A Mente Escrita
Para aquilatarmos a
importância fundamental da escrita pensemos na mente não escrita, que perde
memória a um ritmo humano médio estudado e conhecido: tantos porcento a cada 24
horas são perdidos. Imaginemos que as mais de 40 mil páginas de densa
matemática escritas por Leonard Euler (suíço, 1707 a 1783) teriam se perdido,
assim como todo registro histórico, pois história só se faz confiavelmente com
base em relatos escritos.
Como fazemos a
leitura dos pensamentos alheios?
As pessoas precisam
falar, com sons, ou escrever, através de imagens, pinturas ou desenhos que são
feitos em qualquer objeto, por excelência em papel, agora nas memórias-de-tela
dos programáquinas computadores. Assim lemos os pensamentos alheios. A fala se
perde no espaço, amortecendo-se sucessivamente até ficar inaudível a ouvidos
humanos, misturando-se as ondas dela com as características ambientais,
confundindo-se com as vibrações naturais dos objetos. Os dispositivos
gravadores de fala, os gravadores de som, deveriam ser carregados um por cada
indivíduo, com pilha e fitas para gravação do que desejássemos preservar;
depois deveríamos ouvir pacientemente, até encontrar o que desejássemos
especificamente, ao passo que nos textos podemos dar saltos, podemos marcar.
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Para a
palavra-imaginária, a palavra escrita, que é desenho ou pintura sobre papel, o
aprendizado de 26 quadros básicos, digamos , basta, rendendo inumeráveis combinações, que
representarão os objetos fora de nós e nosso processo de adequação progressiva
ao Conhecimento (mágico/artístico, teológico/religioso, filosófico/ideológico,
científico/técnico e matemático) e de pontescada científica (físico-químico,
biológico-p.2, psicológico-p.3, informacional-p.4, cosmológico-p.5,
dialógico-p.6) d’O Mundo. Somente 26 letras, de início, mas depois precisamos
conhecer o significado de milhares de palavras. Em todo caso esse complexo
processo gramático-sintático permite-nos manter vivas partes pequenas das
mentes dos que morreram, de modo que a Língua geral torna-se uma cadeia de
eventos que está viva há 5,5 mil anos, desde a Suméria. E com toda essa
utilidade que tem ainda não nos lembramos de criar um MUSEU DA LÍNGUA.
Vitória,
segunda-feira, 17 de novembro de 2003.