Objetos Voadores
Neo-Identificáveis
A gente ainda vê
esses aviões de dois bilhões de dólares (metade do PIB de um país pequeno) com
surpresa inexcedível, mas para mim não passam de coisas atrasadas, desde que
pensei ser desnecessário enviar seres humanos. Quando Santos Dumont descobriu a
aviação em 1906 a mente que levava o avião era humana e foi assim por esses 100
anos, mas agora não precisa mais ser, pelo menos não de perto, ou segurando os
instrumentos no raio da cabine. De fato, podemos ter “aviônica embarcada”, quer
dizer, a eletroeletrônica concernente à dirigibilidade do avião de altíssima tecnociência
toda miniaturizada e sem qualquer presença humana.
O
QUE COLOCAR NO AVIÃO?
(Ou em qualquer programáquina de guerra?)
·
O
programáquina defensivo (ou ofensivo);
·
O
motor que o leva (porque, custando pouco mais que a bomba o avião não precisa
voltar).
O
PROGRAMÁQUINA
a) A máquina (a
máquina é inerte, é a vontade por trás dela que a leva e a traz, se for o caso
– neste caso não é mais);
b) O programa (ofensivo
ou defensivo).
São dois desenvolvimentos diferentes e
competitivos, quer dizer, multiplicativos: se dobrar a capacidade de uma e a
capacidade do outro no conjunto multiplica por quatro, de modo que é preciso
entregar a produção deles a entidades competitivas, quer dizer, CONTRATADAS
OPOSITIVAS, empresas em competição exclusiva, ou fica uma ou fica outra (ou
seja, ou uma ou outra recebe a encomenda, mas não as duas).
Veja que coloquei motor separado, pois
o P/M é a parte externa condutora do avião, a carcaça do motor, sendo este
apenas o impulsionador, a energia, um terceiro elemento composto
competitivamente com os dois acima. Porque o motor é o que desloca em flecha, o
P/M é o que diz qual o sentido e direção de tal flecha. Não precisamos mais de
muitos cuidados ao levar, porque não vai nenhum humano que deve ser preservado,
nem máquinas caras, são apenas bombas voadoras.
A
DILATAÇÃO QUE A MÁQUINA PERMITE
(se não há ser humano dentro, se a humanidade condutora ficou na retaguarda)
·
Maiores
acelerações e pressões;
·
Largo
espectro de temperatura (negativas e positivas Celsius);
·
Sem
oxigênio e outras condições de preservação da vida em carbono;
·
Maiores
alturas e profundidades (o avião poderia viajar até a beira da praia do
país-destino, subir ao ar e ir ao alvo);
·
Velocidades
que seriam extremas para os seres humanos;
·
Nenhuns
prejudicados na retaguarda (amigos, família, colegas, etc.);
·
Produção
em série muito mais rápida e descuidada;
·
Desenhos
utilitários e uma lista grande que não vou fazer questão de dar - vá pensar um
pouco.
Em resumo, tudo de agoraqui começa já
a me parecer completamente tolo, podendo-se considerar o “avançado” nível de
hoje como primitivo. É um tema interessante. Aliás, é legal como pessoas que
nem de longe estão envolvidas com guerras e esse tipo de atividade odiosa podem
ter as melhores idéias para implementá-las.
Vitória,
quinta-feira, 01 de abril de 2004.