ao outro para que ele jogue com elas. Você fica refém e enfraquecido. Em geral, nessas condições, os outros zombam. Às vezes a gente parece rude, porém é condição de vida – não se pode prosseguir sem desagradar, em desenho de mundo 50/50, a metade das opiniões, daí que é bom nem tentar. E depende do que seja o outro.

                            Entrementes, no nível familiar, com esposa e amigos, ou com filhos e filhas, o comportamento não pode ser o mesmo, pois as explicações devem ser dadas e elas sempre soam como pedidos de aceitação, quer dizer, implicitamente como desculpas. Que fazer, o amor é assim mesmo, um jogo em que parece haver diminuição. Essa é a definição. É porisso que o Daudt Veiga não está completamente certo. Sem desculpas, quando for condição de enfrentamento, e com desculpas quando for condição interna, de viver com os seus, os que estão próximos e não são “outros”, porque aí não-explicar seria exteriorizar, colocar para fora, no caso as pessoas que vivem em nível de intimidade.

                            Vitória, domingo, 02 de novembro de 2003.

Respeito aos Garis

 

                            Já vimos que só aquelas coletividades que se dêem o direito e o dever de resolver problemas cada vez maiores podem pleitear e alcançar futuros cada vez melhores, pois é dos problemas que podem advir (ou não) as soluções.

                            Vimos também que só os conjuntos (DE PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; DE AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundo) que se dilatam, por exemplo, através da cristianização, que é um dos modos de se preocupar com mais gente, podem amealhar a quantidade de problemas que as faz sobressair das demais, ultrapassando-as, como o Ocidente fez com o Oriente, como o Norte tem feito com o Sul, etc.

                            Onde os serviços são caros, onde o trabalho é bem remunerado, onde todo requisito de participação alheia é pago, onde, digamos, os serviços dos garis custam caro máquinas são desenvolvidas, o que implica em pesquisa teórica & desenvolvimento prático de programáquinas, programas e máquinas, e de processobjetos, processos e objetos que são exportados aos demais ambientes e rendem proeminência do coletivo e riquezas de grande arrastamento socioeconômico.

                            Onde o serviço dos garis custa, como no Brasil, apenas um salário mínimo de 240 reais por mês, coisa de 80 dólares, não faz muito sentido desenvolver os programáquinas, que custariam imensamente mais, e talvez não fossem comprados pelas comunidades sob o falso pretexto da extensividade do trabalho, quer dizer, do emprego de muita gente, da massividade da quantidade, em vez de especificidade penetrante da qualidade. Aqui falta respeito a eles, de modo que eles saem varrendo ruas quilométricas (pense no conselho de Cristo, de não fazer aos outros o que não queremos que nos façam: você varreria dois ou três quilômetros de ruas por dia?), dia-após-dia, carregando sacos de plástico, quando máquinas aspiradoras fariam o mesmo trabalho em um quarto ou menos do tempo e sem qualquer cansaço significativo. E por não necessitar a burguesia brasileira de tais máquinas elas não são pesquisadas & desenvolvidas, não geram empregos, não empregam cientistas e técnicos, não constituem motivo de desenvolvimento nacional. Burguesias que não respeitam os outros não respeitam a si mesmas.

                            Vitória, quinta-feira, 30 de outubro de 2003.

Quanto Nos Enganam

 

NINGUÉM FALOU DISSO (conta corrente – diferença entre o saldo comercial e os gastos com serviços e pagamento de juros - do Brasil de 1992 a 2003)

ANO
US$ BILHÕES
SOMA
1992
6,1
6,1
1993
- 0,6
5,5
1994
- 1,8
3,7
1995
-18,3
- 14,6
1996
-23,5
- 38,1
1997
-30,4
- 68,5
1998
-33,4
-101,9
1999
-25,3
-127,2
2000
-24,2
-151,4
2001
-23,2
-174,6
2002
- 7,7
-182,3
2003*
3,6
-178,7

·       Projeção.

·       Fonte: Revista Veja, p. 51, 05.novembro.2003, ano 36, nº 44, edição 1.827.

Então, veja, Fernando Henrique Cardoso, enquanto presidente e chefe do Executivo federal, lançou o país em terrível sujeição, razão pela qual ele era chamado (apesar das evidentes boas obras no campo social, como já disse) entreguista, mas não abertamente, só à socapa, longe dos principais veículos da mídia dita nacional. Como ele entrou em 1994 e saiu em primeiro de janeiro de 2003, antes disso foi por dois anos ministro da Fazenda de Itamar Franco, quando preparou a implantação do Plano Real, a culpa é toda dele.

Então, tudo isso, dívida de 180 bilhões de dólares a mais, além somando os juros dos empréstimos internos e externos, deve estar valendo “uma baba”, como diz o povo. Enfim, sujeição, e ninguém fora dos círculos íntimos ficou sabendo. Claro, a mídia ficou sabendo, a FGV também, os empresários, os que lêem (atentamente) os jornais, os estudiosos em geral e em particular os de economia e assim por diante ficaram sabendo, mas a população em geral, não, nem em particular o povo.

Esse é o respeito que o povo brasileiro merece de suas elites, pois a todas essas a mídia divulgava que o Brasil ia às mil maravilhas.

É a carroça atolada de que fala Gabriel.

Vitória, quarta-feira, 05 de novembro de 2003.