Pobres nos
Ônibus
Há em Vitória ônibus
amarelos de R$ 1,70 a passagem que fazem transporte intermunicipal de
passageiros e verdes de R$ 1,45 que o fazem dentro do município, ambos andando
cheios com gente que daria para ocupar 130 % ou mais das cadeiras, sempre. Há
amarelos do mesmo sistema TRANSCOL com ar condicionado que andam quase vazios,
metade das cadeiras ocupadas. E há outros municipais seletivos brancos com ar
condicionado, cadeiras mais confortáveis, mais bonitos que custam R$ 1,50,
cinco centavos a mais, não recebendo vales-transporte. Os brancos municipais
estão sempre ocupados por pessoas da classe média e os amarelos sem ar
condicionado sempre por pobres. A curiosidade vem de que os amarelos com ar
condicionado, que não custam um centavo a mais e recebem vale do mesmo modo
estão sempre desocupados pela metade.
A Rede Cognata nos
diz que pobres = SALÁLIAS = SUJOS = SANTOS = POLÍTICOS = PADRES = ÔNIBUS =
SOFREDORES = PESADÃO, etc. Então, viu alguém de sandália é pobre ou está
disfarçado; andou de ônibus igualmente, e será sempre sofredor e pesadão.
A pergunta mais
profunda que Gabriel colocou é se, sendo como parece ser verdadeira a RC o
conhecimento futuro dela ainda acarretará que as pessoas sejam empurradas para
as atitudes, ainda que conheçam a propensão de praticar as indicações. Quer
dizer, quando souberem que usar sandálias e andar de ônibus é anúncio de
pobreza ainda haverá quem se candidate ao uso? Isso não deslocará a paridade do
par polar oposto/complementar? Se isso acontecer não ficaria inviabilizado o
Desenho de Mundo? Claro, ele não coloca as perguntas nesse nível, tem só 18
anos, mas é o que está implícito no que diz.
Quando a RC for
amplamente conhecida ela ainda comandará a existências dos seres racionais,
impelindo-os a isso e aquilo? Embora me pareça que sim, porque existirão
compulsões outras, não posso responder taxativamente.
Vitória,
quinta-feira, 08 de abril de 2004.